Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

ABRINDO AS PORTAS PARA O INIMIGO

1  Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque soube que estivera doente e já tinha convalescido.
2  Ezequias se agradou disso e mostrou aos mensageiros a casa do seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias, os óleos finos, todo o seu arsenal e tudo quanto se achava nos seus tesouros; nenhuma coisa houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias não lhes mostrasse.
3  Então, Isaías, o profeta, veio ao rei Ezequias e lhe disse: Que foi que aqueles homens disseram e donde vieram a ti? Respondeu Ezequias: De uma terra longínqua vieram a mim, da Babilônia.
4  Perguntou ele: Que viram em tua casa? Respondeu Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu não lhes mostrasse.
5  Então, disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do SENHOR dos Exércitos:
6  Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR.
7  Dos teus próprios filhos, que tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia.
8  Então, disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do SENHOR que disseste. Pois pensava: Haverá paz e segurança em meus dias (Is 39.1-8).
Introdução
Este texto nos conta um fato real acontecido na vida do rei Ezequias, quando este reinava sobre Judá. Depois do reinado de Roboão, filho de Salomão, vários reis governaram sobre Judá até chegar ao reinado de Ezequias filho de Acaz. Ele começou a reinar aos 25 anos de idade e reinou durante 29 anos sobre Judá. A escritura registra que Ezequias:
5  Confiou no SENHOR, Deus de Israel, de maneira que depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.
6  Porque se apegou ao SENHOR, não deixou de segui-lo e guardou os mandamentos que o SENHOR ordenara a Moisés (2 Rs 18.5,6).
Tudo que o rei Ezequias fazia agradava os olhos de Deus. O grande fato que está registrado no reinado dele foi as pelejas contra Senaqueribe, o rei da Assíria, que subiu contra as cidades fortificadas de Judá e as tomou. Depois, cercou Jerusalém com seu exército. Grande vitória Judá teve sobre a Assíria mesmo sem pelejar, pois o Senhor Deus enviou o seu anjo ao arraial dos Assírios e naquela noite morreram 185 mil homens. E logo após este grande livramento do Senhor veio a doença sobre Ezequias, sua cura e, por fim, a visita dos representantes do rei de Babilônia com presentes para o rei Ezequias.
Você já percebeu quantas vezes agimos precipitadamente? Creio que você está dizendo: Já perdi a conta! Algumas pessoas, movidas por um sentimentalismo momentâneo, não atentam para cuidados essenciais na hora de tomarem uma decisão, seja esta relacionada à família, negócios, estudos, vida cristã, mudanças, amizades e etc. Vão logo tomando decisões sem pensar ou consultar alguém, depois vem o arrependimento. Precisamos tomar cuidado porque, a precipitação em tomar atitudes, poderá mais a frente nos custar muito caro.
O que podemos ver em nosso texto é um homem de Deus precipitando-se numa atitude aparentemente inofensiva a ele e aos seus familiares, bem como aos seus súditos e ao povo de Judá. Mas sua atitude não fora assim tão inofensiva e, pior ainda, desaprovada por Deus. Em que Ezequias, homem acostumado a vencer, errou? O que aconteceu?
1 – A visita e os agrados do inimigo ao rei Ezequias
1  Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou cartas e um presente a Ezequias, porque soube que estivera doente e já tinha convalescido.
As notícias sobre as melhoras do rei Ezequias chegaram até Babilônia. O rei resolve, então, enviar mensageiros com uma carta e um presente para Ezequias, um homem de Deus que acabara de ter experiências pessoais tremendas com Deus, pois vencera, sem lutar, um exército de 185.000 soldados e fora curado por Deus de uma doença mortal. O rei Ezequias era conhecido por sua fé e confiança no Senhor, mas aqui ele pisou na bola. Por quê?
A – A visita recebida merecia uma atenção redobrada
1  Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia...
Quem era Merodaque-Baladã? Ele era um rei babilônico, que governava um distrito caldeu ao norte do golfo Pérsico. Seu nome significava, em assírio, “Marduque deu um filho”. Quem era Marduque? Marduque era o deus principal da Babilônia no tempo de Nabucodonozor. No poema de Enuma Elish, Marduque aparece como o herói dos deuses e dos humanos e como criador do universo. Portanto, é muito natural que este rei babilônio seja um propagador desta divindade. Merodaque era a adaptação hebraica desse nome e significa “rei dos deuses”. Só por este detalhe, já era suficiente para que Ezequias não mantivesse com ele estreita relação de amizade ou comunhão, a ponto de abrir as portas de sua casa aos seus mensageiros. Aquela visita não era conveniente e merecia um alerta!
B – A visita veio acompanhado de agrados do inimigo
1  ... enviou cartas e um presente a Ezequias ...
As cartas e o presente foram entregues pelos enviados do rei, que devem ter chegado a Jerusalém por volta do ano 703 a.C. Embora a palavra não especifique o tipo de presente, seria uma demonstração de boa vontade do rei da Babilônia. A palavra presente não significa que o conteúdo fosse apenas um objeto, algumas vezes abrange muita coisa. É possível que Ezequias tenha recebido muita coisa, para se sentir tão contente e ao mesmo tempo tão orgulhoso. Sem vigiar, Ezequias abriu as portas de sua casa ao inimigo visitante.
C – O rei deveria ponderar sobre as reais intenções do inimigo
1  ... porque soube que estivera doente e já tinha convalescido.
O que Merodaque-Baladã pretendia ao visitar e presentear o rei Ezequias? A princípio, podemos até responder de forma bem simples: Veio presentear um amigo que estava doente e agora tinha se restabelecido. Certo? Aparentemente sim, mas está errado! Esta amizade não estava baseada em laços de sinceridade. Por traz de tudo estava o interesse político deste homem sagaz.
Merodaque-Baladã sabia que tempos antes, Ezequias tinha se rebelado contra o pagamento de tributos resultantes dos pecados cometidos por Acaz, seu antecessor, a Senaqueribe, rei da Assíria. Este ato de Ezequias, que mais tarde resultaria no cerco de Jerusalém, encorajou Merodaque-Baladã a também rebelar-se contra o rei da Assíria, auto proclamando-se imperador da Babilônia, reino que estava subjugado pelos assírios. Contudo, ele não queria enfrentar sozinho esta guerra. Lembrou-se de Ezequias, fragilizado por uma enfermidade mortal. Arquitetou logo um plano que envolvia o envio de embaixadores e presentes para tocar o coração de Ezequias.
Portanto, o fato vai além de uma visita de cortesia da parte dos súditos do monarca da Babilônia. Merodaque-Baladã, ao ver que Ezequias não estava mais fraco, pelo contrário, fortalecia-se cada vez mais, procurou aliar as suas forças com Judá, porque viu em Ezequias uma força que lhe poderia ser muito útil nos seus propósitos de desbaratar a potência Assíria, que ainda era a maior potência da época. Ezequias errou por não atentar às palavras do seu Deus. Deus sempre advertiu o povo a não fazer aliança com outros povos para não se contaminarem com suas idolatrias. A Palavra de Deus nos adverte:
14  Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?
15  Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?
16  Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
17  Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei,
18  serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso (2 Co 6.14-18).
Não podemos abrir as portas da nossa casa para as visitações babilônicas cada vez mais frequentes e sutis. Precisamos blindar nossa vida, nosso lar, nossos filhos, nossa família da visitação do inimigo, que vem somente para roubar, matar e destruir. A desestabilização da família é uma prova dos estragos que as visitas do inimigo têm produzido nos lares.
Muitas vezes recusamos receber “anjos em casa” (como nos diz o escritor aos Hebreus que muitos, sem saber, hospedaram anjos em suas casas), mas escancaramos as portas para a entrada do inimigo. Você pode estar dizendo para si: Não tenho feito isto. Será? Não faz muito tempo, para entrar na intimidade de alguém era preciso apresentar-se, enfrentar os olhos nos olhos e relacionar-se pessoalmente. Esse tempo já passou. Hoje, é possível invadir e ser invadido sem o constrangimento de encarar. Sendo assim, recebemos constantemente visitas ímpias em nossa casa através das mídias: rádio, televisão ou internet, cujo único objetivo é nos levar para uma revolta ou insubordinação contra Deus.
As novelas, que muitos cristãos não conseguem perder nem um capítulo, propagam o espiritismo e incentivam o adultério, a prostituição, a promiscuidade e a insubordinação. Nossos filhos estão aprendendo a linguagem de Babilônia com horas e horas de visitação diária diante de uma tela de computador ou TV. Devemos ter cuidado com a comunicação virtual, onde a realidade e a fantasia se misturam com muita facilidade.
O inimigo quer se relacionar conosco. Ele sabe que se manter ausente de nossos laços não tem nenhuma chance de intervenção maligna em nossa vida, que nada poderá fazer para impedir nosso relacionamento com Deus. Ele não tem prazer em nos ver feliz, cantando e louvando a Deus, ele quer nos ver chorando, porque seu prazer é matar, roubar e destruir. Não podemos, não devemos ter relacionamento de intimidade, de amizade, de cumplicidade, de sociedade com pessoas que Deus não aprova.
O inimigo vai tentar nos seduzir com seus presentes. Ele vai te oferecer muitas coisas, cada uma mais prazerosa que a outra, coisas que vai te dar muita alegria e prazer, mas é tudo momentâneo, porque o preço que ele cobra pelo prazer é muito alto. É hora de fecharmos as portas e rejeitarmos os presentes sedutores do mundo. Jesus, lá no deserto, disse não à oferta do inimigo. Devemos seguir seu exemplo e ouvir seus conselhos:
15  Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;
16  porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
17  Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente (1 Jo 2.15-17).
Vigiemos! Que a porta de nossa casa, se abra somente para aquele que diz assim:
20  Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo (Ap 3.20).
2 – A empolgação de Ezequias com o inimigo
2  Ezequias se agradou disso e mostrou aos mensageiros a casa do seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias, os óleos finos, todo o seu arsenal e tudo quanto se achava nos seus tesouros; nenhuma coisa houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias não lhes mostrasse.
Ezequias ficou encantado com a atitude do rei de Babilônia. Agradou-se até demais com as palavras da carta e com o presente de Babilônia. Como não atinou para as reais intenções de Babilônia, cometeu um erro muito grave. Empolgado, sem refletir, mostrou aos visitantes suas riquezas, seu poder bélico, seus segredos. Como entender o que aconteceu com este homem?
A – Ezequias não buscou a orientação de Deus
Ezequias, cercado pelo exército de Senaqueribe, busca a Deus. Acometido de uma enfermidade mortal, busca imediatamente a Deus. Mas, aqui, ele se esquece completamente de Deus. O que aconteceu? Com a ajuda do cronista podemos entender, pois somos informados que, neste momento, Deus havia desamparado a Ezequias para prová-lo:
31  Contudo, quando os embaixadores dos príncipes da Babilônia lhe foram enviados para se informarem do prodígio que se dera naquela terra, Deus o desamparou, para prová-lo e fazê-lo conhecer tudo o que lhe estava no coração (2 Cr 32.31).
Deus queria prová-lo e logo de cara Ezequias é reprovado, pois não há registro de que ele tenha buscado a direção de Deus por meio de oração e nem pelos profetas ou pelos sacerdotes. Ezequias, fora das vistas públicas, sem consultar seus conselheiros espirituais, recebe aqueles homens com atitudes reprováveis por Deus. Ezequias não parou por aí, cometeu ainda outro erro:
B – Ezequias se ensoberbeceu diante dos emissários de Babilônia
2  Ezequias se agradou disso e mostrou aos mensageiros a casa do seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias, os óleos finos, todo o seu arsenal e tudo quanto se achava nos seus tesouros; nenhuma coisa houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias não lhes mostrasse.
