Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

sábado, 23 de novembro de 2013

AS SETE CARTAS DE APOCALIPSE - LIÇÃO VIII – A CARTA À IGREJA DE PÉRGAMO

12  Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:
13  Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14  Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15  Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.
16  Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.
17  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe (Ap 2.12-17).

A cidade de Pérgamo: O único livro do Novo Testamento que cita a cidade ou a Igreja em Pérgamo é o Apocalipse. Pérgamo era uma cidade com um passado glorioso, e era a cidade mais importante da Ásia Menor sendo sua capital por cerca de 400 anos, explodindo sua fama depois da morte de Alexandre, o Grande. Com a ajuda dos romanos, Pérgamo ganhou independência dos selêucidas em 190 a.C., e passou a fazer parte do Império Romano a partir de 133 a.C. pelo testamento do rei Átalo III, último rei dos Selêucidas, tornando-se a capital da província romana da Ásia por mais de 200 anos. Pérgamo era também um grande centro cultural e neste aspecto sobrepujava Éfeso e Esmirna. Em Pérgamo ficava a segunda maior biblioteca do mundo, perdendo apenas para Alexandria, no Egito. O rei Eumenis II, no século III a.C. teve a intenção de tornar a biblioteca de Pérgamo a maior do mundo, convencendo Aristófanes de Bizâncio, bibliotecário de Alexandria, deixar Alexandria e mudar-se para Pérgamo. O rei Ptolomeu, rei do Egito, revoltado e enfurecido, embargou o envio de papiro a Pérgamo. O rei de Pérgamo criou um novo material para os livros chamado de pergaminho feito de couro alisado e a partir daí o pergaminho tornou-se o material mais usado do que o papiro.

Introdução

O que estava acontecendo na Igreja em Pérgamo? Aquela Igreja se encontra em uma situação difícil. Por todos os lados, os vizinhos praticavam idolatria e davam honra aos governantes romanos. Os cristãos não abandonaram a verdade do Senhor, mas tanta influência de falsas doutrinas teve um impacto negativo naquela Igreja, poluindo a congregação com doutrinas falsas que incentivavam os irmãos a praticarem a idolatria e a imoralidade. Aquela Igreja estava vivendo o grande perigo de estar confusa entre a linha divisória da verdade e do engano. Jesus, então, chama a Igreja ao arrependimento para evitar o castigo divino.
A Carta à Igreja de Pérgamo é, na verdade, um alerta de Jesus Cristo quanto ao perigo da Igreja misturar-se com o mundo. À medida que estudamos o teor desta carta visualizamos a atualidade de sua mensagem, de forma que, o estudo desta carta nos leva a refletir sobre como que a Igreja, cercada por um mundo hostil e sedutor, pode ser fiel ao seu Senhor sem se misturar a este mundo.
E o exemplo desta Igreja nos mostra como que uma Igreja pode resistir a sua fidelidade doutrinária ao ponto de martirizar-se pela fé, mas ao mesmo tempo não ter a mesma percepção diante da sedução do mundo. Como que uma Igreja pode ter vitória diante da perseguição ao ponto de morrer pelo Evangelho, mas ao mesmo tempo abrir portas para que o engano, a mentira e a heresia.
A palavra Pérgamo significa casado. E para a Igreja deste lugar Jesus Cristo vai falar que a Igreja é a Noiva de Cristo e que o propósito do noivo é que esta noiva se apresente a Ele imaculada, incontaminada, pura, fiel. Por isso, ao invés da Igreja se entreter com as seduções da grande meretriz ela precisa entender que é a noiva do Cordeiro e que ela tem que se apresentar a este noivo de uma maneira pura e irrepreensiva. Vamos ao estudo desta carta:

1 – A apresentação de Jesus à Igreja de Pérgamo

12  Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

Cada apresentação de Jesus está ligada ao problema diagnosticado na Igreja. Por que Jesus se apresenta aqui como aquele que tem a espada afiada de dois gumes?

