Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 21 de agosto de 2010

CONFIRMADOS NA FÉ

6 Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,
7 nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.
8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. Cl 2.6-8.

Introdução

Ninguém pode negar o crescimento da igreja evangélica no Brasil nos últimos anos. Deixamos de ser uma igreja que cabia em pequenos templos e vemos surgir imensas edificações para abrigar um número cada vez maior de seguidores do cristianismo. Os eventos organizados em praças públicas atraem milhares de pessoas e as caminhadas evangélicas juntam milhões de pessoas. Até mesmo na política podemos ver este crescimento, podendo até se dizer da existência de uma bancada evangélica.
Infelizmente, todo este crescimento não representa em igual proporção na qualidade de vida cristã, pois temos visto diversos segmentos da igreja de Cristo esquecer seus princípios, unindo-se em um sincretismo religioso para afrouxar as ordenanças cristãs e atrair um número cada vez maior de seguidores. Por causa disso, um dos maiores problemas que temos vivido dentro de nossas igrejas é a fragilidade da fé de um grande numero de pessoas. As pessoas estão com dificuldades de permanecer dentro da igreja e longe de conseguirem manifestar as qualidades cristãs. Uma pessoa que quer viver de uma maneira correta, viver mediante o evangelho, baseado em humildade, caráter, moral, bondade, senso de justiça, com as melhores qualidades que espiritualmente afloram pelo Espírito Santo, com certeza sofrerá constantes ataques do diabo.
Não que eu não ache bom este crescimento da igreja, pois penso como Paulo quando disse:

15 Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade;
18 Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei (Fp 1.15,18).

Mas vejo com muita tristeza a reprovação de muitos na caminhada cristã, que é uma caminhada que se exige sucesso, uma progressão a cada conquista, uma escada em que se pula apenas um degrau de cada vez e isso deve ser sempre para cima. É necessário começar uma nova vida com Cristo, é necessário descobrir como servir a Deus nos diferentes segmentos da nossa sociedade, é necessário desbravar novos caminhos missionários para alcançar muitos que ainda não ouviram o evangelho, mas é preciso ir além do começar, é preciso permanecer, é preciso ser aprovado é preciso amadurecer, é preciso aprofundar-se no discipulado e no conhecimento da Palavra de Deus, é preciso viver na comunidade de fé com humildade e espírito de submissão mútua, é preciso revestir-se de um espírito de serviço que tenha as marcas do reino de Deus, é preciso viver a fé em Cristo Jesus e a realidade do evangelho com integridade e com a sabedoria e o conhecimento que Deus quer nos dar. E como conseguir isso? Paulo nos dá a dica:

1 – Andar radicado e edificado em Jesus Cristo

6 Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,
7 nele radicados, e edificados...

Segundo Paulo, no texto acima, uma pessoa para permanecer firme na fé precisa entender alguns princípios que deve vir imediatamente com sua entrega a Cristo. Vejamos estes princípios:

A – Andar com Cristo

O crente precisa andar com Cristo. Isso significa, em outras palavras, viver nele, viver em Cristo, ou seja, pensar como Ele, sentir como Ele, falar como Ele, agir como Ele. O mesmo Paulo diz em Galátas:

19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo;
20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Gl 2.19,20.

Andar em Cristo é mais do que dar os passos naturais que estamos acostumados a dar todos os dias de nossas vidas, pois andar em Cristo é ir além daquilo que estamos vendo, andar com Cristo é andar por fé e não pela vista. E para manter minha fé é necessário andar com Cristo. Eu ando com Cristo quando estou em acordo com Ele e este acordo visa cumprir totalmente Sua vontade na minha vida. Andar com Cristo é, portanto, obedecer a Sua Palavra e cumprir Sua ordem.
Quem está unido a Cristo vive para agradá-lo, pois Cristo é o centro da vida cristã e quem não está unido a Cristo vive o que a sua natureza pecaminosa determina. Tudo o que somos vem dele e é para Ele. Ele é a fonte onde saciamos nossa sede de vida e devemos glorificá-Lo em cada ação de nossas vidas. Nele sabemos como Deus quer que vivamos com os nossos irmãos. Ninguém pode agradar a Deus sem que viva com Cristo. Cristo é o modelo de vida que determina o viver do cristão.

B – Estar radicado em Cristo

Paulo exorta os cristãos a terem a sua vida enraizada em Cristo. Isso é muito importante, porque a palavra radicado vem de raiz, portanto, de algo que é fundamental, principal e vital para a vida, pois é da raiz que vem toda a substância da vida. Portanto, estar radicado em Cristo é o mesmo que fazer dele a fonte de onde sugamos a nossa vida. Isso quer dizer o seguinte: Você, eu e todos que amam a Cristo, precisamos nascer dele, carregar nossas forças dele, ter Sua personalidade. Estar radicado em Cristo é o que norteia nossa vida, o que nos torna capazes de perceber se o que temos recebido vem do Senhor.
É preciso estar ligado em Cristo. Precisamos fazer de Cristo a fonte de onde absorvemos vida. Quem é Cristão não tem outra fonte onde respaldar o seu viver, senão em Cristo. Não pode haver um cristão verdadeiro que cresça enraizado em Cristo e no pecado. Do mesmo modo que não pode uma árvore crescer de duas raízes diferentes. Quem está em Cristo está enraizado unicamente nele.

C – Estar edificado em Cristo

Edificados nele é o mesmo que dizer: ser construído nele. A palavra de Deus nos diz que somos pedras vivas:

5 também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. 1 Pd 2.5

E que Cristo é como fundamento e pedra principal:

20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. Ef 2.20.

Isso quer dizer que nossa vida em Deus precisa ser construída a partir de Cristo. Ele nos disse:

5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Jo 15.5

Não podemos vencer sem Ele, não podemos entender sem Ele, não podemos receber sem Ele. Ele é aquele que sustenta a nossa vida. Não podemos ser confirmados sem a presença de Jesus em nossa vida.
O homem prudente é aquele que edifica sua casa sobre a Rocha, é aquele que edifica a sua vida em Cristo. Não coloquemos nossa garantia e crédito em coisas nas quais o tempo destrói e que não permanecerão a vida toda. Quando estamos firmados na Rocha, não há chuva, ventos, ou rios transbordantes que nos destrua, pois quem nos é de auxílio, fortaleza, conforto, segurança e descanso é o nosso poderoso Deus, ao qual temos acesso graças ao sacrifício de Jesus Cristo.

2 – Permanecer em Cristo

8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.

A igreja de Colossos era uma igreja que estava sendo contaminada pelo sincretismo religioso da época, uma mistura de legalismo judeu com filosofias gregas e orientais. Por isso Paulo está advertindo aquela igreja a não dar ouvidos as vãs filosofias. O contexto muda para exortação: cuidado! Esta exortação tem muito a dizer! Por que há necessidade de cuidado? O que ocorre se alguém for feito presa de outrem? Como o apóstolo apresenta um cuidado a ser observado, isto demonstra que há riscos em um cristão tornar-se presa de outrem. Se contextualizarmos nos dias de hoje, teremos de imediato, respostas do porque as pessoas não conseguem permanecer na igreja, pois estão sendo levadas por ventos de doutrinas, ensinamentos de homens e desejos carnais. Devemos permanecer em Cristo:

A – Apesar das diversas vãs filosofias

8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas...

Paulo aponta dois tipos de argumentação que poderá levar os cristãos a serem presas se não tiverem o devido cuidado: filosofias vãs e a tradição dos homens.
Tais princípios poderiam ser introduzidos sutilmente no seio da igreja local, comprometendo os seus integrantes. Vemos este perigo quando falsos cristãos tentam conciliar filosofia oriental com o evangelho de Cristo. Para o apóstolo, a filosofia é segundo a tradição dos homens, ou segundo os princípios pertinentes ao mundo.

8 ... conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.

Não há mal naquilo que a tradição humana produz, no entanto, se o homem pensa que pode conhecer a Deus e que pode alcançar a salvação por meio de sua tradição, ai sim, estará completamente enganado em sua mente carnal.