A ênfase aqui está no fato de Ezequias se alegrar com eles. O sentimento de Ezequias estava desviado para algo que não era o Senhor. O recebimento do presente e o sentimento de prazer pelo fato do rei da Babilônia reconhecer a sua força, fez com que Ezequias baixasse as suas defesas. Ao mostrar a casa do tesouro, a prata, o ouro e as especiarias, Ezequias estaria, provavelmente, a envaidecer-se com os seus bens materiais. E logo a seguir apresenta a sua casa de armas. Certamente era todo o equipamento para os soldados, tanto de defesa como de ataque. O rei estava interessado em apresentar a sua força bélica à comitiva do rei da Babilônia. Com esta exibição, Ezequias estava tentando impressionar os seus visitantes babilônicos com as riquezas e o poder de sua nação.
O autor bíblico é muito categórico em dizer que não houve nada que não fosse mostrado àqueles homens. Ezequias passou tudo a pente fino, desde a sua casa, termo mais específico, até ao seu domínio, termo mais abrangente. É importante realçar o tanto que o pronome “seu” está presente no texto. A atitude de Ezequias leva o escritor a descrever os sentimentos do rei em termos de possessão. Isto indica que o rei sentia-se senhor de tudo o que havia na sua casa e que o reino de Judá era seu. Mas o pior erro de Ezequias ainda estava por vir:
C – Ezequias não testemunhou os milagres de Deus em sua vida
A Bíblia conta que os mensageiros estavam interessados na recuperação miraculosa do rei Ezequias. Mas parece que Ezequias ficou mudo sobre sua experiência de cura. Ele não enfatizou as coisas que teriam aberto o coração desses embaixadores para o conhecimento do verdadeiro Deus. É evidente o contraste entre a gratidão pela sua cura no capítulo anterior com seu silêncio sobre esse assunto neste capítulo. Ele se calou! Ele se esqueceu do que Deus fez em sua vida! A operação de Deus em sua vida e na vida da sua nação parece ter desaparecido de sua mente! Isso nos mostra como a bênção de Deus pode facilmente ser considerada coisa natural e como os que recebem Sua misericórdia podem se tornar auto-suficientes.
Deus permitiu que isso acontecesse sobre Ezequias para ver se ele seria fiel ou não, mas ele falhou redondamente. Em vez de dar testemunho daquilo que Deus fez na sua vida, Ezequias deixou-se enredar pela tentação e apresentar as coisas como sendo suas. A ação que Deus realizou na sua vida deveria ser motivo para ele estar grato a Deus e ser suficientemente humilde, em vez de ser arrogante e orgulhoso. A sua atitude não trouxe paz nem segurança para o seu reino, pois os embaixadores do rei da Babilônia viram ali motivos de sobra para atacarem futuramente o reino de Judá.
Os cristãos não são chamados a exibir sua prosperidade ou realizações materiais, embora possam reconhecer que estas são bênçãos de Deus. Eles são chamados:
9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pd 2.9).
Usando a experiência de Ezequias como símbolo, podemos declarar que estávamos morrendo, mas Cristo nos curou; estávamos mortos no pecado, e Cristo nos ressuscitou e nos fez assentar-se em lugares celestiais.
Nós somos muito sensíveis às tentações durante os tempos de emoção extrema. Em momentos de tristeza, estamos sujeitos ao desespero e à depressão. Em tempos de vitória, somos tentados a ficar orgulhosos e independentes. O orgulho precede sempre uma grande perda:
18  A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda (Pv 16.18).
Se deixarmos de depender de Deus e deixarmos de lhe dar glória, somos os candidatos principais às tentações de Satanás. Somente os que se humilham diariamente perante o Senhor estarão em alertas e preparados para resistirem à tentação do orgulho e da presunção.
3 – A visita do profeta ao rei Ezequias
3  Então, Isaías, o profeta, veio ao rei Ezequias e lhe disse: Que foi que aqueles homens disseram e donde vieram a ti? Respondeu Ezequias: De uma terra longínqua vieram a mim, da Babilônia.
4  Perguntou ele: Que viram em tua casa? Respondeu Ezequias: Viram tudo quanto há em minha casa; coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu não lhes mostrasse.
5  Então, disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do SENHOR dos Exércitos:
6  Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR.
7  Dos teus próprios filhos, que tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia.
8  Então, disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do SENHOR que disseste. Pois pensava: Haverá paz e segurança em meus dias (Is 39.1-8).
A – A indagação do profeta Isaías
Depois da visita, o profeta Isaías é mandado por Deus ao rei Ezequias. Ele poderia ter argumentado com Isaías, quando este o indagou sobre quem eram os homens que estavam em sua casa, afinal, o que tem receber na minha casa os meus amigos? Mas as perguntas do profeta conduz Ezequias a refletir naquilo que fez:
3  Que foi que aqueles homens disseram?
Não temos o registro sobre o que eles falaram, talvez, até tenha sido sobre alguma aliança militar para enfrentar a Assíria, o que seria reprovável por Deus, pois Judá acabara de ter uma tremenda vitória contra um imenso exército assírio sem levantar a espada.
3  ... e donde vieram a ti?
Babilônia é conhecida como inimiga de Deus, totalmente desconhecida até aqui por Ezequias.
4  ... Que viram em tua casa?
E o que tem a ver com o que eles tinham visto? Parece sem sentido a admoestação do profeta dirigida ao rei. Que problema haveria em mostrar todos os tesouros dentro do palácio aos amigos babilônicos, que souberam de sua doença e também de sua recuperação, honrando-o com aquela nobre visita e com presentes? Era como se o profeta levasse Ezequias a pensar: Acabei de mostrar todos os meus segredos para alguém que não conheço.
B – O anúncio do profeta sobre o cativeiro
5  Então, disse Isaías a Ezequias: Ouve a palavra do SENHOR dos Exércitos:
6  Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR.
7  Dos teus próprios filhos, que tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia.
Agora, acontece a concretização da determinação de Deus sobre este acontecimento. O cronista diz:
31  Contudo, quando os embaixadores dos príncipes da Babilônia lhe foram enviados para se informarem do prodígio que se dera naquela terra, Deus o desamparou, para prová-lo e fazê-lo conhecer tudo o que lhe estava no coração (2 Cr 32.31).
Ou seja, o que estava no coração de Deus. O cativeiro de Judá já estava determinado por Deus e Ele queria revelar isto ao rei Ezequias. Este acontecimento nos mostra de como a História e o coração dos homens estão nas mãos de Deus. Isaias diz:
24  Jurou o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e, como determinei, assim se efetuará (Is 14.24).
13  Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá? (Is 43.13).
Deus conhece e sabe o que vai acontecer no futuro. Na altura em que Isaías apresenta a sentença de Deus, a Assíria ainda dominava, mas estava prestes a cair perante a Babilônia. Isaias não é específico quanto a datas, apenas diz que “dias virão” em que tudo será levado, ou seja, a limpeza será completa e abrange não só as coisas de Ezequias, mas também tudo o que foi acumulado pelos seus antepassados.
A perda dos bens era só o prenúncio de uma perda muito mais significante do que os bens materiais, pois haveria ainda perdas mais profundas. Não se perderia somente a riqueza de bens materiais, a perda afetaria também seus descendentes, os seus familiares, o seu trono. Após a sentença acontece a reação de Ezequias:
C – A atitude Egoísta de Ezequias
8  Então, disse Ezequias a Isaías: Boa é a palavra do SENHOR que disseste. Pois pensava: Haverá paz e segurança em meus dias.
Parece que o rei Ezequias não mediu bem as palavras do profeta. Como é possível deixar-se perder todo um patrimônio que certamente foi adquirido com grande esforço? Foi anunciado pelo profeta ao rei uma das maiores tragédias que viria sobre o reino de Judá, mas ele parece que não percebeu isso. Ao contrário do que costumava fazer, desta vez ele não se humilhou diante do Senhor, não se colocou diante de Deus, não se virou para orar a Deus. Tudo o que fora adquirido deixaria de fazer parte da riqueza da linhagem real e ele pareceu não se importar com isso, somente porque não aconteceria durante seu reinado. Uma atitude completamente egoísta.
Se não houvesse a parte final desta frase, poderíamos dizer que suas palavras poderiam expressar um sentimento humilde e piedoso de arrependimento e resignação de Ezequias. Ele poderia estar honrando a mensagem do profeta Isaías, reconhecendo como palavras de Deus – mesmo sendo ela desagradável e esteja condenando os seus próprios pensamentos e planos. Mas, a parte final desta frase nos mostra que estas palavras são impensadas, egoístas e injustificadas, pois Ezequias se preocupou apenas com o seu tempo. Talvez, o rei até tenha reconhecido que Judá merecia o julgamento divino, mas a sua falta de preocupação pelo bem-estar do seu povo não demonstrou compaixão por eles.
Precipitou-se o rei Ezequias porque não pediu a orientação de Deus, ensoberbeceu-se diante da comitiva, não testemunhou do poder de Deus e mostrou seus segredos sem atinar-se para as reais intenções de Merodaque-Baladã. O rei foi repreendido por não ter pensado no perigo que era estar a mostrar a sua riqueza aos líderes pagãos da Babilônia.
Precisamos aprender a orar nas circunstâncias de desespero e agradecermos a Deus pelas vitórias concedidas, nos precavendo sempre do orgulho que pode nos conduzir a um comportamento louco e prejudicial e refletir antecipadamente nas consequências dos nossos atos a longo prazo. Também não podemos nos esquecer de que neste momento o rei Ezequias estava desamparado de Deus para ser provado. Isso nos mostra o que somos sem Deus, pessoas completamente egoístas, imprudentes, que desvaloriza e negligencia a orientação divina.
Conclusão
Quero terminar esta mensagem destacando o que a Palavra de Deus diz sobre Ezequias:
5  Confiou no SENHOR, Deus de Israel, de maneira que depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.
6  Porque se apegou ao SENHOR, não deixou de segui-lo e guardou os mandamentos que o SENHOR ordenara a Moisés (2 Rs 18.5-6).
Apesar da diferença de conduta encontrada em Ezequias neste episódio, a Palavra de Deus o coloca como um grande homem, um homem de fé que agradou ao seu Deus. Isto nos demonstra que, na avaliação de nossa vida, os padrões de Deus são muito diferentes dos nossos padrões. Os padrões daquele que é Santo, Santo, Santo são muito mais relativos do que os daqueles que são imperfeitos, pecadores e miseráveis. Às vezes, taxamos, rotulamos uma pessoa por causa de um ato, de uma atitude impensada, de um deslize momentâneo e olhamos para ela com o canto dos olhos, desconfiados, receosos, com descrédito e desprezo. Temos muita facilidade em esquecer-se de uma vida inteira de dedicação, pois temos os olhos fechados e despercebidos para as virtudes, mas escancarados e atentos para os defeitos. Somos completamente falhos, mas tremendamente exigentes. Tratamos aqueles que falham como se não tivéssemos nenhuma imperfeição, como os fariseus trataram aquela mulher adúltera diante de Jesus, com as mãos cheias de pedras e com o coração vazio de amor e de misericórdia, mas que diante daquele que não esmaga a cana quebrada são constrangidos a se calarem, jogarem as pedras ao chão e a saírem envergonhados.
A experiência de Ezequias nos mostra que devemos estar sempre alertas, pois depois de uma grande vitória, podemos ser facilmente derrotados. A experiência de Ezequias nos mostra o tanto que Deus prova os corações, pois mesmo depois de aprovados, somos provados novamente por Deus. A experiência de Ezequias nos mostra que Deus nos coloca diante de todas as circunstâncias para ver nossa reação, para conhecer nossas atitudes. A experiência de Ezequias nos mostra que não podemos ficar em nenhum momento sem o Senhor e para isso precisamos buscá-lo a todo instante. Um minuto sem Deus é suficiente para afundarmos em um abismo profundo. Que Deus te abençoe a estar em constante comunhão com o Senhor! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

