Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

LIÇÃO XIII – AS CERTEZAS DA EXECUÇÃO ÍNTEGRA DO PROJETO DE DEUS PARA A SALVAÇÃO DO HOMEM


31  Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32  Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?
33  Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.
34  Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.
35  Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
36  Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
37  Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
38  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39  nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.31-39).
Introdução
É possível ter a certeza da salvação? Deus tem um plano de salvação, mas há segurança deste plano ser executado conforme planejado? Existe possibilidade de falhas? Há previsões de correções? Hoje, a execução deste plano continua no controle de Deus?
A vida cristã é uma vida de relacionamento com Deus. Quanto mais próximo você estiver de Deus mais intimidade você terá com Ele e mais segurança vai sentir. A medida que você se afasta de Deus abrem-se portas para dúvidas e surgem os questionamentos.
Perto de Deus você não questiona, pois se sente seguro, mas longe dele perde-se toda segurança. É por isso que muitos crentes têm duvidado da segurança de sua salvação, porque estão passando por uma época de seca na vida espiritual e não estão sentindo nenhuma alegria em sua caminhada espiritual.
Longe de Deus também se abre caminho para a instabilidade emocional e as emoções abrem as portas para as dúvidas. São em momentos assim que Satanás aproveita a oportunidade para tentar enganar as pessoas e fazê-las acreditarem que não são bons o suficiente para receberem o perdão de Deus e a recompensa eterna.
A certeza da salvação é possível porque a Palavra de Deus nos dá segurança para isso. João diz:
11  E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho.
12  Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.
13  Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus (1 Jo 5.11-13).
Jesus, pessoalmente disse que nos dá vida eterna e que nada pode tirá-la de nós:
27  As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.
28  Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.
29  Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar (Jo 10.27-29).
Assim é a salvação e assim é o plano de Deus na Salvação do homem.
O texto básico acima de Romanos é o mais argumentativo sobre as convicções cristãs. Ele não trata somente do plano de salvação do homem, mas enaltece o arquiteto deste plano: Deus. As cinco perguntas retóricas que Paulo faz nos oferecem garantia eterna de salvação e nos faz sentir seguros nas mãos de um Deus Soberano. Uma pergunta retórica é aquela que não precisa de resposta, pois a própria pergunta já está dando a resposta positivamente. Vejamo-las:
1 – Se Deus é por nós, quem será contra nós?

31  Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Paulo começa este capítulo dizendo que não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo:
1  Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
Isso porque fomos libertados do pecado e da morte pelo sacrifício de Cristo na cruz. Fala da presença do Espírito Santo na vida do cristão afirmando que quem tem o Espírito Santo este é filho de Deus e se somos filhos somos herdeiros com Cristo:
14  Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
16  O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
Agora, Paulo está dizendo que se Deus está a nosso favor nos dando, pela sua graça e misericórdia, todos os benefícios de filhos, mesmo termos sido tão rebeldes, quem será aquele que conseguirá intentar qualquer coisa contra qualquer filho de Deus? Lembra que ninguém pode arrebatar uma só ovelha das mãos do bom Pastor.
27  As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.
28  Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.
29  Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar (Jo 10.27-29).
É verdade que temos um grande inimigo e que ele anda ao nosso redor rugindo como um leão e buscando nos destruir. As potências malignas deste inimigo procuram abafar nossa fé e destruir nossa confiança em Deus. Também temos inimigos e adversários na terra, pessoas que não suportam aqueles que vivem na presença de Deus. Mas, se Deus está conosco a quem  recearemos? Quem será capaz de nos destruir ou de nos arrancar das mãos do nosso Senhor e Salvador?
18  Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
19  Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20  ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28.18-20).
Estas palavras de despedida de Jesus são muito fortalecedoras, nunca devem ser esquecidas por aquele que está em Cristo e aguarda Seu retorno.
2 – Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?
32  Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?
Você acha que Deus que escolheu você na eternidade, Deus que amou você antes da fundação do mundo, Deus que enviou seu Único Filho para morrer em seu lugar, Deus que enviou o Espírito Santo para regenerar seu coração, Deus que selou você para o dia da redenção, Deus que salvou você e te arrancou das trevas, da potestade de Satanás, que transformou sua vida vai largar você agora no meio do caminho? Logicamente que não! A Bíblia diz que:
6  Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus (Fp 1.6).
Somos forasteiros nesta terra estranha. Somos peregrinos nesta caminhada. A nossa pátria é superior. É celestial. Nosso futuro corpo é imortal. Nossa futura casa, futura cidade é indescritível. A vitória final é nossa, ela já está garantida. Creia nisso e descanse em Deus!
3 – Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?
33  Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.
Quem pode acusar aqueles a quem Deus justificou? Sua posição de filho e de salvo é incontestável!