A – Jesus se apresenta como aquele que tem o poder absoluto

Primeiramente, a espada representa autoridade e o poder para julgar e castigar. Roma usava a espada para castigar e matar. Jesus está dizendo para aquela Igreja que é Ele quem tem a autoridade suprema, e não o governo romano.  A Espada de Roma pode somente tirar a vida, mas a espada daquele que vem montado em um cavalo branco trás a espada do juízo final de Deus. Com esta mesma espada Jesus destruirá o anticristo, o falso profeta e todos aqueles que permanecem no erro.

B – Jesus se apresenta como aquele que faz separação entre o verdadeiro e o falso

A espada também é a que separa o que é verdadeiro e o que é falso, o que é de Deus e o que não é de Deus, o que é aprovado por Deus e o que é reprovado por Deus.
A Igreja de Pérgamo era uma Igreja que estava bandeando para o lado do mundanismo. O problema daquela Igreja é que de repente a heresia começou a seduzir aquela Igreja. A doutrina de Balaão e dos nicolaítas começou a desviar o povo da verdade e conduzir os membros da Igreja para as práticas imorais, para a prostituição, a fazer uma parceria com o pecado. Jesus, que conhecia o problema da Igreja de Pérgamo, se dirige a ela da seguinte maneira:

12  Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

Para a Igreja que não sabia discernir entre a ortodoxia e a heresia a espada de dois gumes vem dividindo, separando entre o que é verdade e o que é engano. Para o crente que vive em cima do muro, em uma tentativa de agradar a Deus e ao mundo, Jesus diz: Eu tenho a espada afiada de dois gumes, vou cortar e separar o que é de Deus e o que não é de Deus, o que agrada a Deus e o que não agrada a Deus. O cristão não pode viver dividido.

2 – A apreciação de Jesus à Igreja de Pérgamo

13  Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

Jesus faz um diagnóstico daquela Igreja. Vamos ver o que Ele vê naquela Igreja.

A – Jesus vê que ela está instalada no ninho de Satanás

13  Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás...