domingo, 2 de setembro de 2012

A ANSIEDADE

4  Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.
5  Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.
6  Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
7  E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
8  Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
9  O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco (Fp 4.4-9).
Introdução
O século passado tem sido reconhecido como o século da ansiedade. Um mal que se instalou na vida das pessoas devido a pressa e ao consumismo do mundo moderno. Podemos dizer que não há ser humano que, de uma forma ou de outra, não tenha lidado com o problema da ansiedade. Somos expostos a situações em que, muitas das vezes, fogem ao nosso controle, e sempre que lidamos com algo não esteja sob nosso controle temos a tendência de ficarmos inquietos, inseguros e ansiosos.
Estudiosos do comportamento humano tem observado na população um crescente nível de preocupação a despeito de todos os inventos e tecnologias modernas, criadas justamente para “facilitar a vida do homem”. É certo que os inventos tecnológicos reduzem o tempo, diminuem as distâncias, incrementam a comunicação, mas com tudo isso estamos ao alcance de uma doença silenciosa que pode ser considerada a mais grave do século, de forma que ninguém está livre dela, pois ela atinge tanto crianças (que já possuem uma agenda intensa), adolescentes (estudo, vestibular, primeiro emprego), jovens (namoro, casamento, estabilidade, casa própria) e pessoas maduras (sobrevivência, aposentadoria).
As vantagens da vida atual trazem consigo mais preocupações. As contas mensais aumentam a medida que aumenta o conforto que trazemos para dentro de casa. Precisamos desembolsar, mensalmente, a mensalidade escolar, a conta de água, luz, telefone, Internet, manutenção do computador, sem falar da previdência privada, no seguro de vida, do plano de saúde e etc.
Há a preocupação com a situação econômica do País e a ansiedade bate a nossa porta quando o desemprego deixa de ser apenas um índice nas pesquisas e se torna um problema familiar, ou pior, pessoal. As pessoas vivem apreensivas quanto ao seu futuro. Ninguém mais tem certeza de estabilidade no emprego.
Do mesmo modo, a violência, que faz o prato principal dos telejornais e que entra em nossa sala, mas se limita somente a televisão, de repente nos atinge de cheio, vitimando a nossa própria família.
Ninguém mais tem certeza dos princípios morais. As coisas passaram a ter mais valor que as pessoas. Este é um ponto muito importante, porque muitos dos problemas da ansiedade estão relacionados com o pecado e contra este mal não existe remédio, não existe calmante, não existe entretenimento que pode solucionar qualquer ansiedade que seja fruto de pecado.
Neste cenário da vida, não surpreende a aflição que pais e mães podem ter na criação e educação de seus filhos. Tudo isso gera ansiedade. Mas como lidar com a preocupação, com a ansiedade? Os princípios que o Apóstolo Paulo apresenta no texto acima poderão nos ajudar a vencer a ansiedade.
1 – AS CAUSAS DA ANSIEDADE
São diversas as suas causas, mas estudaremos apenas três que serão suficientes para se obtiver uma visão geral do problema.
A – Apreensão quanto ao futuro
Não conhecemos o futuro. Mas baseados no presente, podemos ter algumas intuições sobre o que virá. Pelo que passamos e pelo que vivemos, tendemos a sofrer antecipadamente. Como será minha velhice? Quando e como vou me aposentar? O que será de meus filhos?
Além disso, planos que temos e ainda não foram concretizados geram ansiedade. Quando vou ter minha casa própria? Ou quando vou terminar? Ou quando vou reformar? Quando vou ter meu carro? Quando vou ter meu próprio negócio? Estas são perguntas típicas que geram ansiedade.
Segundo o dicionário Aurélio, ansiedade é definida como “estado afetivo em que há sentimento de insegurança”. Em todas as causas da ansiedade, poderemos sempre associar o fator “insegurança” como determinante para o aparecimento desse “estado afetivo”. Jesus ensina que a ansiedade é desnecessária, inútil e pecaminosa, e nos estimula a darmos prioridade ao Reino de Deus.
Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? (Mt 6.27).
Por mais ansioso que você esteja não pode acrescentar 45 cm ao curso de sua vida. Você não pode ampliar os horizontes de sua vida pelo fato de estar ansioso,
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal (Mt 6,34)
Amanhã você terá razão para se preocupar por que fazer isso hoje? A cada dia bastam as suas próprias dificuldades. A dificuldade de cada dia seria para nós como a carga que o nosso caminhão consegue levar por dia. Cada dia, uma carga nova. A ansiedade é comparada ao fato de pegarmos a carga do dia de amanhã e acrescentarmos na de hoje, E muitas vezes pegamos a carga do dia de ontem, que já se foi, e também acrescentamos ao de hoje. É por isso que a ansiedade é responsável por tantos desgastes físicos e emocionais: carga emocional excessiva.
O Senhor Deus, a quem você serve, tem cuidado de você. Ele é o Senhor, Ele cuida dos pássaros que não semeia e nem ajunta em celeiros e você vale mais do que os pássaros. Deus cuida de você. Deus sabe quem é você.
B – Apreensão quanto as nossas necessidades
O discurso de Jesus no Sermão do Monte denuncia a preocupação exagerada com vestuário e alimentação, necessidades básicas para a sobrevivência humana.
Por isso, vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? (Mt 6.25).
Jesus demonstra com esta ilustração que não precisamos ficar ansiosos, pois aquele que nos dá o mais importante, que é a vida e o corpo, nos dará também as vestes e o alimento. Sabemos disso, mas na pressa do dia a dia tendemos a nos esquecer, principalmente quando nos deparamos com um punhado de contas a pagar e o dinheiro, muitas vezes, é curto demais para elas.
O cuidado para com nossos queridos e a dificuldade em prover para eles o necessário, faz surgir em nosso coração a ansiedade. O Salmo 127 mostra que a ansiedade leva a pessoa a um desgaste físico e emocional exagerado.
Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados Ele o dá enquanto dormem (Sl 127.1,2).
C – Apreensão diante das dificuldades.
Viver é correr riscos. É transitar por estradas que algumas vezes serão úmidas, mas que outras serão áridas e secas; com paisagens floridas e belas, mas outras cheias de galhos secos e espinhos; estradas retas e planas, mas as vezes pedregosas, com muitos obstáculos e cheias de curvas.
Ninguém pode afirmar categoricamente que alguém da família não enfrentará uma doença, ou que não terá tristezas provocadas por um filho ou por uma filha. Em determinados momentos da vida enfrentamos problemas colossais, maiores que a gente, e muitas vezes parecendo maiores que a nossa fé. Isso também gera ansiedade.
Quem não lida com estes problemas? Se alguém afirmar que nunca enfrentou algum destes problemas em sua vida podemos duvidar de sua honestidade. O problema não consiste em sermos apreensivos, mas na intensidade de nossa apreensão. Há pessoas que pensam somente nas coisas terrenas, pensam que a vida é constituída de ter e ter sempre mais e nunca estar satisfeito, vivendo em uma corrida frenética para ter, para possuir, para juntar.
A Bíblia não censura a precaução e nem a prevenção, pois diz:
6  Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio (Pv 6.6).
E a formiga trabalha e ajunta para o período do inverno. Até nos pássaros existe este cuidado, pois migram de um lugar para outro em busca de melhor condição de sobrevivência. Então, ansiedade não significa que você não precisa se preocupar em ter o melhor desenvolvimento, ter melhor salário, ter uma vida melhor para você e sua família, mas o perigo é a ansiedade em que você não vive feliz, seguro, confiando em Deus, descansando na providência e nos cuidados de Deus.
2 – COMO LUTAR CONTRA A ANSIEDADE
Agora vamos nos voltar ao ensino do Apóstolo Paulo em nosso texto básico. Paulo sabia que a ansiedade é uma inimiga que ronda constantemente a vida de um cristão. Daí ele recomenda algumas soluções práticas e simples para a ansiedade.
A – Não dar lugar à ansiedade
6  Não andeis ansiosos de coisa alguma...
Lembra o que é ansiedade? É um sentimento de insegurança. A ansiedade tem relação com o que pensamos e sentimos. Ela é iniciada em nossa mente e atinge nossas emoções. A ansiedade é gerada por um pensamento deficiente que gera um sentimento desconfortável. Assim, se começarmos a olhar demais para o problema e se envolver com raciocínios negativos, certamente a ansiedade se instalará em nós.
A ansiedade é ocupar-se com algo antecipadamente.  Ansiedade é preocupação, é você angustiar-se antes do problema estar existindo, de tal forma que a ansiedade não te ajuda no agora, mas rouba a sua energia no agora. Ela não torna o seu hoje melhor, mas ela frustra o seu amanhã. A ansiedade é prejudicial porque ou ela te faz sofrer inutilmente ou te faz sofrer duas vezes. Lembram das palavras de Jesus em Mt 6.34?