Todos os pecados do crente foram lançados sobre Cristo, o autor da nossa salvação e por meio da expiação de Cristo eles foram removidos. Não existe qualquer pecado registrado nos livros de Deus contra o seu povo, a Igreja, de tal modo que todos aqueles que estão em Cristo estão justificados para sempre.
Quando a culpa do pecado foi retirada o seu castigo também foi cancelado.
Para o crente, não existe mais qualquer punição da parte da mão vingativa de Deus. O crente pode ser disciplinado por seu Pai, mas Deus, o Juiz, não tem nenhuma acusação que o condene à segunda morte.
Isso significa que aquele que está em Cristo está completamente livre de toda a culpa e condenação do pecado. O poder do pecado também foi removido. O pecado pode permanecer em nosso caminho e nos inquietar com uma luta constante, porém, ele é um inimigo vencido por Cristo. Não existe pecado que o crente não possa vencer. Aqueles que estão no céu vestidos de roupas brancas são os que venceram por meio do sangue do Cordeiro. A Bíblia fala da prisão do nosso acusador:
9  E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.
10  Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.
11  Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida (Ap 12.9-11).
O acusador foi vencido. Derrotado. Os eleitos foram justificados. Resgatados. Perdoados. Inocentados. Não há mais nenhuma acusação contra os remidos do Senhor.
4 – Quem os condenará?
34  Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.
É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.
Sabe por que é impossível você se perder? Porque a Bíblia diz que Jesus morreu vicariamente. Sabe o que é morrer vicariamente? Cristo não morreu para possibilitar a salvação, porque se fosse assim Ele não teria morrido vicariamente. Morrer vicariamente significa que Ele morreu em nosso lugar, de tal maneira que não posso mais sofrer aquela penalidade que Cristo já sofreu, pois Deus é justo. Eu não posso mais ser condenado por um pecado pelo qual Jesus já foi condenado. Por isso que Paulo diz:
23  Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6.23).
O salário do pecado é a morte e Cristo morreu de tal maneira que a penalidade que deveria cair sobre a minha cabeça, caiu sobre Jesus, porque Ele levou sobre Si o meu pecado, morreu a minha morte e agora posso viver a sua vida. Então, é impossível que alguém me condene, que alguém lance acusação que prospere contra mim no tribunal de Deus, porque foi Jesus quem morreu, foi Deus quem o ressuscitou e está assentado à destra de Deus Pai intercedendo por nós.
5 – Quem nos separará do amor de Cristo?
35  Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
Fomos alcançados pelo amor divino e este amor nos uniu definitivamente a Jesus Cristo.
Jamais diga: Estou desempregado agora vou abandonar a Deus. Estou passando por uma enfermidade e Deus não serve mais para mim. Estou passando uma tribulação na minha casa e agora vou desanimar com Deus. Chegou a dificuldade na minha vida e não quero mais saber de Deus. Saiba que não há situação, não circunstância, não há problema que possa afastar você deste amor, porque Paulo conclui:
38  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39  nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Talvez o adversário esteja persuadindo você, lhe fazendo acreditar que Deus o abandonou e/ou que você decepcionou tanto ao Pai que Ele não te quer mais. Saiba que o Pai não abandona a ninguém. Se você está longe de Deus é por conta própria, volte imediatamente à presença de Deus e sinta novamente que Ele sempre te amou!
Há muitos cristãos que temem que certas coisas tenham o poder de os separarem do amor de Cristo. Eles estão agindo exatamente ao contrário de Paulo que descansava nos braços de Deus.
Paulo contrasta as coisas do mundo com a insondável realidade do amor que Cristo decidiu dedicar a nós. Em Cristo nada nos separa.
Paulo não admite qualquer tipo de dúvida quando o assunto é a atitude do Senhor para com Seus escolhidos. É o que podemos notar nesta sua afirmação definitiva sobre o amor que Cristo dedica aos seus discípulos.
Conclusão
Deus é amor, mas Ele também é justo. Sempre nos lembramos do amor de Deus e pouco nos importamos com sua justiça. Gostamos de saber que Deus é amor, mas pouco valorizamos a sua justiça. Temos sempre a impressão de que o amor de Deus nos beneficia mais do que a sua justiça. Pensamos que, por Deus ser amor, Ele irá deixar passar em branco nossas falhas, o que não é verdade. Deus é amor e o seu amor moveu o processo de redenção do homem. Mas Deus também é justo, por isso nosso pecado não podia ficar impune. Pela justiça de Deus nosso pecado foi punido em Jesus Cristo na cruz do calvário.