B – Apesar das dificuldades e perseguições

Permanecer é resistir! Uma arvore permanece em pé, mesmo com ventos impetuosos. Por quê? Porque ela esta enraizada. Se uma arvore não tem raízes profundas, ela se desprende do solo com qualquer vento! Mas se ela tiver raízes fortes, ela poderá suportar terríveis tempestades, do contrario se desprenderá e morrerá. Alguém que está enraizado em Cristo, permanece em Deus mesmo nas maiores dificuldades. Mesmo que passe ventos impetuosos, ele permanece firme na Rocha que é Jesus!
É necessário resistir nas perseguições que sofremos por causa de Cristo. Precisamos nos defender dos ataques do maligno e oferecermos resistência contra o império das trevas. Quando oferecemos resistência, estamos nos colocando como guerreiros contra o inimigo. Somos pessoas e a nossa luta não é contra carne e sangue, mas não estamos em desvantagem, pois maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4). Temos que continuar lutando para permanecer em Deus, mas permanecer firmes, não como se estivéssemos ligados em cubos espirituais, como se estivéssemos em coma, apenas sobrevivendo espiritualmente.

C – Para gerar frutos

Não há como frutificar sem permanecer em Deus. Jesus disse:

4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.
5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer Jo 15.4,5).

Muitas vezes queremos frutificar, gerar frutos para Deus, mas não permanecemos em Deus. Não há como frutificar sem permanecer! Se permanecermos em Deus como o ramo permanece na videira, então poderemos produzir frutos para Deus. Quando não permanecemos em Deus, não podemos produzir frutos. Quando não valorizamos a santidade, quando damos lugar a carne e ao pecado, deixamos nossos frutos caírem e ainda paramos de produzir.
Não devemos parar a nossa frutificação. Há pessoas que deixaram de frutificar, desistiram de produzir para Deus, desistiram de seus sonhos, talvez, ainda jovens. Esse texto nos fala do porque da falta de frutificação, porque não permaneceram em Deus! Somente quem permanece pode frutificar. Quando não permanecemos perdemos a vida que brota da videira e uma arvore sem seiva perde as condições de frutificação. Deixe Deus fazer brotar a seiva novamente em você e permaneça nele, para que, assim, você frutifique.
É preciso permanecer e acabar bem, e não apenas começar. É preciso acabar bem, sem desistir no meio do caminho. É preciso dizer como o apóstolo Paulo:

7 Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. 2 Tm 4.7

Permaneça em Cristo! Não desanime! Não se abate! Não se acovarde! Não seja sufocado pelos espinhos! Lembra da parábola do semeador? A palavra semeada em seu coração pode ser comparada a qual? A que caiu na beira do caminho? Cuidado! Não deixe Satanás tirar sua fé! A que caiu em solo rochoso? Cuidado! Aprofunde suas raízes em meio as dificuldades e tende bom ânimo. A que caiu entre os espinhos? Cuidado! Não permita que nada e nem ninguém interfira na sua fé. A que caiu em boa terra? Cuidado! Regue cada dia essa semente para que ela não morra. Não seja um desclassificado, mas seja um aprovado, convicto, firme e inabalável.

3 – Ser aprovado na fé

7 nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.

Isso quer dizer que quando digo:

13 tudo posso naquele que me fortalece. Fp 4.13
37 Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Rm 8.37

Isso deve deixar de ser apenas meras palavras e se tornar uma realidade em nossa vida. Confirmados na fé é o mesmo que dizer: Somos de fato filhos de Deus, abençoados e sabemos o que estamos fazendo, vivendo e para onde vamos. Mas precisamos ter consciência de algo:

A – Estamos em guerra

12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Ef 6.12.

Não estamos e nem devemos estar em paz com nossos inimigos. A nossa luta não é contra um homem, a nossa luta é contra o inimigo das almas, astuto, covarde, traiçoeiro.

12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Ef 6.12.

Nosso inimigo é um guerreiro milenar. Ele não prepara uma tentação para todos. O diabo tem uma fábrica de tentações e nessa fábrica tem muitos anjos seus trabalhando para ele. E tem mais, o diabo conhece a vida de cada um, ele tem sua ficha completa desde o dia em que você nasceu. Sabe quem são seus pais, a educação que recebeu os traumas psicológicos que carrega, onde cresceu e quem foram seus amigos; tudo está no arquivo do inimigo. Com estes dados, o inimigo prepara tentações personalizadas para você. A tentação sai da fábrica do diabo com "nome e endereço". Porque ele sabe que, o que é tentação para você, pode não ser para mim, e o que é para mim, pode não ser para você. É por isso que não podemos resistir ao inimigo com nossas próprias forças, para isso, a Bíblia diz:

7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Tg 4.7.

Quando falamos de tentação, temos que levar em conta que tentação não é pecado. Não se sinta mal quando um pensamento imundo sobe à sua cabeça. Não se sinta um pecador porque em seu coração aparece um sentimento negativo. Não se sinta miserável porque a tentação aparece em sua vida, pois você não é pecador porque é tentado. O pecado começa quando você passa a acariciar e se deleitar com a tentação.
Martinho Lutero tem uma ilustração interessante. Ele afirma que: "Você não pode impedir que os passarinhos voem por cima da sua cabeça, mas pode evitar que façam ninhos sobre ela." (Martinho Lutero). Portanto, se um passarinho está voando por aí, deixe-o voar, ele é livre, que voe por onde quiser. Agora, se o passarinho pegar uma palhinha, trouxer e colocar na sua cabeça, sair outra vez e trouxer outra palhinha, aí não! Você tem o direito de dizer: "Saia daqui!" Tentação é o passarinho voando, pecado é o passarinho fazendo ninho na sua cabeça. Lembre das palavras de Paulo:

10 Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Ef 6.10

Nenhum de nós gostamos de enfrentar lutas ou passar por tormentas, mas as batalhas são inevitáveis, pois estamos em guerra, por isso, edifique sua fé na Rocha! No livro dos Salmos a rocha é citada muitas e muitas vezes. Destas, todas exemplificam a Rocha como sendo um refúgio confiável, um lugar de segurança certa, de consolo, refrigério da alma, de salvação. A rocha se trata de um alicerce no qual nenhum mal pode nos incomodar ou atemorizar.

B – Nosso inimigo é forte e astuto

8 Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. 1 Pd 5.8

Você acha que vai vencer a tentação porque tem força? Não vai! E sabe por quê? Porque o inimigo que você tem é muito mais astuto do que você imagina. Quando o inimigo quer destruir você, ele não é bobo para se apresentar e dizer: "Oi, como vai, eu sou o diabo e estou aqui para arruinar a sua vida." O diabo se esconde, se disfarça e não se disfarça de coisas feias não! Ele escolhe as coisas mais bonitas.

14 E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. 2 Co 11.14.

Ele se esconde atrás de uma mulher bonita para arruinar a vida de um cristão. Ele se esconde atrás de um rapaz bonito para arruinar a vida de uma mulher cristã. Ele se esconde atrás de uma garrafa fascinante para arruinar a vida de uma pessoa. Acaso o inimigo mostra um fígado se deteriorando na garrafa de bebida alcoólica? Mostra um lar destruído pela bebedeira? Mostra um assassinato causado pela embriagues? Não! Ele mostra bolhas, pedras de gelo, uma maravilhosa aventura. Ele não mostra um maço de cigarros com um pulmão destruído pelo câncer, ele mostra um homem cheio de saúde, cavalgando pelas montanhas.
O inimigo se esconde atrás de filosofias, mensagens, ideologias e até de religiões bonitas. Ele não é tolo para escolher coisas feias. O diabo escolhe as melhores coisas, as mais belas, para enganar e arruinar.

13 Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo.
14 E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.
15 Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. 2 Co 11.13-15.

E uma vez que arruína, o diabo escraviza. Não se contenta somente em derrotá-lo, mas também humilha, pisa, estraçalha e leva ao fundo do poço, para depois dar uma gargalhada de vitória. É por isso que sua fé não pode estar edificada em cima de recursos humanos, Não pode estar edificada na Igreja, na doutrina, na música, nos irmãos ou no pastor. Sua fé tem que estar fundamentada em Cristo, unicamente em Cristo, porque somente Cristo pode vencer este inimigo e todas as coisas só têm sentido quando o centro de tudo é Cristo.

C – A nossa vitória em Cristo já está garantida

4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
5 Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? 1 Jo 5.4,5.

A vitória sobre o mundo, sobre as tentações do diabo, sobre a carne, sobre toda espécie de obstáculo à vida cristã, nós a alcançamos pela fé. E a Palavra de Deus dá um grande destaque para o papel da fé na vitória:

17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. Rm 1.17.