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal (Mt 6,34)
Jesus nos ensina que não devemos ter “os cuidados de amanhã no dia de hoje”, pois a preocupação se torna dupla. O dia de amanhã é para ser vivido amanhã. Se nos ocuparmos agora do dia de amanhã, desperdiçamos o dia de hoje.
Ansiedade se relaciona intimamente com a dúvida. Uma parte de nossos pensamentos confia no Senhor, outra não. E muitas vezes não temos coragem de afirmar isso explicitamente, mas esta verdade se torna claro, quando pensamos que Deus é mais real na vida de outras pessoas do que na minha, e começamos a pensar que “não sou digno da atenção de Deus” ou outras considerações semelhantes. Na verdade, com esse modo de agir, estamos desistindo de confiar em Deus.
Para o apóstolo Paulo, todos nós temos o privilégio de ser objeto do cuidado de Deus. Por isso que ele nos exorta: “Não andeis ociosos de coisa alguma”.
B – Tirar o foco do problema e mantê-lo em Deus
Quando um problema chega, as vezes ele nos envolve de tal maneira que não conseguimos raciocinar lucidamente, não conseguimos orar com clareza de forma que ficamos totalmente envolvidos pelo problema.
Quando Paulo escreveu a carta aos filipenses, ele não estava livre, mas estava preso, estava no corredor da morte, diante da possibilidade de ser degolado, mas em momento algum essas circunstâncias o impediu de pregar o Evangelho e a plantar Igrejas. Ele chegar a dizer:
12  Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho (Fp 1.12).
A Igreja para quem ele escreve também estava enfrentando muitas lutas com crises e perseguições, e para aquela Igreja Paulo vai dizer:
1  Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor (Fp 4.1).
Quando as circunstâncias são adversas somos levados a olharmos para o problema ao invés de olharmos para o Deus que está no controle do problema. Mesmo sabendo que Deus está no controle, somente pelo fato de não sabermos o curso que Deus vai dar à solução do problema que estamos vivendo já ficamos ansiosos.
A verdade é que Deus não nos promete uma caminhada fácil, mas sim uma chegada segura, por isso, na caminhada para o céu há lutas, há vales, há desertos, há perigos e este caminho é juncado de espinhos. Tudo isso gera em nós a ansiedade. O Apóstolo Paulo aprendeu a lidar com isso e percebemos isso quando ele diz:
11  ... porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.
12  Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez;
13  tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4.11-13).
E ele ainda vai dizer à Igreja que tudo que lhe aconteceu contribuiu para o crescimento do Evangelho.
C – Quando a situação está adversa descanse em Deus
Há momentos na vida em que não temos condições de controlar a situação. Já passou pela situação em que você não consegue mais administrar o problema que te aflige? Lembram da experiência de Paulo indo para Roma em que enfrenta um naufrágio? Diz a Bíblia que por vários dias eles não conseguiam distinguir se era dia ou noite e a melhor solução que encontraram foi a de soltar os lemes, não adiantava mais ficar com os lemes na mão, o navio não obedecia mais ao comando, largaram e foram se deixando levar.
Tem hora que se você quiser administrar a solução você não consegue. É hora de você confiar que Deus está no controle mesmo quando você já perdeu o controle. Quando você não consegue mais dar rumo, dar direção à situação, chegou a hora de confiar em Deus e saber que mesmo você não tendo mais o controle da situação Deus não perdeu o controle, Ele está no comando.
Diz a Bíblia que os discípulos lutavam contra uma tempestade das seis da tarde às três horas da madrugada, sendo nove horas de pânico, de desespero, de tensão com ondas enormes ameaçando-os e Jesus chega até eles andando sobre o mar. Por quê? Para lhes mostrar que o mar era algo que eles não administravam, que as ondas estavam acima deles, mas aquilo que os ameaçavam estava ali debaixo de Seus pés. Jesus estava pisando sobre aquilo que os ameaçavam. Isso nos ensina que Jesus tem o controle sobre aquilo que conspira contra nós.
3 – AS ARMAS QUE ANULAM OS EFEITOS DA ANSIEDADE
Saber que a ansiedade provém de insegurança e preocupação excessiva é importante, mas pode não solucionar o problema. Uma pessoa pode estar muito bem informada dos malefícios que o cigarro produz no organismo e mesmo assim continuar fumando. É necessário tomar uma atitude e abandonar a prática. Com a ansiedade se dá a mesma coisa. É preciso eliminá-la. Mas como fazer isso?
A – Com a oração
6  Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica ...
Paulo está dizendo que vamos curar a ansiedade quando buscarmos a Deus em oração. Deus se importa conosco e com os nossos problemas. Algo que nos preocupa interessa a Deus também. E Ele sabe que existem problemas além de nossa capacidade de solução. E são esses problemas que provocam preocupações e ansiedade. Aquilo que não podemos resolver, Deus pode. Se olharmos demais para o problema, passamos a nos esquecer de que Deus é muito maior. Por isso precisamos olhar para os céus e lembrar que Deus é maior que tudo, superior a tudo e, na Sua grandeza, Ele cuida de nós.
Colocamos diante de Deus nossa aflição pela oração. Oração aqui é aquela que fazemos diariamente, seja em nossos momentos devocionais, na Igreja ou com a família. Portanto, é necessário sempre mantermos momentos especiais para orar, abrir o coração para Deus.
Paulo recomenda também a súplica para que a ansiedade seja suprimida de nosso interior. Suplicar é derramar o coração diante de Deus. É gritar por socorro sem rodeios, como alguém que está se afogando. É uma oração mais insistente, mais urgente.
B – Com a gratidão
6  ... com ações de graças.
É adorar a Deus pelo que Ele é e agradecer pelo que Ele faz. O coração agradecido evita a preocupação, ou ameniza o peso do dia de amanhã. Agradecemos porque conhecemos a quem confiamos nossa aflição. Na verdade confiamos a Ele nossa própria vida. Eliminamos a ansiedade que é gerada pela dúvida e colocamos no lugar a ação de graças gerada pela confiança em Deus. Quando nos lembramos da bondade de Deus, nos tornamos mais confiantes para enfrentarmos as dificuldades de cada dia. A Bíblia testifica claramente essa bondade divina. A fidelidade de Deus nos assegura que assim como Ele foi com nossos pais no passado, Ele será no presente e até o fim. Deus não muda, e por isso Ele é digno de toda a confiança.
Paulo não foi poupado da prisão, não foi poupado pelos açoites e nem foi poupado da guilhotina e a beira do martírio ele escreve a Igreja e diz:
6  Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
Paulo sabia valorizar a ação de graças. Sempre iniciava suas cartas agradecendo. Incentivava seus leitores a essa prática saudável. Ele sabia que agradecer é reconhecer o Deus que temos: um Deus cheio de amor e de bondade.
C – Com pensamentos saudáveis
8  Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
Experimentamos a ação de Deus em nossa vida em resposta a nossa oração por auxílio e com ações de graças. Mas ainda continuamos sendo humanos e o risco que corremos é retornarmos aos poucos àquela ansiedade que tanto nos incomodava.
É como cortar a grama do jardim e arrancar as ervas daninha. No começo tudo é muito bonito, mas depois a grama e as ervas começam a crescer, desfigurando novamente o jardim. Isso não acontece de um dia para o outro, mas aos poucos. O mesmo pode ocorrer com a ansiedade que lançamos diante de nós. Um pensamento furtivo aqui, outro ali, e novamente a ansiedade está de volta, roubando nossa paz e alegria. O que fazer? Lembremo-nos que a ansiedade começa na mente, com os pensamentos, portanto, devemos cuidar do que pensamos.
Paulo nos motiva a não somente pensar, mas a agir também. Praticando as virtudes que aprendemos de seus exemplos na Bíblia.
Conclusão
Paulo nos dá uma receita infalível. Se seguirmos todos os passos, se utilizarmos todos os ingredientes corretamente o resultado é o sucesso. No caso, a vitória sobre a ansiedade.
Precisamos aprender a conviver com a ansiedade e reduzi-la a níveis suportáveis. O ensino bíblico não é que devemos eliminá-la de nossa vida. Isso seria praticamente impossível. Mas não podemos deixar esse fardo ser maior do que as nossas forças. O desafio é aprender a viver um dia de cada vez.
É importante não confundir contentamento com comodismo. Contentamento é fruto de um espírito grato a Deus por tudo o que Ele já permitiu alcançar. Comodismo é fruto de uma alma preguiçosa que não deseja chegar a lugar algum além daquele onde está.
A luta contra a ansiedade não tira do cristão a sadia ambição de alcançar outros alvos tanto na vida espiritual quanto na material, mas coloca todos os objetivos na perspectiva da vontade de Deus e dá ao crente a tranquilidade dos que conhecem o seu divino poder.
Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A DOENÇA E A CURA DO REI EZEQUIAS