Deus elaborou um plano para salvar o homem. Neste plano Deus não simplesmente se esqueceu do nosso pecado. A única forma de justificar o homem pecador era pagar a sua divida, mas isso podia ser feito somente por alguém que não tinha pecado. O amor de Deus se manifestou para o resgate dos pecadores e a justiça de Cristo agiu para efetuar o pagamento destes pecadores. A justiça de Deus se cumpriu, a dívida foi paga e os que estão em Cristo estão justificados.
A maneira como Deus salvou o homem foi dolorosa, pois foi através da morte daquele que não tinha pecado. Jesus tinha como missão cumprir a justiça divina. O que Jesus fez foi vencer a morte, portanto devemos nossa vida a Ele. E hoje podemos dizer “se Deus é por nós, quem será contra nós”? Não podemos exigir mais nada do Senhor, pois Ele já nos deu tudo. Nossa única obrigação hoje deve ser servi-lo por amor e agradecimento.
Você já tem certeza dessa obra de Deus em sua vida? A Bíblia diz que aqueles que Deus predestinou a esses também chamou. Você já atendeu a este chamado de Deus? Ou você tem rejeitado a este chamado de Deus? A quanto tempo você tem escutado a voz de Deus e tem resistido? A quanto tempo você escuta a voz de Deus e tem adiado?
Hoje é o dia da salvação. Hoje é o dia sobremodo oportuno. Este chamado é irresistível. Esta vocação é eficaz. Se preciso for Deus toca em seu corpo, na sua posição social, assim como fez com Nabucodonosor. Se preciso for Deus nos joga ao chão como fez com o rei Manassés, pois Deus jamais perdeu uma batalha. Ele está disposto a ir às últimas conseqüências para restaurar a nossa alma e para nos salvar do inferno. Se hoje você ouvir a voz de Deus, não adia mais este chamado. Se você é ovelha de Cristo, você ouve a voz dele. Se você quiser, hoje poderá colocar sua vida nas mãos deste Deus e receber este presente glorioso que Ele comprou pra você lá na cruz, com seu precioso sangue.
Deus ama os seus filhos de verdade. E por causa deste amor, Deus os escolheu para a salvação, predestinou-os para adoção como filhos, chamou-os pela graça, justificou-os pela graça por meio da fé no sangue de Cristo, santificou-os pelo Espírito e os glorificará quando o Senhor vier.
Bendita salvação. Gloriosa salvação. Bendito seja Deus por este plano perfeito, eterno e vitorioso na vida do cristão.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

LIÇÃO XII – O JUÍZO FINAL DE DEUS


11  Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
12  Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.
13  Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.
14  Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
15  E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo (Ap 20.11-15).
Introdução
A Bíblia relata várias cenas em que Deus julga. Muitas delas apresentadas em forma de parábola ou de linguagem profética, empregando elementos simbólicos para comunicar verdades importantes sobre a justiça de Deus. Algumas dessas cenas prevêem julgamento específico de indivíduos ou de povos e nações. Outras ensinam os princípios da justiça divina, sem falar necessariamente de algum julgamento específico. Todas elas prefiguram o julgamento final, um conceito claramente afirmado nas escrituras e ensina como a justiça de Deus será aplicada a todos no Juízo Final.
O julgamento final revelará duas classes de pessoas: justos e injustos; ovelhas e cabritos; bons e maus. Revelará também dois destinos: vida eterna e castigo eterno; reino de Deus e fogo eterno preparado para o diabo e os seus anjos; céu e inferno. Como será este julgamento?
1 – O Juiz do Juízo Final
Vamos começar a falar do Juiz. Como será o Juiz do Juízo Final de Deus? Como você pensa que se comportará diante deste tribunal? Às vezes achamos que lá daremos um jeito, que vamos conseguir nos defender, argumentar com aquele que está assentado no Trono. Achamos que lá será como aqui, dá-se um jeitinho brasileiro de última hora. A Bíblia apresenta o Supremo Juiz assentado no Trono:
11  Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
Mostra também a dimensão da grandeza do Supremo Juiz:
11  Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
A glória do Supremo Juiz é incomparável. O trono representa domínio e o branco a santidade. O Julgamento do Grande Trono Branco é o julgamento final antes que os perdidos sejam lançados ao lago de fogo, lugar de eterna punição aos ímpios e incrédulos. Este lugar é vulgarmente conhecido como inferno. E ao homem resta somente uma oportunidade de decisão:
 27  E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo (Hb 9.27).
2 – A natureza do julgamento final de Deus
12  Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono...
O Juízo Final não será espiritual e invisível, mas um evento exterior e visível. Também não será um processo contínuo como a Providencia de Deus na História, mas tem um dia determinado para começar e terminará quando todos forem julgados.
O fato de que haverá um julgamento final para todos os homens, crentes e não crentes, é claramente confirmado em muitas passagens da Escritura. Cada pessoa, um dia, estará de pé perante Cristo e será julgada por seus atos.