Vivemos pela fé e não pelo que vimos e ouvimos.

7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos. 2 Co 5.7.

A fé, pois, é um elo entre o homem e Deus. Ela traz à vida do homem o poder de Deus. A luta contra o poder do mal na vida do cristão deixa de ser só do homem para ser também de Deus e somente com Ele poderemos ser confirmados na fé.
Deus nos ama tanto que já garantiu a nossa vitória em Jesus Cristo. Qualquer palavra humana torna-se vazia, absolutamente inexistente, diante desta divina declaração de amor. Agora passamos por lutas, agora somos provados, agora passamos pelos vales, agora, você está vivendo o seu desafio, está diante de sua prova de fé, está subindo a sua montanha, o cume onde reluz a sua libertação pode parecer distante, anuviado e íngreme, porém, O Senhor diz:

10 não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.
13 Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo. Is 41.10,13.

O filho de Deus pode passar por crises difíceis, mas será um vencedor. Seja qual for a situação enfrentada, precisamos ter ânimo e confiança. Estamos a serviço do Senhor e Ele está do nosso lado. A vitória é certa! Às vezes Deus permite que nossa vida vire de cabeça para baixo para que andemos do lado certo da vida.
Deus está trabalhando em silêncio na tua vida! A tua vitória já está garantida! Ele pode reverter toda situação contrária. Quando Deus não muda o coração, Ele muda as circunstâncias. Deus atrasa muitas vezes nossos sonhos, porque os sonhos dele para nós são maiores. Creia nisso! Deus pode renovar tudo em sua vida! Coragem! Grande é o poder do Altíssimo.
Em que ou em quem você tem colocado a sua vida, a sua confiança? Nas mãos de Cristo ou nas mãos de bens materiais, coisas passageiras ou até mesmo em pessoas? Em breve, nada disto que existe, existirá mais. Neste exato momento você pode mudar tudo isso. Você só precisa crer de todo seu coração que Deus te ama e te deu uma chance de viver em segurança, e segurança eterna. E para isso Ele entregou Seu único Filho, Jesus Cristo, sem pecado, inculpável, inocente, que morreu sem merecer em nosso lugar, para que, através de Sua morte nós pudéssemos alcançar vida eterna.
Não sei como está sua vida, nem conheço seus problemas, mas Deus sabe todas as coisas. Como temos agido diante das situações de conflito, nos momentos de escassez e nas adversidades? Temos permanecido firmes, ou nos parecendo como aqueles que sempre têm uma reclamação na ponta da língua e que vivem dizendo: Deus não gosta mais de mim, ou até mesmo dizendo: Será mesmo que Deus existe? Quero te desafiar a viver diferente. Todas as manhãs quando você se levantar, repare bem o dia que acabou de nascer. Talvez, algumas vezes, estará fechado por causa da chuva, ou, algumas vezes, estará ventando por causa do frio, mas repare bem que o dia nasceu porque tem um Deus maravilhoso que não só fez o dia nascer, como também permitiu que você vivesse mais um dia. Não é maravilhoso? Então, precisamos obedecer a Deus. Ele disse:

18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. 1 Ts 5.18

Conclusão

Seja um confirmado na fé. Não olhe para trás, pois o que passou não volta. Não olhe para frente temendo o que possa vir. Confia e descanse no seu mestre. Não olhe para os lados, apavorando-se com as ondas do mar. Não olhe para as pessoas, pois todas são imperfeitas e decepcionam. Olhe para Jesus, e nele seja radicado, edificado e confirmado. Deus o abençoe. Amém!