1  Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.
2  Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR.
3  E disse: Lembra-te, SENHOR, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo.
4  Então, veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo:
5  Vai e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos.
6  Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade, e defenderei esta cidade.
7  Ser-te-á isto da parte do SENHOR como sinal de que o SENHOR cumprirá esta palavra que falou:
8  eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o sol os dez graus que já havia declinado.
9  Cântico de Ezequias, rei de Judá, depois de ter estado doente e se ter restabelecido:
10  Eu disse: Em pleno vigor de meus dias, hei de entrar nas portas do além; roubado estou do resto dos meus anos.
11  Eu disse: já não verei o SENHOR na terra dos viventes; jamais verei homem algum entre os moradores do mundo.
12  A minha habitação foi arrancada e removida para longe de mim, como a tenda de um pastor; tu, como tecelão, me cortarás a vida da urdidura, do dia para a noite darás cabo de mim.
13  Espero com paciência até à madrugada, mas ele, como leão, me quebrou todos os ossos; do dia para a noite darás cabo de mim.
14  Como a andorinha ou o grou, assim eu chilreava e gemia como a pomba; os meus olhos se cansavam de olhar para cima. Ó Senhor, ando oprimido, responde tu por mim.
15  Que direi? Como prometeu, assim me fez; passarei tranqüilamente por todos os meus anos, depois desta amargura da minha alma.
16  Senhor, por estas disposições tuas vivem os homens, e inteiramente delas depende o meu espírito; portanto, restaura-me a saúde e faze-me viver.
17  Eis que foi para minha paz que tive eu grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os meus pecados.
18  A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova.
19  Os vivos, somente os vivos, esses te louvam como hoje eu o faço; o pai fará notória aos filhos a tua fidelidade.
20  O SENHOR veio salvar-me; pelo que, tangendo os instrumentos de cordas, nós o louvaremos todos os dias de nossa vida, na Casa do SENHOR.
21  Ora, Isaías dissera: Tome-se uma pasta de figos e ponha-se como emplasto sobre a úlcera; e ele recuperará a saúde.
22  Também dissera Ezequias: Qual será o sinal de que hei de subir à Casa do SENHOR? (Is 38.1-22).

Introdução

Ezequias é reconhecido como um bom rei, um rei que confiou em Deus e obedeceu seus mandamentos, um rei que realizou profundas reformas religiosas em Judá, eliminando a idolatria e resgatando a adoração e o louvor a Deus. Mas, no apogeu de sua carreira ficou doente de uma enfermidade grave e mortal. Deus, então, utiliza-se de um profeta chamado Isaías para recomendar ao rei Ezequias que coloque em ordem a sua casa porque a doença que ele havia acometido o levaria a morte. O que podemos aprender dessa história? Que lições podemos tirar da enfermidade e da cura de Ezequias?
1 – UMA NOTÍCIA NADA AGRADÁVEL DE RECEBER

1  Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.
O profeta Isaías recebe de Deus uma incumbência nada fácil de ser cumprida. Ele teria que ir até o rei para fazer uma visita e anunciar que a doença o levaria rapidamente à morte e que ele deveria por em ordem sua casa. Este é um tipo de visita que ninguém gostaria nem de fazer e muito menos de receber, principalmente a um rei no auge de seu reinado. Para Isaias também não era nada cômodo fazer esta visita, pois nunca se sabe a reação de um rei, que poderia não gostar da visita e mandar prende-lo e até matá-lo, como fez Acabe com o profeta Micaías. Esta doença de Ezequias nos ensina algumas lições:

A – Uma vitória não significa o fim da batalha
1  Naqueles dias, ...