10  Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5.10).
12  e a ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras (Sl 62.12).
23  ... e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras )Ap 2.23).
Apesar de ser muito claro que o Julgamento do Grande Trono Branco é o julgamento final de Cristo, há muita discordância a respeito de como isto se relaciona com os outros julgamentos mencionados na Bíblia, e a respeito de quem exatamente será julgado no Julgamento do Grande Trono Branco.
Muitos acreditam que as Escrituras revelam três diferentes julgamentos que virão. O primeiro será o julgamento dos “cabritos e das ovelhas” ou um “julgamento das nações”, como visto em Mateus.
31  Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória;
32  e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas;
33  e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;
34  então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
41  Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.31-34,41).
Os que crêem assim dizem que este julgamento ocorrerá após o período da tribulação, mas antes do milênio, e que servirá para determinar quem entrará no reino milenar.
O segundo é um julgamento das obras dos crentes, ao qual freqüentemente se refere como o “Grande Tribunal de Cristo”, no qual os cristãos receberão graus de recompensas por seus feitos ou serviços a Deus.
10  Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5.10).
O terceiro é o julgamento do “grande Trono Branco” de nosso texto básico, ao final do milênio, em que será o julgamento dos incrédulos, no qual serão julgados de acordo com suas obras e sentenciados à punição eterna no lago de fogo.
Mas cremos firmemente que todos estes três julgamentos são o mesmo julgamento final, não três julgamentos separados, pois o julgamento do “Grande Trono Branco” em Apocalipse será o tempo em que tanto crentes quanto incrédulos serão da mesma forma julgados. Aqueles cujos nomes são achados no “livro da vida” serão julgados por suas obras para que se determinem os galardões que receberão; e aqueles cujos nomes não estiverem no “livro da vida” serão julgados de acordo com suas obras para que se determine o grau de punição que receberão no lago de fogo.
A prova de que os outros dois julgamentos mencionados é outra descrição do que acontece no julgamento do “Grande Trono Branco” é que eles mostram o fato de que o resultado deste julgamento é o mesmo que é visto após o julgamento do “Grande Trono Branco em Apocalipse. Em Mateus as “ovelhas” (que são os crentes) entram na vida eterna enquanto os “cabritos” (que são os incrédulos) são lançados na “punição eterna”. E em Coríntios todos receberão pelo bem ou o mal que tiverem praticado.
Qualquer que seja a sua visão de julgamento do Juízo Final de Deus é importante que não se perca de vista três fatos muito importantes em relação ele.
A – Jesus Cristo será o Juiz.
27  E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
28  Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:
29  os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo (Jo 5.27-29).
B – Todos os incrédulos serão julgados por Cristo e eles serão punidos de acordo com as obras que praticaram.
A Bíblia é muito clara ao dizer que o incrédulo está armazenando “ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus”, e que Deus “recompensará cada um segundo as suas obras”.
5  Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,
6  que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento:
a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade;
mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça. (Rm 2.5-11).
C - Todos os crentes também serão julgados por Cristo
Mas uma vez que a justiça de Cristo a eles foi imputada e seus nomes estão escritos no “livro da vida”, eles serão galardoados de acordo com as obras que fizeram.
10  Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
11  Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus.
12  Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus (Rm14.10-12).
Sem dúvidas a Bíblia é bastante clara ao dizer que todos, crentes e não crentes, de igual modo irão, um dia, comparecer perante Cristo para serem julgados. Mas a boa notícia para o crente é que nosso julgamento não será para determinar se seremos ou não lançados no lago de fogo, porque isto já terá sido estabelecido uma vez que cremos no Evangelho e nos tornamos “filhos de Deus”. Aqueles que verdadeiramente são salvos receberam o beneficio da grande troca na qual nossos pecados são creditados a Cristo e Sua Justiça é a nós imputada.
3 – O critério do Juízo Final
Qual será o critério de Deus em seu julgamento final? Como serão as provas apresentadas contra o réu? Os registros do livro de Deus!
12  Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.
Os livros que forem abertos contêm registros dos feitos de todos, bons ou maus, porque Deus sabe tudo o que já foi dito, feito ou mesmo pensado; e Ele recompensará ou punirá cada qual adequadamente.
No Juízo Final é aberto também outro livro, que é o “livro da vida”. Este é o livro que determina se uma pessoa herdará vida eterna com Deus ou receberá punição eterna no lago do fogo.
15  E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
Mesmo sendo os crentes responsáveis por seus atos, eles são perdoados em Cristo e seus nomes são escritos no “livro da vida desde a fundação do mundo”.
8 ... E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá Ap 17.8).