Luiz Lobianco


luizlobianco@hotmail.com

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

REMINDO O TEMPO

15  Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, 16  remindo o tempo, porque os dias são maus. 17  Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. 18  E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 19  falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, 20  dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 21  sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5.15-21).
Introdução
Já reparou na rapidez com que transcorre o tempo? Os dias voam com uma velocidade impressionante! Mal a semana começa e já termina! A famosa propaganda do Banco Bamerindus dizia: “O tempo passa, o tempo voa...” E como voa! E quando o passado nos traz recordações, não parece que foi ontem que tudo aconteceu? Não parece que foi ontem que tínhamos 15 anos e queríamos logo chegar aos 18? Não parece que foi ontem que éramos ansiosos para termos o primeiro emprego, a primeira namorada, de casar e de constituir uma família? Pois é! Para muitos de nós este tempo já chegou e para alguns até já passou demais, tanto que hoje goza da presença de filhos e netos e se vê às portas da terceira idade! Mas todos tem algo em comum quando olham para trás: Que tudo passou tão rapidamente!
Percebemos esse rápido passar dos anos quando olhamos no espelho e começamos a notar a transformação que o tempo provoca em nossa aparência. São as rugas que chegam, os cabelos que vão ficando brancos, as dores que vem de todos os lados, a disposição e a energia que já não são mais as mesmas, a barriguinha que vai tomando outra forma, a calvície que vai crescendo a cada dia (quando cai o primeiro fio de cabelo nem damos muita importância, mas quando ele começa a fazer falta, um fio parece fazer muita diferença!). O passar dos anos provoca profundas transformações em todo o nosso corpo.
Mas o fato de o tempo passar rápido demais é muito relativo, porque, às vezes, o relógio parece parar no tempo. Ficar no hospital, por exemplo, cuidando de um doente, não parece que o dia nunca vai amanhecer? Enfrentar uma fila no banco não dá a sensação de que nunca vai chegar sua vez? E aguardar um telefonema ou uma notícia não parece que o telefone nunca vai tocar? Nestes momentos o tempo mais parece uma eternidade! Diante disso pergunto: Quanto tempo vale um minuto? Depende! Depende, por exemplo, do lado da porta do banheiro em que você está! Se estiver do lado de dentro o tempo parece não fazer muita diferença, mas se você estiver do lado de fora, apertado, segundos farão muita diferença! Em um acidente, por exemplo, segundos podem se resultar em vida ou morte!
Paulo, no texto acima, nos exorta sobre o tempo, a sermos prudentes e sábios, e não néscios e insensatos. Qual a fórmula? Remindo o tempo! E como fazer isso? Como fazer do tempo um aliado? Como usufruir do tempo de forma que nos traga benefícios e como evitar os males que o mesmo pode nos ocasionar?
01 – OS BONS EFEITOS DO TEMPO NA VIDA
A vida é um verdadeiro paradoxo. É uma ansiedade tão grande para chegar logo na fase adulta e alcançar a maioridade para depois torcer para que o tempo vá mais devagar, mas não adianta, ele não para! Na verdade, o tempo parece decolar para uma viagem frenética até seu destino final. E essa é uma realidade! Mas esse passar do tempo, apesar de deixar marcas profundas em nosso corpo, pode nos trazer muitos benefícios. Vejamos dois bons efeitos que o passar dos anos nos presenteia:
A) O passar do tempo nos amadurece
Amadurecimento nada tem a ver com a idade! Amadurecer está muito mais ligado com as experiências vividas do que com o tempo de vida. Isso significa que um jovem de vinte e poucos anos, por exemplo, pode ser mais maduro do que alguém que passou dos cinquenta. De acordo com o Dicionário Michaelis" maturidade significa:
(...) Estado ou condição de ter atingido uma forma adulta ou amadurecida; qualidade daquele que, por ter atingido a idade madura, age com reflexão, com bom senso e prudência(...).
Na verdade, amadurecimento nada tem a ver com a idade! Amadurecer está muito mais ligado com as experiências vividas do que com o tempo de vida. Isso significa que um jovem de vinte e poucos anos, por exemplo, pode ser mais maduro do que alguém que passou dos cinquenta, porque uma pessoa madura é aquela que consegue lidar de forma mais serena com os problemas e sabe aproveitar as mudanças da vida para crescer. Portanto, maturidade é saber lidar melhor com os acontecimentos decorrentes da vida, sejam eles de ordem pessoal, profissional ou emocional. Trágico foram os acontecimentos na vida de Jó decorrentes de uma prova de sua fidelidade a Deus, mas ele aprendeu e tirou lições preciosas para a vida com tudo que aconteceu, pois no final ele diz a Deus:
Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem (Jó 42.5).
O princípio para se tornar uma pessoa madura é começar a pensar mais antes de agir e considerar as consequências para tomar decisões mais sábias. Uma pessoa amadurecida dá muita importância ao velho ditado popular: “a pressa é inimiga da perfeição”. Isso significa que quanto menos refletir, maiores são as chances de se ter resultados catastróficos e diferente daquilo que se esperava. Neste sentido o amadurecimento de um indivíduo é algo que deve ser conquistado dia após dia, com base em todas as experiências vividas, porque ninguém se torna maduro do dia para a noite, assim como os frutos da terra, nós nascemos verdes e é com o passar do tempo que vamos amadurecendo.
Entretanto, mesmo com todas as experiências vividas, as pessoas maduras também cometem erros, pois continuam sendo humanas. A diferença está na forma como reagem ao falhar. Ao invés de ficarem se lamentando e se culpando pelo que aconteceu, procuram tirar lições desse erro para fazerem diferente da próxima vez. Por isso, sempre que algo tiver um resultado diferente ao que se esperava, evite desperdiçar o seu tempo com lamentações e sentimento de culpa que só fazem te limitar e perder seu tempo. Adote uma postura positiva e analise a situação, a fim de entender o que poderia ter sido feito de forma diferente. Faça das suas falhas algo que amplie a sua visão, que te ensine novos caminhos e não algo que te bloqueie e impeça de enxergar adiante, porque muitas pessoas passam a vida reclamando e não percebem o quanto essa atitude pode ser nociva. Ver sempre apenas o lado ruim das situações é altamente prejudicial porque impede que as oportunidades sejam aproveitadas. São muitas sábias as palavras de Moisés no salmo 90, em que ele fala da transitoriedade do homem:
Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio (Sl 90.12).
Moisés era alguém que tinha muita intimidade com o Senhor. A Escritura diz que o Senhor falava com Moisés como um amigo, face a face. Mesmo assim, Moisés estava pedindo sabedoria. Se Moisés pedia sabedoria, quanto mais nós precisamos pedi-la para aprendermos a contar os nossos dias, para aprendermos a remir o tempo!
A cada ano que passa envelhecemos, é verdade, mas nos tornamos mais sábios, porque o tempo nos enriquece com sabedoria e experiência. Pelo menos é o que deveria ser! Afinal, aprendemos mais com nossos erros do que com nossos acertos. E como diz o velho ditado popular: Errar é humano, repetir o erro é burrice!
As mudanças físicas com o passar dos anos são inevitáveis. Nossa pele enruguece, nossos cabelos branquejam ou caem, as juntas parecem enrijecer, a energia vai se esvaindo, mas interiormente este envelhecer vai se transformando em um amadurecimento saudável com profundas transformações em nosso caráter.
B – O passar do tempo cicatriza feridas
Nossa jornada neste mundo não é nada fácil! Ao longo dela, não somente presenciamos tanto choro e sofrimento na vida de tantas pessoas, como também, muitas vezes, eles fazem parte de nossa vida. Tanto isso é realidade que Paulo chega a dizer:
Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora (Rm 8.22).
E ele não exclui os filhos de Deus desse sofrimento sufocante, pois continua:
E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo (Rm 8.23).
Fato é que não estamos isentos de sermos feridos no corpo e na alma ao longo de nossa jornada. E este é o maior problema da dor é que ela precisa ser sentida, pois não há como pular essa etapa. E o que fazer com as feridas expostas da alma? Muitas vezes a única opção que nos resta é deixar o tempo passar, porque o passar do tempo é um excelente remédio para a cicatrização de feridas, de ofensas, de mágoas e de decepções.
Eu sei que você pode estar pensando que é apenas um clichê, que pode estar pensando que já ouviu essa frase um milhão de vezes e ainda não ter encontrado sentido algum nela em sua vida. Pode ser que estamos tão machucados e sofrendo a tanto tempo que não somos capazes de enxergar uma saída daquela situação que nos magoa tanto e tudo o que conseguimos ver é a dor e o sofrimento que lateja no coração. É tanto que parece que não vamos aguentar por mais tempo. Mas o tempo cicatriza as feridas! E quem não tem algum tipo de ferida para ser cicatrizada? Ferida causada por marido, ferida causada por esposa, ferida causada por pais, ferida causada por filhos, ferida causada por irmãos, ferida causada por amigos, por colegas de trabalho. Mas todas elas têm algo em comum: Precisam ser tratadas e curadas!
Somente o tempo cura o que julgamos ser incurável. Somente o tempo conserta o que achamos que não tem conserto. E como isso funciona? Eventualmente, os dias vão se passando e a dor se torna menos intensa, e você vai percebendo que ela vai diminuindo aos poucos, tão lentamente que, às vezes, nem é possível perceber. Até que um dia acordamos e olhamos para aquela ferida, que antes doía tanto e que achávamos que seria impossível de cicatrizar e percebemos que ela já não dói tanto. Claro que ainda é doloroso olhar para ela e lembrar de tudo, porque o tempo cicatriza as feridas, mas do coração elas podem jamais sair. Entretanto, com o passar do tempo começamos a perceber que ela incomoda bem menos. É assim que funciona! Um dia, tudo o que te magoou não passará de uma cicatriz, que estará lá não para te lembrar da dor, mas para te lembrar o quanto você foi forte, para te lembrar que tudo passa.