Quais dias era estes? Depois da grande vitória sobre o imenso exército da Assíria em que um único anjo do Senhor matou 185.000 soldados assírios. Ezequias venceu a batalha sem precisar que seu exército empunhasse a espada. Uma grande vitória! Depois disso vem a sua doença, o que nos mostra que uma vitória não significa o fim da batalha. Nem sempre, por se perder uma batalha, perde-se uma guerra. Mas, o contrário também é verdade: Nem sempre, por se ganhar uma batalha, se ganha uma guerra. Israel foi vitorioso em suas guerras, mas perdeu muitas batalhas. A verdade é que estamos em guerra com o império das trevas e esta guerra é contínua, pois termina uma batalha, seja ela com vitória ou derrota, podemos ter a certeza de que logo haverá outra batalha a ser combatida, com outra situação, com outro contexto, pois Deus nos coloca diante de adversidades diversas para ver nossa reação diante de cada uma delas. Que venhamos a aprender com nossos erros e não venhamos a insistir em estratégias que não funcionam.
Às vezes, nos cansamos de lutar e sentimos vontade de desistir. Nos fragilizamos diante da intensidade dos ataques malignos, nos rendemos diante dos desgastes provocados pelas batalhas, mas um cristão jamais deve deixar de lutar, pois somente os corajosos conquistarão o céu, os covardes serão lançados fora. Deus se alegra com os que desenvolvem a valentia espiritual, que não se acovardam no meio do caminho e que fazem dos momentos difíceis uma oportunidade para vencer o inimigo. Satanás, nosso maior inimigo, sempre estará armando ciladas para nos derrubar, e, se nós não estivermos preparados, perderemos não só a batalha, mas perderemos também a guerra! Por isso a Palavra nos adverte a estarmos sempre alertas quando nos diz:

8  Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;
9  resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo (1 Pd 5.8,9).

A melhor notícia que temos em meio à nossa guerra é que lutamos contra um inimigo derrotado, vencido por Cristo lá na cruz, pois Paulo nos diz que:
13  E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;
14  tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz;
15  e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz (Cl 2.13-15).

Jesus já conquistou, na Cruz do Calvário, a nossa vitória sobre as trevas, porém, existe uma insistência crônica por parte do inimigo em tentar nos esfriar em meio ao processo de conquista. Nunca nos esqueçamos de que não existem caminhos fáceis, por isso devemos trilhá-los passo a passo para não sermos apanhados de surpresa.
B – Servir a Deus não significa ser imune contra o mal

1  ... Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; ...
Neste Mundo Todos Sofrem e aqui está um exemplo disso: o rei Ezequias era uma excelente pessoa e um bom rei. A Bíblia confirma isso ao relatar sua história:

- Ele fez o que era reto perante o Senhor.
- Ele removeu os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo o poste-ídolo (combateu a idolatria).
- Ele confiou no Senhor (dependência).
- Ele se apegou ao Senhor, não deixou de segui-Lo (intimidade).
- Ele feriu os filisteus (Não fez aliança com os inimigos como o fez seu pai).

Mesmo com um histórico de vida memorável, com tantas virtudes a seu favor, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal, jovem, na flor da idade, quando estava realizando uma obra de restauração espiritual, ou como diríamos hoje, um reavivamento espiritual de Judá. A realidade é que a doença alcança tanto os bons como os maus, tanto gente nova como de idade avançada, tanto aqueles que estão sendo uma benção para a igreja como aqueles que não são, tanto as pessoas que ofereceram tudo como ainda as que têm muito a oferecer para Deus.

Fazer a vontade de Deus tem o seu galardão, tem a sua bênção, possui suas vantagens, mas não nos isenta das tribulações. O fato de sermos cristãos não significa que estamos assegurados contra qualquer tragédia. Somos atingidos também pelas tribulações da vida. É a condição financeira que entra em colapso, impossibilitando honrar os compromissos; o emprego que não existe; a violência; assaltos; filhos problemáticos e rebeldes; casamento que não anda bem; drogas; sexo; inimizades, dentre outros que compõem uma longa lista.
Então, qual a diferença de ser ou não cristão?  A diferença é que nas provações e lutas da vida não estamos sozinhos. Temos um Deus conosco. Temos uma esperança que nos sustenta, a esperança de que a morte não é o fim, pois Deus nos ressuscitará e nos dará a vida eterna. Quem não teme ao Senhor sofre só e sem esperança. Morre em seu desespero. Somos mais do que vencedores por meio de Cristo Jesus, porém não estamos isentos das batalhas e das guerras que surgirão para forjarem o nosso caráter. Paulo fez um convite nada agradável a Timóteo:
3  Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus.
4  Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.
5  Igualmente, o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas.
6  O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos (2 Tm 2.3-6).

Deus permite que Seus filhos sofram, mas faz com que todas as coisas, tanto as boas como as ruins, cooperem para o bem daqueles que O amam. Deus estava com José e abençoava a tudo que ele fazia, mas este homem foi vendido pelos próprios irmãos a mercadores e, no Egito, na casa de Potifar, foi acusado de algo que não fez e lançado na prisão por causa isso. José saiu daquela prisão para ser governador do Egito. A promessa de Deus é que nenhuma provação nos será maior do que podemos suportar:
13  Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar (1 Co 10.13).

Não sei como você está agora, mas se está atribulado saiba que Deus permitiu esta tribulação em tua vida porque Ele confia em você e sabe que pode suportá-la. Sabe por que algumas vezes perdemos uma batalha? Porque não utilizamos as armas da maneira correta e nos desviamos das estratégias de Deus. Quando andamos pela nossa própria estratégia, fazendo a nossa própria vontade, achando que já sabemos tudo, ficamos soberbos, caminhamos pelo nosso próprio caminho e destinamo-nos à queda. Fazemos isso quando achamos que os filhos de Deus não podem sofrer, não devem ficar doentes, não devem ser pobres, não podem enfrentar dificuldades financeiras. Fazemos isso quando achamos que Deus é rígido demais, que está jogando pesado conosco, que não nos tem tratado com amor, mas com dureza. Estratégias erradas! Estratégias malignas! A ordem de Deus é:
12  Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam (Tg 1.12).

As promessas de Deus são para o vencedor e ele deve ser corajoso, guerreiro e preparado para a guerra, para a vida difícil, árdua, porque não é aqui o nosso lugar de descanso.
C – É necessário estarmos preparados para quando nossa hora chegar

1  ... veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.
Uma segunda provação, mais terrível que a primeira, aflige agora o rei: A morte bate a sua porta. Ser filho de Deus não garante perfeita saúde por toda a vida e não afasta a possibilidade de morte súbita e nem de morte prematura. Quem era Ezequias? Um rei bom que preferiu agradar ao Senhor com um reinado justo e realizou uma reforma religiosa em Judá restaurando a adoração e o louvor a Deus, mas que de repente a morte bate a sua porta.

A morte é uma realidade com a qual somos confrontados diariamente através das notícias nos jornais e na televisão. A pergunta importante é: estamos preparados para a morte e para o que vem depois? Todos nós, sem nenhuma exceção, justos ou injustos, estamos sujeitos a morte repentina em decorrência de alguma anomalia no coração ou de outra enfermidade e, portanto é necessário que estejamos preparados para a morte, seja ela demorada, súbita ou prematura. Colocar a casa em ordem é estar espiritualmente preparado para morrer a qualquer hora. Se acharmos que com a morte tudo acaba, estamos enganados, pois a Bíblia diz que:
27  E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9.27).

Não é o “nada” que nos espera, ou uma vida em outra forma como muitas religiões e filosofias nos querem fazer acreditar. Não! O que nos espera é o julgamento de Deus. Isto quer dizer que vamos ter que prestar contas na presença de Deus de nossos atos e sobre como reagimos em relação ao Seu Filho nesta vida. Isto decidirá onde passaremos a eternidade: no céu ou no inferno. E se não quisermos acreditar que isso seja verdade, seremos surpreendidos na nossa partida e teremos um arrependimento tardio, como teve o homem rico que, em agonia no inferno, clamava por misericórdia, mas era tarde demais. Se preparar para a morte significa colocar sua vida com Deus em ordem. Para isso existe somente um caminho: aceitar a salvação que Jesus Cristo oferece através de Sua morte na cruz:
16  Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17  Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele (Jo 3.16,17).

12  E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12).
6  Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).

Não deixe para mais tarde a sua decisão sobre onde você gostaria de passar a eternidade – com Jesus na Glória ou longe dEle na perdição eterna? Dê este passo agora e entregue sua vida para Jesus. Ele lhe receberá com os braços abertos, lhe perdoará toda culpa e lhe dará vida eterna. Jesus lhe espera a tomar esta decisão há tanto tempo!
O rei Ezequias, em sua angústia, mais uma vez se volta para o Senhor. Certamente não poderia entrar no santuário como costumava fazer para orar, mas é sempre possível encontrar Deus, mesmo em um leito de enfermidade. Ele apenas virou a cabeça e orou ao Senhor e Deus lhe ouviu a oração. Quantas pessoas acamadas têm tido essa abençoada experiência todos os dias!