O Juízo Final será a hora da verdade. Revelações importantes serão feitas. A situação do homem nos leva ao desespero quando pensamos no julgamento de Deus no dia do juízo. A Bíblia diz que você e eu vamos ter que comparecer um dia perante o tribunal de Deus para dar conta da nossa vida a Ele. Isso significa que um dia, você vai ter que comparecer diante do Juiz Supremo, do Juiz de vivos e de mortos. Neste dia os livros serão abertos e você vai ter que dar conta da sua vida a Deus. Como será esse julgamento? No dia do juízo, quando os livros de Deus serão abertos e começar o processo de seu julgamento, você vai ser julgado pelas suas palavras; porque nós seremos julgados por todas as palavras frívolas que proferimos. Quantas dessas palavras você nem lembra mais, quantas delas você tem vergonha só de relembrá-las. Quantas palavras amargas, quantas palavras duras, quantas palavras torpes, quantas palavras que atearam fogo e provocaram guerras, quantas palavras que trouxeram morte em vez de vida, guerra em vez de paz, choro ao invés de consolo. Você pode não se lembrar mais delas, mas elas estão registradas e no dia do juízo nós vamos ter que dar conta a Deus de todas elas.
Não é somente de nossa palavras que vamos prestar contas um dia, Diz a Bíblia que você também será julgado pelas suas ações. Aquilo que você fez que seu pai não viu, que sua mãe não viu, que seu marido não viu, que sua esposa não viu, que seus filhos não viram, que sua igreja não viu, que seus amigos não viram, que seu pastor não viu, que o braço da justiça não viu, que você conseguiu esconder debaixo do tapete e que você fez por detrás da cortina. Todas elas estão registradas nos registros de Deus.
Além de nossas ações, a Bíblia também afirma que no dia do juízo você vai ser julgado pelas suas omissões, por aquilo que você deixou de fazer. Quando Jesus voltar cheio de glória e assentar-se no Seu Trono de glória, Ele vai separar as nações e vai dizer ao que estiverem à sua esquerda:
41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41).
O que estas pessoas fizeram de tão terrível para irem ao lago de fogo? Sabe o que elas fizeram? Não fizeram nada, elas só deixaram de fazer. Jesus complementa dizendo:
42  Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43  sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me (Mt 25.42,43).
Ou seja, você pode estar em sua casa, não falando mal de ninguém, não fazendo mal para ninguém e cometendo o terrível pecado de omissão. Está vendo como a situação do homem é desesperadora? Uma situação de condenação sem sombra de dúvida.
E tem mais, pois a Bíblia ainda diz que no dia do juízo, Deus vai julgar os segredos do nosso coração. Sabe o que isso significa? Que Deus vai julgar os nossos pensamentos, os nossos desejos e as nossas intenções. Nenhum tribunal da terra, por mais nobre que seja, jamais terá competência de julgar foro íntimo. Escapa ao controle de qualquer tribunal humano julgar foro íntimo. Pois o tribunal de Deus julgará foro íntimo. Deus julgará aos desejos de nosso coração, aquilo que guardamos a sete chaves, aquilo que guardamos na gaveta de nossa memória e guardamos lá em secreto, Deus abrirá estas gavetas, Deus abrirá os armários da nossa consciência e Deus exporá aquilo que esteve sempre guardado dentro de nós sem jamais ser compartilhado ao amigo mais íntimo.
Que situação de miséria a do homem! O Apóstolo Paulo, quando meditava sobre estas coisas em Romanos, chegou à conclusão de seu estado injustificável por causa do pecado. Chegou a esta conclusão depois de meditar sobre os dez mandamentos, principalmente no décimo mandamento. Isso porque os nove primeiros mandamentos tratam de pecados objetivos, que qualquer tribunal da terra pode acompanhar, legislar e julgar, mas o décimo mandamento é subjetivo: Não cobiçaras. É íntimo! É do coração! Ninguém pode investigar! Mas Deus investiga! Quando Paulo refletiu sobre o décimo mandamento disse:
24  Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (Rm 7.24).
Esta é a real situação do homem: totalmente perdido! Talvez, você esteja pensando que tudo isso é um exagero. Talvez, você esteja pensando que não é tão pecador assim, que a coisa não é tão feia assim. Hernandes Dias Lopes exemplica isso muito bem. Imagine que você seja uma pessoa muito boa, até acima da média, melhor que muitas pessoas. Que consiga, durante o dia, não pecar nenhuma vez por palavras, nem por obras e nem por omissão, mas apenas na área do pensamento. Segundo os psicólogos, passa pela nossa mente, cerca de dez mil pensamentos por dia. Suponhamos que você tenha apenas um pensamento pecaminoso por dia. Teria, então, 9999 pensamentos bons. Seria quase um anjo ambulante. Mas, se você tiver cometido apenas um pensamento pecaminoso por dia, no final do mês você teria cometido 30 pecados. No final de um ano já teria cometido 360 pecados. Se você estiver hoje com 30 anos, você já teria cometido cerca de 10.800 pecados. Agora, pensa em um réu que chega diante do tribunal, assentado na cadeira de réu e o advogado de acusação e o promotor provarem pelos autos do processo que aquele réu cometeu cerca de 10.800 violações da lei, qual será a situação desse réu? Inegavelmente culpado!