Os cristãos em Pérgamo eram vizinhos do diabo! Você teria a ousadia de abrir uma Igreja no condomínio de Satanás? Por que Jesus está dizendo aqui que a Igreja de Pérgamo está instalada no condomínio de Satanás? Pérgamo era um destacado centro do paganismo religioso. Naquela cidade havia um grandessíssimo templo dedicado a Zeus, que era uma das sétimas maravilhas do Mundo Antigo, e acontecia ali adoração a uma infinidade de deuses de forma que todos os dias podiam ser visto as fumaças dos sacrifícios oferecidos naquele lugar.
Pérgamo era o centro do culto ao deus da cura de nome Esculápio, chamado o deus serpente, era uma divindade tão importante que a medicina tira daí um de seus símbolos, que é a serpente. Em Pérgamo ficava a maior escola de medicina do mundo da época e havia ali também um colégio de sacerdotes médicos que mantinha pelo mundo inteiro cerca de 200 santuários, sendo Pérgamo a sede, o centro destes santuários. As pessoas vinham a Pérgamo de todos os lados, de todas as cidades buscando cura e confiando naquela divindade, de forma que era conhecida como o deus salvador, pois as curas eram atribuídas a esta divindade.
Pérgamo foi a primeira cidade onde foi construído um templo dedicado a adoração de um imperador romano ainda vivo, ao Imperador Augusto. Mais tarde, foram erigidos ali outros templos para a honra dos imperadores Trajano e Severo, tornando-se um local da idolatria oficial do governo romano com culto a Roma e ao Imperador. O Império Romano era eclético, de forma que você poderia adorar a qualquer deus, desde que adorasse também aos deuses romanos. Desta forma, o poder oficial do governo romano oprimia os cristãos porque eles se recusavam a entrarem nestes templos para adorarem e dizerem que somente César era o senhor. Para o cristão somente Jesus Cristo é o Senhor. Diante disso tudo Jesus disse que em Pérgamo estava o trono de Satanás.
Embora Pérgamo tivesse muitos templos, muitos altares e muitos deuses eram adorados, o Senhor Jesus faz questão de definir que o trono de Satanás não está em um prédio, não está em um edifício, não está em um templo, mas o trono de Satanás está no sistema. Seria muita infantilidade espiritual acreditar que um espírito tão sagaz como o diabo concentraria seu poder em um lugar definido, ele é muito sutil para fazer isso. Concentrado em um sistema religioso pagão, que leva as pessoas a queimarem incenso aos seus deuses, a adorarem ao deus serpente achando que é o deus da cura, a adorarem ao Imperador dizendo ser ele o senhor, neste espírito de paganismo que atenta contra a própria Trindade Santa é que Satanás tem o seu trono.
Aqueles que se prostram diante de Zeus afirmando ser ele o deus supremo atenta contra o Pai. Aquele que adora ao deus serpente crendo ser ele o deus que cura atenta contra o Espírito Santo. E aquele que se prostra diante de César afirmando ser ele o único Senhor atenta contra o senhorio de Cristo. Dessa forma, naquela cidade que negava ao Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo e incita as pessoas a adorarem a outros deuses estaria o trono de Satanás.
Neste ponto Jesus identifica a fonte do pecado em Pérgamo. Satanás não apenas habitava em Pérgamo, mas ali também estava estabelecido o seu governo. Se Satanás tem um trono é porque ele tem um reino e se ele tem um reino ele tem também súditos. Isso deve nos alertar a não vermos o diabo como àquela caricatura da Idade Média, de olhos vermelhos e de chifres; esta imagem do diabo está longe da verdade. A Bíblia diz que o diabo é um espírito, um anjo caído, sagas, sedutor, enganador, mentiroso, poderoso, assassino, cruel e o Senhor Jesus o chamou de Deus deste século, o Apóstolo Paulo o chamou de príncipe da potestade do ar e diz que ele está trabalhando com toda a sua corja de demônios para cegar os homens do pecado e os instigar a pecar e os induzir ao erro.
Jesus está dizendo que Pérgamo era um lugar sombrio, porque onde Satanás domina não tem luz, pois as trevas reinam e porque Satanás odeia a luz.
Jesus não somente conhece as obras e as tribulações da Igreja, Ele conhece também a tentação que assedia a Igreja, Ele conhece o ambiente em que a Igreja vive. O que mais Jesus vê naquela Igreja em seu diagnóstico?

B – Jesus vê que ela enfrenta até a morte por causa do Seu nome

13  ... e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

Na Igreja de Pérgamo havia gente crente e fiel. Jesus elogia a perseverança dos cristãos de Pérgamo que foram fiéis à fé em Jesus, mesmo sob perseguição intensa. Imagine você as pressões que aquela Igreja estava enfrentando. Culto a Zeus, ao deus da cura e ao Imperador e aquela Igreja permanecia fiel a adoração ao Senhor Jesus: conservas o meu nome e não negaste a minha fé. Pérgamo era uma Igreja que permanece fiel, firme doutrinariamente a despeito da perseguição do mundo.
Antipas era o bispo, o pastor daquela Igreja. O que aconteceu com este homem? Dizem os historiadores que, quando a perseguição implacável do Império Romano chegou, este pastor foi levado para dentro de um boi de bronze e botaram fogo por fora, como se estivessem acendendo um forno a lenha, de tal maneira que este bronze ficou completamente avermelhado, incandescido, e este pastor foi assado dentro deste boi de bronze. Este homem não negou a sua fé e não negou o nome do Senhor Jesus.
Fica a questão: se chegasse até você uma perseguição tal que ou você apostata ou morre, ou nega a Jesus ou morre, ou abandona o Evangelho ou morre, qual seria sua escolha? Tenho certeza de que a maioria de nós morreríamos por causa da fé porque quem é de Jesus é capaz de morrer pela sua fé.
A Igreja de Pérgamo tinha gente crente ao ponto de dar sua vida a Jesus, mas ao mesmo tempo havia gente nesta igreja transigindo com a verdade, mergulhando-se nas falsas doutrinas e abandonando a verdade de Deus.