O rei Ezequias, após uma laboriosa vitória é novamente provado por Deus, agora através de uma enfermidade mortal. Não vivemos em uma estância de férias, não existe trégua em nossa guerra, não estamos imunes dos ataques e das atrocidades de nossos inimigos, precisamos estar sempre preparados, fortalecidos na graça daquele que pode nos sustentar.
2 – UMA ATITUDE CORRETA DIANTE DE UMA MÁ NOTÍCIA

O que fez o rei Ezequias quando recebeu a má notícia de sua morte? A Bíblia diz que o rei chorou e abriu seu coração a Deus. Pelas suas palavras vemos que estava preparado para morrer, mas ele não se conformou em deixar este mundo na flor da idade, sem terminar aquilo que havia começado no seu reinado. Desesperadamente clama ao Senhor. Esta experiência de Ezequias nos ensina algumas lições:
A – A oração sempre deve ser o nosso primeiro recurso

2  Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR.
Muitos, no lugar de Ezequias, reagiriam de maneira bem diferente. Certamente, alguns, tomados pelo desespero, se descontrolariam, enquanto que outros cairiam em profunda depressão, chorando incessantemente e haveria os que blasfemariam culpando a Deus pela situação. Provavelmente, alguns precipitariam ao suicídio, outros se culpariam acreditando estarem sofrendo algum castigo. Enfim, muitas outras reações que certamente difeririam da adotada pelo rei Ezequias. Só mesmo alguém tomado por uma profunda convicção poderia agir como ele agiu. Com o corpo debilitado e enfraquecido pela enfermidade, mas com o espírito forte, não conseguindo levantar-se do leito em que se encontrava, ali mesmo virou-se e com o rosto voltado para a parede e fez seu clamor através de uma oração ao seu Deus. Seu primeiro e único recurso foi a oração.

Deus tem um propósito a realizar em nossa vida, mas Ele deseja que o homem esteja disposto a orar, para que se estabeleça a Sua vontade. Esta é a função da oração, preparar o caminho para que Deus realize Sua vontade. Sendo assim o homem deve fazer com que sua vontade seja conforme a vontade de Deus para que suas orações sejam respondidas. Jesus disse que:
14  E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.
15  E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito (1 Jo 5.14,15).

A oração tem como objetivo estabelecer a vontade de Deus em nossa vida, desta forma, devemos conhecer melhor a vontade de Deus, para que nossas orações sejam agradáveis a Deus e nossos propósitos sejam cumpridos.
A oração é o estabelecimento de um diálogo do homem com Deus, sendo que, devemos estar atentos a resposta de Deus, que vem através de Seu falar em nosso coração ou através de circunstâncias exteriores. É através da oração que colocamos nossas ansiedades nas mãos de Deus, crendo que Ele é poderoso para nos dar paz interior, e resolver nossos problemas da melhor maneira possível para nosso crescimento espiritual.

Devemos estar sempre orando, para sermos guardados das tentativas de satanás de nos levar ao desânimo e ao pecado. Podemos dizer que a oração é o nosso termômetro espiritual, pois quando não conseguimos orar, indica que não estamos bem espiritualmente. Devemos ser sensíveis a voz do Espírito Santo enquanto estamos orando para podermos discernir se esse falar é ou não de Deus, pois o inimigo pode também tentar nos enganar, lançando pensamentos em nossa mente que sutilmente nos induzirão ao erro. Em princípio, o crente deve orar em todo o tempo:
17  Orai sem cessar (1 Ts 5.17).

18  com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos (Ef 6.18).
Orar sem cessar é um estado permanente de comunhão com Deus, onde o seu pensar está ligado com as coisas que são lá do alto:

2  Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
3  porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus (Cl 3.1-2).

Estar com os pensamentos voltados para Deus é uma condição que não dá lugar para ser atingido pelos dardos inflamados do inimigo, pois seu espírito está sempre alerta através da oração.
A oração nos conduz à presença de Deus para um diálogo íntimo, pessoal e restaurador com aquele que deseja estar lado a lado com seus filhos. Quando estamos alegres, ela deve ser nossa primeira expressão de gratidão, quando estamos chorando, ela deve ser nosso primeiro recurso de clamor. Ezequias nunca se esquecia e nunca deixava para depois o recurso da oração. Para ele a oração era o primordial.

B – Devemos chegar ao Senhor com sinceridade e objetividade
3  E disse: Lembra-te, SENHOR, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que era reto aos teus olhos; ...

A oração não é algo formal a ser usado para atrair a atenção dos homens, como faziam os fariseus, e por isso foram condenados por Jesus. Eles estavam acostumados a orar formalmente 18 vezes ao dia, segundo as leis herdadas de seus antepassados e observavam com rigor pontual os horários destinados à oração onde quer que estivessem. Por isso, com freqüência eram obrigados a orar em público, e os judeus, admirados, sempre os surpreendiam em sua prática nas esquinas das ruas. A oração passou a ter para eles um caráter de mero ritualismo, sem consistência espiritual, onde o que contava era a exterioridade sofisticada de palavras vazias para receber o louvor humano.
A oração também não é como a reza, uma repetição interminável de enunciados que não traduzem os sentimentos do coração. Este era o costume dos gentios, adeptos das religiões politeístas, que horas a fio repetiam mecanicamente as mesmas palavras diante de seus deuses, o que mereceu a veemente reprovação do Senhor Jesus.

Muitos se acham no direito de serem atendidos por Deus, mas Ele não atende uma oração se o coração que ora está fingindo, dividido entre a luz e as trevas, que vive no erro, no engano e na mentira, que não se humilha diante dele. Ezequias, mesmo sendo rei, se humilhou diante de Deus e a sua oração que apresentou a Deus foi ouvida e recebida.
C – Diante da dor não devemos nos calar, mas apresentá-la ao Senhor.

3  ... e chorou muitíssimo.
A visita do profeta levou o rei a pleitear diante de Deus, em oração, pela vida. Ezequias se humilhou diante do Senhor não somente em oração, mas também com muito choro. Não se desespere diante da dor, pois está nela a oportunidade de crescermos e evoluirmos na fé. A verdade é que todos nós queremos o céu, mas nos esquecemos da trajetória que temos a percorrer até lá e desejamos ter uma caminhada sem aperto, nos esquecendo das palavras de Jesus o qual nos advertiu que o caminho para o céu é estreito e apertado. Dor e sofrimento fazem parte da natureza que habita em nós. Eles nos incomodam e nos fazem reagir e através deles somos modificados por Deus, que vai forjando em nós o nosso caráter, lavado muitas vezes pelas nossas lágrimas. Há uma frase que descreve com propriedade as razões da aflição: "Quanto mais numerosos os espinhos, mais belas serão as rosas".

Chorar é bom! Com o sofrimento o choro chega e ele traz alívio. O choro é um amigo que conforta, deixando clara a sua missão: expressar o que vem do âmago, e ao mesmo tempo consolar. Quando precisarmos reduzir o sofrimento temos um recurso natural: o chorar. Chore, e lembre-se da frase de Jesus: "Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados".
Somos o exército de Deus e somos preparados por Ele para enfrentar situações extremamente adversas, portanto, devemos resistir bravamente, afinal, fomos capacitados e enchidos com o Espírito Santo. Entregar-se aos problemas é sinônimo de fraqueza e derrota. Por que alguns são abalados? Porque edificaram suas casas sobre a areia! Sem o devido alicerce da comunhão verdadeira com Deus. É a vida cristã aparente, desprovida do Espírito e da genuína filiação. Estes, mesmo apresentando-se como pessoas dinâmicas na igreja são desconhecidos pelo Pai. Quando os problemas vêm como um forte vento, logo são abatidos e derrotados.

Os filhos genuínos do Senhor são fortes, inabaláveis, preparados para vencerem as maiores dificuldades que possam sobrevir à vida. Estes não negam a sua filiação e a exemplo de Cristo Jesus, vão até as últimas conseqüências, esperando no amparo incontestável do Pai Celeste, pois eles sabem que o Senhor, criador dos céus e da terra, sabe das suas dificuldades e promete o amparo.
Chorar não é sinal de fraqueza. Abater-se não é sinal de derrota. Apresentar sua queixa ao Senhor não é sinal de rebeldia. Podemos chorar sim. Vamos nos abater muitas vezes sim e devemos apresentar ao Senhor nossa dor. Jó fez isso! Ele falou muitas vezes para o Senhor: Está doendo. Estou sofrendo. Não há espaço mais para dor. Não há mais lágrimas para derramar, acabou, secou a fonte. Isso não é rebelar-se contra Deus, mas é ser sincero diante dele. Veja a oração do salmista:

1  Ouve, SENHOR, a minha súplica, e cheguem a ti os meus clamores.
2  Não me ocultes o rosto no dia da minha angústia; inclina-me os ouvidos; no dia em que eu clamar, dá-te pressa em acudir-me.
3  Porque os meus dias, como fumaça, se desvanecem, e os meus ossos ardem como em fornalha.
4  Ferido como a erva, secou-se o meu coração; até me esqueço de comer o meu pão.
5  Os meus ossos já se apegam à pele, por causa do meu dolorido gemer.
6  Sou como o pelicano no deserto, como a coruja das ruínas.
7  Não durmo e sou como o passarinho solitário nos telhados.
8  Os meus inimigos me insultam a toda hora; furiosos contra mim, praguejam com o meu próprio nome.
9  Por pão tenho comido cinza e misturado com lágrimas a minha bebida,
10  por causa da tua indignação e da tua ira, porque me elevaste e depois me abateste.
11  Como a sombra que declina, assim os meus dias, e eu me vou secando como a relva (Sl 102.1-11).