Você não precisa ter 10.800 pecados para deixar de ir para o céu não, se você tiver um pecado só já não pode entrar no céu. Sabe por quê? Porque no céu só entra pessoa perfeita. Se você não é perfeito, você não pode entrar no céu, porque no céu não pode entrar pecado, se entrar pecado no céu, o céu não é mais céu.
Talvez, você ainda esteja dizendo: dá-se um jeito. É verdade que aqui na terra se dá um jeito na justiça, pois se compra juiz, se suborna testemunha, se corrompe o tribunal, mas quem poderá subornar O Supremo Juiz de vivos e de mortos? Quem poderá subornar o Tribunal de Deus?
3  Não me arrastes com os ímpios, com os que praticam a iniqüidade; os quais falam de paz ao seu próximo, porém no coração têm perversidade.
Paga-lhes segundo as suas obras, segundo a malícia dos seus atos; dá-lhes conforme a obra de suas mãos, retribui-lhes o que merecem.
5  E, visto que não atentam para os feitos do SENHOR, nem para o que as suas mãos fazem, ele os derribará e não os reedificará (Sl 28.3-5).
No Juízo Final é assim que Jesus julgará: Os mortos pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras e que o nome de qualquer um que não for achado no livro da vida, este será lançado no lago de fogo. Com isso podemos ter certeza de que no julgamento final será aplicada a Justiça de Deus.
Conclusão
A história de dois amigos ilustra a atitude correta que devemos ter em relação à volta do Senhor para o julgamento final. Eram dois jovens amigos. Um deles estudou e se tornou um brilhante advogado. O outro enveredou-se pelo caminho do crime. Eles se encontraram certo dia e o advogado ofereceu os seus serviços para ajudar o amigo a acertar suas contas com a lei. Essa oferta foi recusada, pois o criminoso apostava na impunidade. Por fim, foi preso e levado ao tribunal para que fosse julgado. Lá encontrou de novo o amigo e dirigiu-se a ele para aceitar a oferta feita há algum tempo. O amigo respondeu: Agora é tarde. Naquele tempo eu era advogado. Agora sou juiz e vou julgar e sentenciar você.
Enquanto estamos peregrinando em direção ao nosso lar definitivo, somos encorajados por exemplos como o de Paulo que combateu o bom combate, completou a carreira, guardou a fé e aguardava a coroa da justiça que o Senhor, justo Juiz, concede não só a ele, mas a todos os que amam a sua vinda.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

domingo, 26 de fevereiro de 2012

LIÇÃO XI – A GLORIFICAÇÃO


30  E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Rm 30).
Introdução
Jesus Cristo é o autor da salvação, e Ele veio a este mundo para “buscar e salvar o perdido”. Sua vida e obra tinham por objetivo chamar os pecadores ao arrependimento e estender-lhes Sua graça salvadora. Os pecadores arrependidos submetem sua vontade ao divino Mestre e seus pecados são perdoados, são salvos da culpa do pecado, e Deus os justifica através de Cristo. Com isso são promovidos do império das trevas para serem cidadãos do Reino de Cristo. Isto não envolve apenas uma troca de cidadania, mas também de filiação, pois a Bíblia diz que o crente, sendo “por natureza filhos da ira”, tornam-se agora filhos do Pai celeste por adoção, o que resulta em profunda e genuína paz interior. Esta experiência chama-se Justificação, e ela ocorre num instante apenas, que é quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador e somos colocados num correto relacionamento com Deus.
Cristo, porém, não nos chama para um contato esporádico, mas para uma vida de interação e de constante comunhão com Ele. Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele (Cl 2.6). É exatamente neste aspecto da salvação que muitos cristãos têm falhado, pois aceitaram a Cristo com sinceridade de coração, mas não permanecem nele. Sua experiência cristã é resumida apenas ao primeiro e único encontro com Cristo. Contudo, a Santificação não é algo de um momento, mas algo para durar a vida toda. Não se alcança a Santificação com um feliz vôo de sentimentos momentâneos, mas ela é o resultado de morrer constantemente para o pecado, e viver constantemente para Cristo. Na verdade, a santificação é uma obra para uma existência, seja ela longa, como fora para Enoque, ou curta, como fora para o ladrão na cruz.