3 – A reprovação de Jesus à Igreja de Pérgamo

14  Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15  Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.

A – Jesus reprova àqueles que foram seduzidos pelo diabo

Satanás é tão sutil que agora muda de tática. Já que não consegue derrotar esta Igreja usando a pressão, a morte, a violência, ele muda o jogo, muda a tática, e agora, ao invés de usar a perseguição ele vai usar a sedução. Satanás é mais perigoso como serpente do que como leão que ruge. Ele é mais perigoso na sua sedução do que na sua fúria.
Apesar da perseverança dos cristãos de Pérgamo que resistiram até ao sangue, não conseguem resistir ao ataque sutil da heresia, do pecado que vai entrando sorrateiramente como uma serpente venenosa para matar a Igreja. A proposta agora não era substituir o Evangelho pelo paganismo, mas sim misturar o Evangelho com o paganismo. A proposta agora não era a apostasia, mas a proposta agora era o ecumenismo. A proposta agora não era abandonar a fé e se prostrar diante de Zeus, do deus da cura ou do Imperador, mas a proposta agora era: vamos dar as mãos, vamos caminhar juntos, não tem problemas ceder um pouquinho e alguns daquela Igreja começou a baixar a guarda e a ceder diante da sedução do engano religioso.
Havia problemas graves ameaçando o bem-estar daquela congregação. Eles se mostraram tolerantes em relação a falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta. Mas não era toda a Igreja que estava caindo no erro não. O texto nos diz que: pois tens aí os que sustentam. Isso nos mostra o perigo de, de repente, um ou outro dentro da Igreja que é capaz até de morrer pela sua fé se encantar com a doutrina de Balaão e dos nicolaítas e que doutrinas eram estas?

B – A doutrina de Balaão

A descrição da doutrina de Balaão refere-se à história do Velho Testamento registrada em Números a partir do capítulo 22. No final dos 40 anos de peregrinação, os israelitas chegaram perto da terra prometida. Acamparam-se nas campinas de Moabe, e os moabitas e midianitas ficaram amedrontados. Balaque chamou Balaão para amaldiçoar o povo, mas Deus frustrou todas as suas tentativas de falar contra os israelitas.
Um profeta que aceita uma contratação de amaldiçoar seu próprio povo é um profeta que já vendeu a sua consciência e já revelou que Deus não é o seu deus, e sim o dinheiro. Por providência de Deus, este profeta que fora contratado para amaldiçoar, ao abrir a sua boca, ele conseguia somente abençoar. E Balaque fica irritado por ele fazer ao contrário do serviço contratado.
Balaão, então, muda de tática. Chega a Balaque e diz para ele não enfrentar Israel com seu exército, mas utilizar pequenas donzelas, aconselhando-o a colocar suas donzelas no meio do arraial de Israel e se misturar ao povo, fazendo-os se unirem por casamento e, assim, logo eles estarão se prostrando aos seus ídolos e, quando isso acontecer, Deus se retirará do meio deles e eles se tornarão fracos e aí sim, poderão vencer este povo com seu exército. E assim aconselhou Balão, e assim Balaque fez, e assim Israel caiu.
O que estava acontecendo em Pérgamo? O problema agora não era doutrinário, mas moral. Na igreja em Pérgamo, algumas pessoas agiam como Balaão, incentivando o povo a tolerar outras religiões, e até a participar da idolatria e da prostituição.
A doutrina de Balaão é basicamente igual as ideias atuais de pluralismo que é a aceitação de diversas religiões como igualmente boas e o sincretismo que é a junção de duas ou mais religiões.
Quando o povo de Deus começa a baixar o seu nível moral ela se torna fraca, vulnerável, porque uma Igreja é forte somente quando ela é santa. A Igreja que abre a guarda para o pecado ela perde a sua força espiritual.