Caso não seja ainda esta a realidade de sua vida não se culpe por ainda não estar bem, por ainda não ter superado algum trauma sofrido. Algumas coisas levam tempo e cada pessoa tem o seu próprio ritmo. Dê os seus próprios passos, sem se comparar com ninguém, porque amanhã essa realidade pode se tornar um pouco mais palpável em sua vida. Amanhã as lembranças podem não ter um gosto tão amargo como as tem hoje. Espere, porque dia após dia você vai se recuperar. É preciso dar um passo de cada vez neste processo tão delicado e doloroso. Saiba que haverá um dia em que o tempo levará a dor embora. Haverá um dia em que a dor que te atingiu te deixará, pois ela nunca habitará em ti para sempre. Haverá um dia em que a dor passará apenas de uma trágica lembrança do passado. Haverá um dia em que você será capaz de compreender o quanto esta dor que estás passando foi importante para o seu amadurecimento. Haverá um dia, em que você acordará com novas perspectivas, com novos pontos de vista. E esse dia chegará quando você menos espera.
O tempo pode cicatrizar todas as feridas, é verdade, mas não devemos nos esquecer de que o tempo cicatriza quando nós permitimos que isso aconteça, porque podemos alimentar uma mágoa por longos anos e não permitir a sua cura, a sua cicatrização. Lembre-se de que feridas cutucadas podem se tornar feridas expostas. Aceite e trate suas dores e o que te fere. Aceite e trate suas perdas e suas mágoas. Só assim é possível melhorar. Só assim é possível mudar o cenário de tua vida. Fixe-se no futuro, no que te espera, na pessoa maravilhosa que você pode se tornar. Alimente em seu coração o sentimento de superação porque você pode. Se está difícil fazer as coisas acontecerem neste sentido peça ajuda, não tente sozinho. Volte-se para Deus, porque nele você jamais encontrará decepção. Pense na eternidade, nas maravilhas que lá nos espera. Paulo, falando dos nossos sofrimentos neste mundo, disse:
Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm 8.18).
E Isaias, falando da eternidade diz:
Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas (Is 65.17).
Como esquecer tanta dor e tanto sofrimento? Somente tendo um gozo muito superior dessas dores e desses sofrimentos. Isso nos deixa a impressão de que nem tudo sobre o Céu nos foi contado. Em outra oportunidade, quando Paulo testemunha de quando foi arrebatado ao Céu, disse que:
Foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir (2 Co 12.4).
Parece que Paulo não escreveu sobre tudo que viu e ouviu no Céu. Se o pouco que sabemos do Céu já nos deixa encantados por ele, imagina se soubéssemos de tudo! Pense nestas maravilhas e permita que o tempo cicatrize as suas feridas.
02 – OS MAUS EFEITOS DO TEMPO NA VIDA
Infelizmente o passar do tempo não nos traz somente benefícios, pois junto dele vem também alguns malefícios. E quais são eles?
A) O passar do tempo traz a velhice
Você já assistiu ao filme “O Curioso Caso de Benjamin Button?” No filme ele é um homem que nasce velho e rejuvenesce à medida que o tempo passa. Nasce velho e morre um bebê. Teoria só para filme mesmo, porque a realidade é ao contrário: Nascemos um bebê e logo morremos velho (se chegarmos lá), porque o tempo passa, e nesse tempo que voa, a cada dia sentimos as mudanças do nosso corpo e começamos a perceber que, desde que nascemos, o gráfico do nosso corpo não é crescente, mas sim decrescente. A Bíblia confirma isso nas palavras de Jó que disse:
O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece (Jó 14.1,2).
Ele está se referindo ao corpo, que nasce belo e formoso, com todo vigor, e morre velho e falido, como a flor, tão esplendorosa em seu nascimento, mas termina sua existência murcha. O salmista fala a mesma coisa quando diz:
Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce; pois, soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá, daí em diante, o seu lugar (Sl 103.15,16).
Esta mudança radical do corpo faz as pessoas temerem a velhice, mas este é o destino de todos e independente de estarmos ou não preparados vamos chegar lá. Alguns se adaptam rápido e vivem no ritmo da vida, enquanto que outros demoram um pouco para entrar na dança, mas para algumas pessoas esse fato tão natural é traumatizante. A velhice é um dos maiores desafios da ciência. Descobrir a forma de neutralizar os efeitos do envelhecimento é o sonho de qualquer cientista e os arquibilionários dariam toda sua fortuna pela “fonte da juventude”. Mas o mais longe que a ciência chegou até agora foi amenizar a situação, fazendo da indústria do bem-estar uma das mais prósperas dos últimos anos. E não há nada de errado em se buscar viver melhor, de uma forma mais saudável, desde que isso não vire obsessão.
Podemos encarar o envelhecimento como uma cerimônia, como uma preparação para recebermos a imortalidade. Na imensurável sabedoria de Deus, antes de Ele nos conceder a imortalidade, nos faz passar pela mortalidade, antes de nos conceder um corpo imortal, Ele nos concede um corpo mortal, antes de nos dar a vida eterna, Ele nos faz viver em um casulo, de forma que, quando este casulo se romper estaremos prontos e renasceremos imortais. E não é isso que está acontecendo comigo e com você? Não estamos vivendo em um corpo que está falindo? Um corpo que está perdendo seu vigor? Não temos que ficar deprimidos com as chagas do envelhecimento. Sei que não é nada fácil perder o vigor, perder a saúde, conviver com dores, mudar o estilo de vida em função de doenças, mas na verdade o corpo está como que expurgando todo este mal que nada mais é do que um intruso que penetrou surdinamente na criação de Deus. É isso que Paulo quer nos falar quando diz:
Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo (que é nosso corpo) se desfizer, temos da parte de Deus um edifício (outro corpo), casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo (neste corpo), gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial (novo corpo); Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo (neste corpo) gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto (2 Co 5.1-5).
Portanto, meu amigo, não estamos morrendo, mas sim sendo preparados para recebermos a imortalidade. E um dia, mais cedo ou mais tarde, o tempo de todos nós aqui chegará ao fim. Um dia assisti a um programa na TV que mostrou uma cena que me comoveu. O programa falava sobre a Coréia. Entre tantas coisas mostraram um grupo de mulheres que mergulhavam no mar, sem auxílio de oxigênio, para colherem conchas. Era o meio de subsistências dessas mulheres. Após horas exaustivas de mergulho saíram da água e o locutor informou que suas jornadas de trabalho haviam terminado por aquele dia e que amanhã começaria tudo novamente; mas não para todas! Percebi que a maioria delas eram mulheres já idosas e mostrou uma delas que deveria ter já quase 90 anos. Ela estava extremamente exausta e quase não conseguia carregar sua produção. Ouvi-a dizer, com um olhar triste em seus olhos, que não dava mais para ela, que chegou a vez de ela parar; aquele foi o seu último mergulho! Não sei quanto tempo mais ela tem de vida, mas não poderia mais fazer aquilo que, talvez, tenha feito desde a infância. Assim é a velhice! Ela vai nos limitando aos poucos!
Na consumação da velhice vem a morte e este corpo, então, volta de onde veio: Do pó da terra! E onde vai parar toda a vaidade que ostenta o corpo? Para onde vai toda a inveja que ocupa o coração e que tanto mal causa a tantas pessoas? Para onde vai todo aquele orgulho que tanto cega a ponto de fazer a pessoa achar que o mundo gira em torno de si mesma e que todos ao seu redor são seus súditos? O que acontece com todo aquele egoísmo que faz a pessoa pensar somente em si mesma e a querer apenas a satisfação de seus próprios desejos? Que fim leva toda aquela maldade que prejudica a vida de tantos, os fazendo sofrer e chorar? Qual vai ser o destino de todo aquele ódio instalado no coração, incapaz de perdoar, mas autossuficiente a ponto de matar seu irmão? Tudo isso não acompanha o corpo, mas sobe com o espírito.
Ai de nós se não amadurecermos com o passar dos anos! A velhice vem com certeza, assim como depois dela vem a colheita daquilo que semeamos! Depois da vida vem a morte e com ela a prestação de contas! O amadurecimento nos traz bons frutos, mas a revolta e a amargura podem apodrecer os frutos da nossa colheita.
B) O passar do tempo desgasta os relacionamentos
O desgaste nos relacionamentos é outro malefício que pode acompanhar o passar dos anos, sendo como uma peça qualquer, que ainda que não quebre se desgasta com o tempo. E o mesmo ocorre com as relações, pois elas se desgastam com o dia a dia e se não forem alimentadas e regadas continuamente podem se romper. Em um mundo ideal não haveria desgaste em nenhum relacionamento, mas estamos longe de viver neste mundo ideal, pois vivemos na vida real e na vida real sentimentos e atitudes mudam. Isso pode acontecer, por exemplo, no casamento, pois com o passar do tempo a paciência parece não ser mais a mesma, e no decorrer dos anos os elogios vão dando lugar para as palavras rudes e cada vez mais não assumimos a culpa, pelo contrário, apontamos os erros. Às vezes, estas mudanças são tão drásticas e desastrosas que o fim de um relacionamento se torna inevitável. Não deveria ser assim! Miria Kutcher diz:
Quando um casal está junto, desenvolve-se uma sintonia fina que funciona tanto para os bons quanto para os maus momentos.
A verdade é que quando um relacionamento não vai bem, se não for cuidado e buscado ajuda e soluções, o tempo o piora a cada dia. Achamos que somos fortes e que podemos suportar, mas desprezamos o fator tempo e ele, lentamente, vai aplicando em nós os seus malefícios sem que nos atentamos a isso. Recusamos ajuda e a buscar soluções para amenizar os conflitos, mas essas coisas são como um balão que vai inchando cada vez mais e uma hora explode, provocando tremendos estragos. E o tempo é o ar que incha este balão. É isso que pode acontecer com o passar dos anos em um relacionamento, pois o aumento da intimidade de um casal podem ser fatores decisivos para que o fogo da paixão dê lugar a uma relação desgastada e a partir daí tudo vira uma simples rotina.
Mas não é só no relacionamento de um casal que podemos encontrar desgaste causado pelo tempo. Pode acontecer também no relacionamento entre pais e filhos. Quando são ainda bebês pegamos nossos filhos no colo e o acalentamos quando choram, e até passamos noites em claro cuidando deles, preocupados, tristes quando adoecem e até choramos com eles. Mas logo eles crescem, começam a percorrer seus próprios caminhos, tomar as suas próprias decisões, a fazer suas próprias escolhas e junto com tudo isso vem as discórdias, os conflitos e a impaciência vai dando lugar àquele delicado cuidado que tínhamos anteriormente com nossos filhos.