Finalmente, ocorrerá ao cristão a última experiência da salvação: a Glorificação. Esta experiência também ocorrerá em instantes, como a Justificação, mas suas conseqüências serão tão vastas como a própria eternidade. Será uma gloriosa experiência. Não haverá mais nenhuma rebelião. O pecado jamais fará parte desta experiência. Todos estarão por todos os séculos garantidos contra a apostasia. Isso ocorrerá quando Jesus Cristo se manifestar nas nuvens do céu com poder e glória para resgatar Seus filhos e, transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar dos olhos.
O que se pode notar na salvação do homem é a ordem seqüencial de experiências: Justificação è Santificação è Glorificação. Não se pode pular nenhuma destas etapas e nem mudar sua seqüência. Nosso foco hoje é a Glorificação. O que a Bíblia nos ensina sobre ela?
1 – A Glorificação é o ato final no processo da salvação
A Glorificação é um ato futuro, escatológico, que se dará na segunda vinda de Cristo, na consumação de todas as coisas. Ela é o estagio final do processo de Salvação. A Glorificação é o ponto em que a doutrina da Salvação e a doutrina das últimas coisas se entrelaçam.
A Glorificação é o estado futuro do salvo em Cristo, mas como isso acontecerá e o que isso implica?
A – Na Glorificação haverá a transformação do corpo
Quando Cristo nos redimiu, ele não redimiu apenas a nossa alma, mas inteiramente, como pessoa, o que inclui a redenção do nosso corpo e espírito. A extensão da obra redentora de Cristo não estará completa até que nosso corpo seja inteiramente libertado dos efeitos da queda e levado ao estado de perfeição para o qual Deus nos criou.
A redenção do nosso corpo acontecerá somente quando Jesus voltar e nos ressuscitar dentre os mortos. A Bíblia diz que um dia seremos semelhantes a Cristo:
2  Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é (1 Jo 3.2).
Em que sentido seremos semelhantes a Cristo? No sentido de termos o mesmo corpo de glória do Senhor Jesus depois de ressurreto. Isso significa que o seu corpo de fraqueza será um corpo de poder, o seu corpo mortal será um corpo imortal, o seu corpo corruptível será um corpo incorruptível, o seu corpo fraco será um corpo poderoso, o seu corpo tão debilitado será um corpo de glória.
21  o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas (Fp 3.21).
Hoje, em seu corpo, você tem fraqueza, tem dor, tem doença, tem cansaço, tem fadiga, tem velhice, mas depois, na Glorificação, você terá um corpo de glória.
Paulo, em sua primeira carta aos coríntios, fala sobre a esperança que deve morar no coração de cada cristão: a glorificação do corpo. No decorrer de todo o capítulo 15, ele descreve como se dará esse estágio, prometido àqueles que nasceram de novo. Ele menciona a existência de um corpo natural e de um celestial:
44  ... Se há corpo natural, há também corpo espiritual.
E diz que nem todos os corpos são iguais:
39  Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes.
40  Também há corpos celestiais e corpos terrestres...
Paulo distingue não só o corpo do homem natural com a do corpo espiritual de Cristo ressuscitado, como também a glória entre ambos:
40  ... e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.
41  Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor.
45  Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.
47  O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.
E continua falando da seqüência que será para nós estes corpos:
46  Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual.
Ou seja, primeiro passamos pelo corpo natural, para depois possuirmos o celestial. E Paulo fala também da conseqüência existente em cada estágio:
48  Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais.
49  E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial.
Mas isso ocorrerá somente na ressurreição do corpo. Usando o exemplo de lançar a semente no solo e então aguardá-la crescer e se tornar algo muito mais maravilhoso, Paulo passa a explicar em detalhes como que nosso corpo será transformado:
42  Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória.
43  Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.
44  Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual...
Paulo fala ainda da necessidade da ressurreição, pois o corpo natural jamais pode herdar o céu:
50  Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.
Por isso que aquele que não passar pela ressurreição será transformado:
51  Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos,
52  num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53  Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.
Este grande acontecimento será a troca da corruptibilidade de nosso atual corpo por um corpo incorruptível, semelhante ao que Jesus possui desde a ressurreição. Um corpo celeste, perfeito e incorruptível, mas ao mesmo tempo literal e palpável, um corpo não limitado pelo tempo, massa, gravidade e espaço. Seu corpo ressurreto atravessou a montanha do sepulcro (pois a pedra foi retirada para assombro dos guardas e para que as mulheres e demais discípulos pudessem ver e entrar, não para que Cristo pudesse sair).