Ezequias foi sincero e lhe disse que não achava justo ter que deixar a terra dos viventes na flor da idade, afinal, ele amava ao Senhor e era obediente. Lemos em Salmo 121, onde o salmista Davi diz:
1  Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? (Sl 121.1)

Ele mesmo responde:
2  O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra (Sl 121.2).

Ezequias também esperava o socorro do Senhor. Quando estamos na tempestade, precisamos recorrer a Jesus e lhe suplicar que acalme a tempestade.
3 – UMA NOTÍCIA AGRADÁVEL DE RECEBER

Esta experiência nos mostra que não há crise que Deus não possa reverter. No tempo dele, Deus poder reverter o quadro que te assola. Não perca a esperança. Não desanime. Não entregue os pontos. Levante a cabeça, pois Jesus te ama e Ele quer estar do seu lado na hora mais difícil de sua vida. Ele quer ser seu amparo, quer ser seu sustentador. Deus reverteu o quadro de Ezequias de morte para a vida e podemos aprender algumas lições com esta provação passada pelo rei:
A – Deus recolhe em seu odre as lágrimas de seus filhos

4  Então, veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo:
5  Vai e dize a Ezequias: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; ...

Deus mandou um recado para Ezequias: vi as tuas lágrimas. Deus não desperdiça as lágrimas de seus filhos, Ele olha e recolhe em seu odre cada lágrima que derramamos. Se você não sabe um odre é um recipiente de couro para guardar líquidos. Deus é um Pai amigo que está sempre do nosso lado pelo caminho da vida. É Ele quem nos socorre. O Senhor conhece o nosso entusiasmo, o propósito de nosso coração e as nossas lágrimas escondidas. Ele vê as lágrimas ocultas que ninguém vê. Ele sente a nossa amargura de alma como ninguém outro. Ele entende a nossa dor mais do que imaginamos.
Quantas vezes sentamos e choramos sozinhos, ou viramos para um canto para chorar. Choramos desde quando nascemos, pois ao nascer nossa primeira reação é chorar, por isso podemos dizer que:

Do berço à sepultura, da maternidade ao cemitério,
as lágrimas são a nossa companhia.

E em nossa companhia, as lágrimas vêm e vão, às vezes com maior ou menor freqüência, mas sempre vêm e vão. Mas as lágrimas se secam com um lenço, ninguém guarda lágrima, ninguém carrega um vidrinho e vai guardando as suas lágrimas, mas Deus sim porque Ele recolhe nossas lágrimas em seu odre e é na hora do choro, da amargura que Ele entra com a sua misericórdia em nossa vida.
Davi havia passado por um momento muito difícil na vida e vem contando isto no Salmo 56, mas quando Davi chorou as suas lágrimas foram secas por Deus!  De maneira poética Davi ilustra:

8  Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro? (Sl 56.8).
Deus está atento ao que se passa conosco. Temos um Deus vivo que se importa conosco, que vê nossas lágrimas de dia e de noite, até mesmo aquelas mais ocultas, que ninguém vê e ninguém sabe. Mais do que isso, nossas lágrimas tem valor diante de Deus: não estão elas inscritas no teu livro? Ele se importa! Deus se importa com tua dor, com teu coração, muito mais do que você possa imaginar! Você tem lágrimas? Talvez suas lágrimas não sejam visíveis, não cheguem a escorrer pela face, mas lá dentro, no coração, há um choro seu. Deus vê estas lágrimas também e as recolhe em seu odre e as escreve em seu livro.

Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. Os filhos de Deus não sofrem sem causa, sem propósito, afinal, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28). Lembre-se de que o sofrimento é a escola superior do Espírito Santo em que Deus ensina aos seus filhos as mais profundas lições da vida. Quando Deus nos permite sofrer, é porque está nos dando um curso avançado. Depois da tempestade, passamos a conhecer Deus melhor.
As recompensas que Deus tem para dar àqueles que confiam nEle são muito maiores do que os sofrimentos que enfrentamos. Deus tem muito mais para dar do que o mundo tem para nos afligir com dores. A Palavra nos diz que:

5  Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão.
6  Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes (Sl 126.5,6).

5  Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã (Sl 30.5).
Deus não é uma energia cósmica, um olho dentro de um triângulo, não é uma pirâmide, não é pedra de cristal, mas é um Deus pessoal, presente, que ama as pessoas, que entra nas suas vidas, que deseja participar da casa, da vida delas e que quer enxugar as suas lágrimas, transformar as suas vidas! Deixe sua vida nas mãos deste Deus!

B – Deus estende aos seus filhos a sua graça
5  ... acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos.
6  Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade, e defenderei esta cidade.

Aqui está um exemplo de que as coisas podem mudar. Tudo mudou na vida do rei com a oração. E se você perceber a oração foi mais forte do que a própria profecia. A profecia era clara: Ezequias põe em ordem tua casa porque você morrerá e não viverá. Mas Ezequias ora e Deus ouve a sua oração e cancela a profecia. Deus era o autor da profecia, com Ele está o dom da vida, Ele podia cancelar aquela ordem. Mas Deus fez muito mais por Ezequias, pois além de dar a vida, prometeu livra-lo da Assíria por todos os seus dias.
6  Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade, e defenderei esta cidade.

Deus estende a sua graça aos seus filhos. Ele é um Deus de amor que ama seus filhos e os trata com misericórdia. Ele é compassivo, paciente, benigno e tardio em irar-se e Ele nos trata com todas estas virtudes. Deus nos trata como filhos que somos. Quando pedimos pão, Ele não nos dá pedra, quando pedimos e não recebemos, não quer dizer que Ele não nos ouviu, mas sim que a sua vontade foi diferente da nossa e significa também que Ele tem um plano melhor para nós do que o nosso. Deus nos atende além do que pedimos:
20  Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós (Ef 3.20).

Se você crê em Jesus, se você já foi lavado pelo Seu sangue, se já foi remido pelo Seu sangue, você é filho, você é herdeiro, você é ovelha, você é propriedade exclusiva de Jesus, você é a menina dos olhos dele, você é extremamente precioso, Ele ama você, Ele morreu por você, Ele verteu seu sangue por você, Ele morreu em seu lugar, em seu favor, para dar a você perdão, para dar a você redenção, para dar a você restauração, para dar a você vida eterna. Ele estende até você a sua graça.
C – Deus tranqüiliza o coração de seus filhos

7  Ser-te-á isto da parte do SENHOR como sinal de que o SENHOR cumprirá esta palavra que falou:
8  eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o sol os dez graus que já havia declinado.

O fiel e piedoso rei recebe, além da cura, o mais extraordinário sinal ao retroceder a sombra no relógio de sol que seu pai mandou fazer. Deus lhe mostra que aceitou a sua petição para adiar sua morte e tranqüiliza seu coração com um sinal extraordinário.
Quando Pedro estava preso, ele sabia que Tiago estava morto e que ele seria o próximo a ser executado; sabia que a sua sentença de morte já estava lavrada. Mas, diz o texto que ele dormia na noite em que, no dia seguinte, deveria ser executado. Isso é maravilhoso! Possivelmente, qualquer outra pessoa ficaria desesperada, não conseguiria dormir nem por um instante. Apesar de estar preso, apesar de estar algemado, apesar de estar guardado por segurança máxima, Pedro dormia, porque Deus tranqüiliza nosso coração na hora da tribulação. Pedro descansava na Soberana Providência de Deus e naquela noite ele seria libertado pelo anjo de Deus das mãos de Herodes.

Conclusão

A experiência de Ezequias nos mostra que nunca devemos desacreditar na oração, que nunca devemos deixar de orar.

Não sei qual é o seu problema, mas se você está amargurado e aflito, Jesus pode aliviar a sua alma e te trazer paz e descanso. Talvez você esteja enfrentando algumas lutas e algumas perdas em sua vida. Quem sabe está sofrendo baixas em sua vida financeira e isso angustia muito o coração. Talvez, esteja passando pelo drama de ver seus filhos fugirem das suas mãos, do seu controle e isso esmaga o coração. Talvez, como Ezequias, esteja enfrentando o drama de uma doença séria, grave, que se estabeleceu em seu corpo e tem gastado seu tempo e seus recursos, mas não tem tido o retorno que esperava. Talvez, esteja vivendo o drama de um casamento machucado, cheio de incompreensão, enquanto esperava mais presença, mais companhia, mais compreensão, mais carinho, mais amor. Talvez, esteja passando por noites muito longas buscando respostas, explicações, mas a única resposta é o barulho da tempestade que assolou sua vida. Deus pode reverter este quadro. Descanse nele e se você se sente oprimido por alguma coisa, ou por alguém, levante os seus olhos para o alto, coloque o joelho no chão, e clame Àquele que pode te dar descanso alívio e paz.

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com