E na vida cristã a realidade não é diferente, pois nosso inimigo sabe que o tempo é o seu maior aliado. Ele sabe de como temos a tendência para o desânimo, a disposição para criação de rotinas e a dificuldade para a perseverança. Logo permitimos que as tarefas e os afazeres nos tornem indiferentes com Deus e com a igreja. Vivemos períodos, dias e até anos infrutíferos sem nos importarmos com isso. Temos a facilidade de permanecermos estagnados, parados, inativos não somente por longos períodos como também pode acontecer que seja para sempre; isso quando não regredimos e abandonamos de vez a vida cristã.
O esfriamento espiritual pode ser traduzido como a perda da paixão por Deus, perda do primeiro amor e distanciamento de nosso Senhor Jesus Cristo, coisa que, Infelizmente, qualquer cristão está sujeito. A frieza espiritual é, sem dúvida, uma das piores coisas na vida do cristão, pois perde-se totalmente a vontade de orar, de ler a Bíblia, de ir à igreja, de cantar louvores, sem contar que outras coisas vão entrando sorrateiramente e ocupando o lugar de Deus. Cuidado, porque ninguém se esfria na fé da noite para o dia; é um processo longo que aponta para um desleixo diário, que pode ser visto no abandono gradativo da leitura da Bíblia e da oração.  Precisamos ouvir urgente a exortação de Paulo:
Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará (Ef 5.14).
A boa notícia é que há remédio para curar e evitar o desgaste nos relacionamentos. Como casal precisamos cuidar da rotina para que ela não esfrie as paixões. Como pais precisamos sempre zelar com paciência pelos nossos filhos e como cristão vigiar para que não caiamos na frieza espiritual. E para isso não há outra receita a não ser recomeçar, voltar ao primeiro amor e olhar para Jesus Cristo, o único que pode revitalizar e reanimar o abatido. Em outras palavras, é necessário um esforço, uma determinação nossa, acompanhada com a ação do Espírito Santo para nos levantarmos e partirmos em direção certa. Lembre-se daquele cântico que diz:
Há momentos que na vida
Pensamos em olhar atrás
E é preciso pedir ajuda
Para poder continuar.
E clamamos o nome de Jesus
Ele nos ajuda a carregar a cruz.
O tempo passa tão rapidamente que olhar para trás só piora a situação. Não olhe para o passado, siga em frente no presente e avance para o futuro, porque o tempo não para.
03 – APRENDENDO A REMIR O TEMPO
É verdade que o tempo desgasta, mas ele também constrói. Para isso é necessário usá-lo de forma correta, "remindo o tempo", ou seja, aproveitando bem o tempo, aproveitando ao máximo o tempo. Por quê? Paulo responde:
16  ... porque os dias são maus.
Isso indica que as condições que encontraremos lá fora serão desfavoráveis para o cristão, desfavoráveis a tomar a atitude correta. O que fazer? Paulo nos diz:
15  Portanto, vede prudentemente como andais...
Agir com sabedoria, fazer o bom uso do tempo e daquilo que vamos adquirindo com o passar dos anos. E como fazer assim? Paulo responde:
15  Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios,
Agir com prudência significa dar grande atenção ao tempo, aos relacionamentos, ao coração e a fé. Cada momento é precioso e precisa ser apropriadamente usado. E qual a forma ideal de fazer isso?
A) valorizando as prioridades da vida
Quando pensamos em como usar o nosso tempo ou como usá-lo melhor para o Senhor, a primeira coisa que precisamos ver é quais são as prioridades do nosso coração, quais são as coisas mais importantes na vida.
Ainda que sejamos peregrinos neste mundo, nós estamos vivendo na terra. Não somos deste mundo, mas vivemos aqui. E precisamos olhar para o Senhor e perguntar a Ele quais são as prioridades que Ele tem para a nossa vida. E Paulo, em Efésios, coloca as coisas em uma ordem de prioridade para nós. Vejamos esta ordem:
A1) Nossa vida com Deus
A primeira coisa nessa prioridade é a nossa vida com Deus. A Bíblia diz:
18  E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 19  falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, 20  dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, 21  sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5.18-21).
A prioridade número um para nós é a nossa vida com Deus. Quando pensamos em prioridades, no que gastar o nosso tempo, precisamos ver qual é o primeiro lugar que Deus coloca para nós. A primeira coisa que o Senhor nos coloca é a nossa vida diretamente com Ele. Jesus um dia falou:
Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).
Precisamos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas nos serão acrescentadas. Mas freqüentemente invertemos essa ordem, procuramos as outras coisas e não procuramos o reino de Deus. E quando isso acontece o resultado final só pode ser desastroso.
A2) Nossa vida em família
Esta deve ser a segunda prioridade para nós. E para isso não regra melhor do que a descrita por Paulo:
22  As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23  porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24  Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. 25  Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela  (Ef 5.22,25).
Paulo fala da relação entre marido e mulher, mas fala também sobre a relação pais e filhos:
1  Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. 2  Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa, 3  para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. 4  E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef 6.1-4).
Quando o Senhor Jesus falou com os escribas e fariseus, Ele estava chamando a atenção deles por causa de suas tradições, porque eles diziam que se fosse oferecido alguma coisa ao Senhor em desatenção aos seus pais, isso seria justo. Mas Jesus lhes disse:
3  Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? 4  Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. 5  Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim; 6  esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição (Mt 15.3-6).
Muitas vezes dizemos que queremos servir ao Senhor, e deixamos de lado os nossos pais ou a nossa família, e isto é uma inversão das prioridades de Deus. Às vezes, nós que somos casados, queremos servir ao Senhor, e colocamos a obra em primeiro lugar. Mas Deus nos diz que devemos seguir as prioridades da vida e isto significa dar atenção às nossas famílias, às nossas esposas e aos nossos filhos. Isto é muito importante.
Não estou querendo dizer que não temos que estar na obra do Senhor. Mas é necessário ter um equilíbrio. Para que sejamos edificados, para que haja harmonia em nossas vidas, para que o nosso tempo seja bem investido, precisamos ter essa ordem de Deus muito claro em nossos corações.
A3) Nosso trabalho
Paulo não deixa de falar do trabalho e do relacionamento entre patrão e o trabalhador. Ele diz:
5  Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo, 6  não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; 7  servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, 8  certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre. 9  E vós, senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com ele não há acepção de pessoas (Ef 6.5-9).
A terceira prioridade na sequência é com respeito ao nosso trabalho, a respeito dos servos e os patrões. É muito triste vermos irmãos preguiçosos, que não gostam de trabalhar. E nesta área precisamos tomar muito cuidado! Às vezes, temos colocado o trabalho em primeiro lugar. E dizemos: 'Eu preciso trabalhar para sustentar a minha família', e então trabalhamos muito. Muitas vezes isso é um engano do coração. Lembrem-se do povo de Deus no Egito? Uma das estratégias de faraó foi pôr mais trabalho sobre o povo.
6  Naquele mesmo dia, pois, deu ordem Faraó aos superintendentes do povo e aos seus capatazes, dizendo: 7  Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si a palha. 8  E exigireis deles a mesma conta de tijolos que antes faziam; nada diminuireis dela; estão ociosos e, por isso, clamam: Vamos e sacrifiquemos ao nosso Deus. 9  Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que nele se apliquem e não dêem ouvidos a palavras mentirosas Ex 5.6-9).
Esse é um sistema que impera hoje também. Tiram a palha e temos que produzir mais. Precisamos colocar as coisas em ordem. As prioridades de Deus devem estar em seu lugar. Por isso, esta palavra de Paulo é muito importante. Então, se desejamos ordenar o nosso tempo segundo a vontade de Deus, é importante que vejamos estas prioridades. Por isso o Senhor está dizendo que devemos viver prudentemente, como sábios, e não como néscios.
Neste assunto de remir o nosso tempo, necessitamos em primeiro lugar de ver as prioridades do Senhor. As prioridades da vida não podem estar invertidas. Quando isso acontece sempre há prejuízo. Muitas vezes temos percebido no meio do povo de Deus muitos prejuízos, muitos desastres, muitos desgastes, muitas pessoas feridas, porque as prioridades estão invertidas. É um grande prejuízo quando não percebemos as prioridades de acordo com a vontade do Senhor.
Conclusão
A engrenagem bem lubrificada não se desgasta. Assim também, o relacionamento alimentado e regado com o amor não se torna um peso, mas sim algo agradável a cada dia que passa.
Quando Paulo diz que devemos remir o tempo, ele quer enfatizar que devemos transformar nosso tempo limitado em valor eterno. É isso que precisamos aprender na vida, porque se o tempo não volta, então, ele precisa ser bem aproveitado.
Tudo que fizermos em excesso com certeza nos será prejudicial. O adolescente que vive a vida na frente do computador, poderá colher uma doença cedo, em plena imaturidade pode tornar-se inútil, inativo e imprestável por não ter se cuidado e divido corretamente seu tempo.
Aquilo que o homem semear colherá. O que você semear com o uso de seu tempo, colherá neste mesmo tempo. Talvez, colherá um pouco mais tarde, mas não deixará de colher. Por isso temos que usar bem cada oportunidade. Fazer o bom uso do nosso tempo. Precisamos dar atenção aos relacionamentos, ao coração e a fé. Se não agirmos assim, atrairemos para nossas vidas tristeza, depressão, fracasso e derrota.
Que o Senhor nos abençoe e nos dê clareza a respeito das suas prioridades; que não invertamos essas prioridades, e que também não enfatizemos mais umas em detrimento de outras. Procure remir o tempo, e viver sabiamente cada dia, aproveitando a cada oportunidade, buscando sempre a direção de Deus e a vontade de Deus para a sua vida. Cuide de seus relacionamentos, tanto com as pessoas como com Deus. Não seja néscio e nem insensato, mas prudente. Este é o segredo e o caminho da bênção e da vitória! Que Deus assim te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco

Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O ANUNCIADO NO MONTE MORIÁ

1 Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
2 Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.
3 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.
4 Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.
5 Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.
6 Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.
7 Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8 Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.
9 Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha;
10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.
11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!
12 Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.
13 Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.
14 E pôs Abraão por nome àquele lugar—O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá (Gn 22.1-14).


Introdução

A história de Abraão e de seu filho Isaque é uma história impressionante, pois ela é extremamente rica em detalhes. Quando a lemos, é como se fôssemos puxados para dentro da história, envolvendo-nos com cada detalhe e sentindo o drama aumentar a cada frase. Abraão tinha de Deus a promessa de que viria a ser o pai de muitas nações. Nessa época, Abraão e Sara não tinham filhos. Os anos se passaram, a promessa era sempre lembrada, pois Deus falava sempre a Abraão que dele e de Sara, nasceria um filho. Mas os anos foram passando e ambos, já em idade avançada, não tinham mais condições de gerar um filho, contudo Abraão não duvidava da promessa de Deus. Certo dia Sara, quando já havia cessado os costumes das mulheres, deu a Abraão uma notícia bem alegre: estava grávida! Deus cumprira sua promessa! Sara deu a luz a um filho que por determinação de Deus chamou-se Isaque, que quer dizer “sorriso”.

Quando Isaque era jovem, Deus disse a Abraão para oferecê-lo em sacrifício. Abraão sabia que Deus não aceitava sacrifícios humanos, mas obedeceu-O, indo ao lugar determinado por Deus levando consigo seu filho para ser sacrificado. Chegaram ao local determinado e prepararam o altar, então Abraão contou a Isaque todas as coisas e o amarrou para ser sacrificado. Ao levantar o cutelo para imolá-lo, Deus impediu Abraão de sacrificar Isaque e providenciou um cordeiro para subistituir Isaque. Apesar de Isaque ter sido salvo da morte, o local adquiriu uma grande reverência. Este lugar santo no Monte Moriá seria, mais tarde, o local do Templo. Destaca-se no texto:

- A figura de Abraão e seu amor sacrifical que nos aponta para uma entrega ainda maior: a que Deus fez de Seu Filho.
- Destaca-se também Isaque, a vítima calada que participa passivamente e simboliza a gigantesca submissão do Filho de Deus.
- Desta-se, acima de tudo, o carneiro preso entre os chifres, o cordeiro substituto, que é o fruto máximo da provisão de Deus.

Como deu para perceber, tudo nessa narrativa apontam-nos para os eventos da obra de Cristo. Isso demonstra claramente os planos divinos com respeito à morte de Jesus, “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Podemos tirar três lições importantes para nós deste episódio:

1 – A ABNEGAÇÃO DE ABRAÃO

1 Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
2 Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.
3 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.
4 Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.


O que se nota neste texto com a pronta obediência de Abraão é sua abnegação. Ele amava seu filho Isaque com certeza, tanto que Deus confirma isso quando diz “a quem amas”, mas não hesita em oferecê-lo ao Senhor. Quero destacar aqui três coisas:

A – O teste final para a confirmação da promessa

1 Depois dessas coisas ...


Depois do que? Do nascimento do filho da promessa. A promessa era um descendente e dele sairia uma grande nação através da qual seriam benditas todas as nações da terra. Agora, antes de confirmar a promessa, Deus coloca Abraão a prova. A prova era demasiadamente difícil, mas igual em proporção à bênção com a qual Abraão seria abençoado. Deus estaria para confirmar Sua promessa e fazer a descendência de Abraão numerosa como as estrelas do céu.

Deus sempre age assim. Antes de conceder uma grande bênção a alguém, aquele que conhece e prova os corações, coloca em teste para ver o preparo da pessoa e confirmar a bênção. Foi assim com a nação de Israel. A terra era prometida, mas antes foram provados se realmente seriam fiéis. Somente com a fidelidade Deus confirmaria a promessa. Israel foi reprovado e colheram grandes conseqüências de sua desobediência.

Isso nos mostra que a vitória não significa o fim da guerra, nos mostra que quando recebermos de Deus a sua bênção, não podemos relaxar e abaixar as defesas e nos mostra também que depois de sermos aprovados, devemos nos preparar para novamente sermos postos a prova, pois a provação é uma escada cujos degraus nos conduz para o alto, para a perfeição e o completo conhecimento daquele que nos molda segundo seu querer, que forja em nós seu caráter conforme a Sua vontade.

B – A prontidão e o desprendimento de Abraão

É impressionante a prontidão de Abraão em obedecer a Deus:

1  ... pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
2 Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.
3 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.


Ele não questiona. Aquilo vinha em desencontro com a promessa que lhe fora feita pelo mesmo Deus que agora pede o sacrifício e a morte de seu filho. Não havia sentido naquele pedido de Deus. Como Ele pediria a morte daquele sem o qual significava o fim de sua descendência? E a promessa? E a grande nação numerosa como as estrelas do céu? Ele não questionou, mas prontamente obedeceu.

Outra coisa que se destaca é o desprendimento de Abraão. Isaque era o único filho legítimo de Abraão. Ele era toda a sua esperança, toda a sua alegria. Abraão não poderia mais ter filhos devido a idade avançada. Além do mais, se Isaque morresse, ele ficaria sem descendência. Abraão tinha todos os motivos para se negar a obedecer a Deus e não oferecer o próprio filho em sacrifício. Aquela exigência parecia ser tão desumana e cruel, mas ele não hesita em se desprender de seu filho:

3 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.


Outra coisa que se destaca no texto é o amor de Abraão pelo seu filho:

2 Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas ...

Abraão esperou muitos anos até que Isaque, o filho da promessa, finalmente nascesse. Abraão amava o filho de forma indescritível. Era o filho de sua velhice, fruto de um verdadeiro milagre de Deus, pois Sara era estéril. Entregar o próprio filho, amado e inocente, para ser morto era a maior prova de desprendimento e abnegação que se poderia exigir de um homem como Abraão. Isso nos mostra que quando Deus nos pede algo, Ele pede o que temos de mais precioso. Ele é glorificado quando oferecemos a Ele o melhor que temos, quando dedicamos a Ele o nosso maior tesouro. Por isso que Deus quer toda a tua vida, por isso que Deus quer todo o teu coração. Ele é Deus, o Todo-Poderoso, o Soberano Absoluto do Universo e devemos oferecer a Ele a nossa jóia mais preciosa.

C – O lugar e o tempo como teste final

4 Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.


Deus não indicou um lugar qualquer para que o sacrifício fosse realizado. Precisava ser na terra de Moriá, sobre um dos montes que ficava a três dias de viagem. Por qual razão Deus mandou Abraão sacrificar Isaque a três dias de distância do lugar onde ele estava? Por que será que o Senhor não indicou um local mais próximo? Ele não poderia ter apontado outra montanha naquela redondeza? Não havia naquelas proximidades um local propício para um ato deste tipo? É claro que sim. Mas, então, por que a três dias de distância? Por que não, por exemplo, à uma hora de distância? Se Deus estava provando Abraão, então a prova deveria ser completa. Abraão teria três dias para mudar de idéia. Deus concedeu-lhe tempo suficiente para que ele dissesse um não a sua ordem. No entanto, ainda assim, Abraão foi fiel a vontade de Deus.