A vinda de Jesus propiciará sobre a criação divina, entre outros eventos maravilhosos, a glorificação corpórea daqueles que nasceram de novo e são novas criaturas. A Glorificação, portanto, consiste na distribuição por parte do Senhor de um corpo glorificado para cada um de seus servos, membros de Seu corpo.
B – Na Glorificação haverá o aperfeiçoamento do espírito
22  Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia
23  e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados,
24  e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel (Hb 12.22-24).
O Apóstolo Paulo descreve os crentes que já morreram e foram para o céu como “os espíritos dos justos aperfeiçoados”. Por quê? Porque não haverá mais possibilidade de pecado. Não haverá mais rebelião contra Deus. Não haverá mais divulgação de nenhuma apostasia. Nunca mais haverá nenhuma maldição.
3  Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão,
4  contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.
5  Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos (Ap 22.3-5).
Glorificado seja Deus por esta graça tão maravilhosa e imerecível de nossa parte.
2 – A Glorificação é a recompensa dos que foram Justificados e Santificados por Cristo
O Apóstolo Paulo dizia que:
19  Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens (1 Co 15.19).
Que a sua maior esperança estava por vir:
7  Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
8  Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda (2 Tm 4.7,8).
Que a Glorificação será um dia de vitória, porque naquele dia o último inimigo, a morte, será destruída:
25  Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés.
26  O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Co 15.25,26).
54  E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
55  Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56  O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57  Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 15.54-57).
E Jesus disse:
27  E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
28  Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:
29  os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo (Jo 5.27-29).
Apocalipse diz que:
14  Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas (Ap 22.14).
Aqui, hoje, tem lutas, tem lágrimas, tem dor, mas lá você terá um lar glorioso, bendito, na casa do Pai, o paraíso, a nova Jerusalém, onde Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima e te fará esquecer todo sofrimento. Aqui você tem pobreza, tem escassez, mas lá, você terá uma mansão feita não por mãos humanas, eterna, nos céus. Lá você tem uma herança incorruptível, imarcescível e gloriosa. Aqui, as mansões mais ricas e mais opulentas são apenas casebres diante daquela que Deus fez para você. Aqui você pisa o chão do deserto, mas lá você pisará em ruas de ouro.
3 – A Glorificação é uma vitória já garantida
13  Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança.
14  Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem (1 Ts 4.13,14).
A glorificação também é um fato já determinado, decidido e consumado na mente de Deus e nos Seus Decretos. Isso significa que, você que creu no Senhor Jesus, já está no céu. Isso porque nada e nem ninguém pode afastar você deste caminho, ninguém pode arrebatar você das mãos do Redentor que te remiu e te comprou com o Seu sangue.
Isso é maravilhoso porque não importa o quanto seja estreito o caminho, não importa quantos inimigos se levantarão contra você, não importa a fúria do inferno contra você, o seu destino já está decidido, o seu futuro já está garantido. Isso porque o mesmo Deus que te escolheu na eternidade, te conduzirá até a vitória final.
Esta situação privilegiada do salvo não significa que a passagem por aqui vai ser sossegada, pois Deus nunca prometeu uma viagem tranqüila, mas sim uma chegada segura. Aqui, hoje, você passa por lutas e pelo deserto, mas a sua vitória está absolutamente garantida nas mãos do Deus eterno. A comprovação disso está em Romanos quando Paulo disse:
1  Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1).
E Paulo ainda diz:
1  Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
2  E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial;
3  se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus.
4  Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida (2 Co 5.1-4).
A Glorificação é o passo final na aplicação da redenção. Ela acontecerá quando Cristo retornar e ressuscitar dentre os mortos os corpos de todos os crentes, de todas as épocas que morreram, e reuni-los às respectivas almas, como também mudar os corpos de todos os crentes que permanecerem vivos, dando, assim, a todos os crentes ao mesmo tempo, um corpo ressuscitado, perfeito, igual ao Seu. Um dia, isso será realidade na vida da Igreja. Por hoje, cada coisa a seu tempo:
21  Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.
22  Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.
23  Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda (1 Co 15.21-23).
A Glorificação ensina que o nosso corpo ressuscitado será imperecível. Isso significa que ele não se desgastará e nem estará sujeito a qualquer espécie de doença ou enfermidade, pois ele será completamente sadio e forte para sempre. Além disso, já que o processo gradual de envelhecimento é parte do processo pelo qual nosso corpo está agora sujeito, é apropriado pensar que nosso corpo ressuscitado não apresentará qualquer sinal de envelhecimento.
Conclusão
A Glorificação completa a Justificação e a Santificação. Cristo nos salvou definitivamente da penalidade do pecado, através da Justificação. Cristo nos está santificando progressivamente do poder do pecado, através da Santificação. Cristo, no futuro, nos salvará definitiva e completamente da presença do pecado através da Glorificação.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com