Abraão agiu calmamente. Levantou de madrugada, preparou o jumento, chamou os servos, rachou a lenha, chamou Isaque e foi ao lugar determinado. Dá para imaginar o que se passava pela cabeça dele ao fazer todos aqueles preparativos? Além de ir sacrificar seu filho, ele teria ainda que andar três dias com tão grande remorso no coração! Dá para imaginar o que se passou em sua mente durante este percurso? Embora tivesse três dias para mudar de decisão, ainda assim ele permaneceu firme na dura missão de sacrificar o seu precioso filho. Que fé! Que obediência! Não é à toa que Abraão é considerado o "pai da fé", e os que, hoje pertencem à fé são seus filhos: "Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão" (Gl 3.7).

Podemos identificar nessas atitudes de Abraão muitas coisas semelhantes à atitude do próprio Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que também entregou seu único Filho para ser sacrificado pelos nossos pecados.

- Deus não se recusou a entregar seu Filho, mesmo sendo o único e amado (Pv 8):

16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).


- Jesus era absolutamente inocente, nada tendo feito para merecer a morte:

26 Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus (Hb 7.26).

21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,
22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca (1 Pd 2.21,22).

- Deus começou de madrugada a preparar o mundo para a vinda de Jesus, que culminaria com o seu sacrifício na cruz do Calvário, pois desde Gênesis temos a promessa da vinda do Cordeiro:

15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3.15).

8 e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8).


A pessoa do Pai, sua abnegação e seu desprendimento estão muito bem tipificados na figura de Abraão. Deus enviou Jesus, seu único Filho como Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo e para o Filho de Deus não houve substituto. Jesus subiu ao Calvário, sofreu pagando os nossos pecados e por fim morreu na cruz em nosso lugar. Jesus nos livra da condenação eterna e para isso é necessário crer nele e aceitá-lo como único e suficiente Salvador. Ele e somente Ele, pode dar ao pecador o perdão e a certeza de vida eterna e resolver todos os problemas como enfermidades, angústias, desesperos e incertezas. Jesus é o refrigério da alma cansada, é o pão que alimenta, é a vitória total e final.

2 – A SUBMISSÃO DE ISAQUE NO SACRIFÍCIO


5 Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.
6 Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.


Chegaram ao local do sacrifício. A atenção agora se volta para Isaque, filho de Abraão, que se sujeita ao sacrifício. Duas coisas chamam a atenção:

A – A subordinação de Isaque

O que nos chama a atenção no texto é a docilidade de Isaque. Ele não reage, não corre, não foge, não questiona. E o que mais tipifica Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo”, é que Ele foi dócil e submisso a tudo o que tinha de passar:

7 Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca (Is 53.7).


Mesmo quando seus inimigos o agrediam, ele não revidava.

23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente,
24 carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados (1 Pd 2.23,24).


Mesmo naquela hora mais difícil, ali no Getsêmani, sabendo do imenso desafio que tinha pela frente, onde havia tempo ainda de desistir, Ele estava pronto e submisso ao Pai:

41 Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava,
42 dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.
43 Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava.
44 E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra (Lc 22.41-44).


Jesus foi submisso até o fim. Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz. A maior dor de Jesus não era a física, mas a espiritual. Ele era inocente das acusações. A dor moral é muito difícil de suportar, essa é a situação mais difícil de se ficar calado, não é fácil se calar quando se é inocente, não é fácil de suportar a dor quando se é injustiçado, mas Jesus nada falou e nada retrucou, mesmo sendo totalmente inocente.

B – A lenha carregada por Isaque

A cena mais impressionante no episódio do monte Moriá certamente é descrita no verso 6:

6 Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.


Abraão coloca a lenha do holocausto sobre Isaque. Essa cena de Isaque caminhando até ao alto do monte carregando a madeira sobre a qual deveria ser sacrificado tipifica a obra do Senhor Jesus, que carregou a cruz até o alto do Gólgota, pois centenas de anos depois, Jesus sobe aquele monte carregando sua própria cruz para ser sacrificado. Abraão, o pai, seria o executor, que levava o cutelo para imolar e o fogo para incendiar. Com Jesus não fora diferente, embora Ele tenha sido entregue por Judas e crucificado pelos romanos, mas isso pelo desígnio de Deus:

22 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis;
23 sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos;
24 ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela (At 2.22-24).


26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido;
27 porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel,
28 para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram (At 4.26-28).


O Pai entregou o próprio Filho para morrer na cruz e conceder a única salvação possível para este mundo perdido e tipificou na pessoa de Abraão e Isaque o que aconteceria entre Ele e Jesus. Isto não maravilhoso? Você vai dizer não a uma salvação tão maravilhosa como esta? Que custou para Deus o que Ele tinha de mais precioso: Jesus, Seu Filho Unigênito?

3 – O CORDEIRO SUBSTITUTO


7 Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8 Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.
9 Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha;
10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.
11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!
12 Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.
13 Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.
14 E pôs Abraão por nome àquele lugar—O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.


A caminho do altar, Isaque pergunta ao seu pai sobre o cordeiro para o sacrifício. Ele começou a estranhar porque estava faltando alguma coisa. Que pergunta mais desconcertante não fora aquela para Abraão. O que ele poderia dizer? Quanta tristeza não deveria estar em seu coração? Mais do que tristeza havia fé. O escritor da carta aos Hebreus, falando deste episódio, diz:

17 Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas,
18 a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência;
19 porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou (Hb 11.17-19).


Chegando ao lugar determinado, Abraão mostrou que não estava blefando, não estava fingindo obedecer.

9 Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha;
10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.


Ele estava disposto a obedecer a ordem de Deus, porém, intimamente, esperava uma providência divina. Ele tinha fé. Aquele tipo de fé que agrada a Deus. Uma fé presente em quem confia e depende de Deus: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto”. Abraão entendia que a única forma de seu filho não morrer seria se Deus providenciasse um cordeiro para morrer no lugar dele. E a solução veio no momento exato.

11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!
12 Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.
13 Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.


Antes de deixarem o topo da montanha onde Abraão ia oferecer o seu filho Isaque, Abraão profetiza sobre a vinda do Cordeiro de Deus:

14 E pôs Abraão por nome àquele lugar—O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.


Cerca de 2.000 anos mais tarde, naquela mesma montanha perto de Jerusalém, Deus ofereceu o seu único filho, o Cordeiro de Deus, como uma oferta pelo pecado para reconciliar o homem caído ao Santo Deus Vivo e Poderoso.

Aquele carneiro foi sacrificado no monte Moriá como o substituto de Isaque. Isaque não precisava mais ser sacrificado; o carneiro morreu no lugar dele. Um cordeiro foi providenciado para substituir todos os homens, todos os que esperam e crêem que o Senhor provê salvação. Jesus é o Cordeiro que foi morto sobre o monte Gólgota. João Batista, que veio para preparar o caminho do Senhor, no momento oportuno ele apontou para Jesus de Nazaré e disse:

29 ¶ No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1.29).


Esta é uma referência ao fato de que Jesus é o sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado. A Bíblia diz que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23) e que nossos pecados nos separam de Deus. Ela também ensina que somos todos pecadores e que nenhum de nós é justo diante de Deus (Rm 3.23). Por causa dos nossos pecados, somos separados de Deus, e permanecemos culpados diante dEle; portanto, a única esperança que podemos ter é a reconciliação com Deus através do Cordeiro substituto: Jesus Cristo, Seu único Filho e foi para nos reconciliar com Ele que Deus mandou Seu Filho Jesus Cristo para morrer na cruz. Cristo morreu para fazer expiação pelo pecado e para pagar pela penalidade dos pecados daqueles que agora crêem nele. É através de Sua morte na cruz como o sacrifício perfeito de Deus pelo pecado e pela Sua ressurreição, três dias depois, que agora podemos ter vida eterna.

Conclusão

É interessante como Deus deixou marcas na história que evidenciaram seu propósito. Encontramos em Gênesis 22 uma das mais conhecidas profecias sobre a vinda do Cordeiro de Deus que estava por vir. Portanto, Deus não está aprovando o sacrifício de crianças entre os homens – Essa passagem é apenas uma profecia do sacrifício de Seu Filho para os homens. Toda cena descrita nessa passagem nos fala claramente sobre Deus, Jesus e o seu sacrifício no Calvário. Fala-nos do plano de Deus ao providenciar um Cordeiro para substituir os homens pecadores. Deus, por meio de Abraão e Isaque, mostrou-nos o quanto foi doloroso entregar o próprio Filho para providenciar a nossa salvação. Às vezes nos esquecemos do quanto a nossa salvação custou para Deus e para Seu Filho.

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com