C – A doutrina dos nicolaítas

A Bíblia diz que Jesus odiava as obras dos nicolaítas e elogia os efésios por rejeitar esses ensinamentos. Mas a Igreja em Pérgamo tolerava esses falsos mestres, e mais do isso, note que em Pérgamo não estava acontecendo somente as obras dos nicolaítas, mas havia ali também a sua doutrina e qual era a doutrina dos nicolaítas? Eles ensinavam que quanto mais você pecar maior será a chance de Deus atuar em sua vida porque a função de Deus é perdoar e assim, o crente não precisa ter uma vida adversa ao do mundo, mas precisa se identificar, se conformar com este mundo, se misturar com este mundo, oferecendo, assim, a oportunidade da graça de Deus se manifestar. Uma doutrina totalmente contrária a que Paulo ensina quando diz:

1  Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
2  De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos (Rm6.1,2)?

Esta era a grande perversão que estava acontecendo na Igreja de Pérgamo. Hoje se passa a ideia de que Deus é um Deus bonachão, sempre bom e pronto para abençoar, mas este não é um ensino bíblico sobre Deus, pois diz a Bíblia que o mesmo Deus que é infinitamente amor odeia o pecado e esta expressão não é um eufemismo, pois Deus condena a tolerância ao pecado e a falsas doutrinas.
Às vezes, os homens valorizam tanto a unidade entre pessoas que desvalorizam a doutrina pura de Jesus. Toleram falsos ensinamentos e até práticas proibidas, como a imoralidade e a idolatria. Se persistir nesse erro, o próprio Jesus trará o castigo. A pureza da Igreja é tão importante quanto a unidade entre os crentes. Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.

4 – A exortação de Jesus à Igreja de Pérgamo

16  Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.

Jesus está dizendo para aquela Igreja se arrepender.  O arrependimento exigido é de toda a igreja, inclusive daqueles que não haviam se desviado da doutrina e da santidade, porque aquela Igreja tolerava os falsos mestres. Uma igreja que tolera falsos mestres se torna cúmplice de seus pecados. Se ela não se arrepender, Jesus usará a espada de dois gumes para trazer seu castigo sobre ela.
O problema da Igreja de Pérgamo foi a tolerância ao erro. Estamos vivendo uma época em que não está em moda a doutrina cristã. Vivemos uma época em que não se prega mais doutrina, mas somente coisa doce que enchem os ouvidos das pessoas e não confronta o pecado delas. E muitas vezes, por causa da tolerância, vivemos coniventes com o pecado e com o erro. Se você brincar com Deus, mesmo sendo membro da igreja, e viver uma vida de desobediência a verdade e a santidade, Jesus virá contra você com a espada afiada de sua boca.

5 – A promessa de Jesus à Igreja de Pérgamo

17  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.

Jesus diagnostica a Igreja e premia os vencedores. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em três partes:

A – O vencedor receberá do maná escondido

O maná é o pão do céu, pão de Deus. Aqueles que recusaram qualquer participação na mesa dos demônios, que não se contaminaram com a mesa dos ídolos serão sustentados pelo maná de Deus, participarão do banquete de Deus. Jesus é o maná dado pelo Pai. Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida:

48  Eu sou o pão da vida.
49  Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram.
50  Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça.
51  Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne (Jo 6.48-51).

B – Os vencedor vai receber uma pedrinha branca

Se maná é símbolo de alimento, uma pedrinha branca é símbolo de absolvição. Naquela época os tribunais julgavam um réu da seguinte maneira: era distribuída entre os jurados uma pedra branca e uma pedra preta, se a maioria dos jurados colocassem pedras brancas o réu era absolvido. Se colocassem a maioria pedras pretas o réu era condenado.
Quando Jesus Cristo disse para aqueles crentes: ao vencedor dar-lhe-ei uma pedrinha branca, ele estava dizendo a uma igreja que estava se expondo a morte pelos tribunais da terra e dizendo a eles para não temerem aqueles que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma e tenham a certeza de que o vencedor receberá absolvição no tribunal de Deus, ou seja, o vencedor não será condenado com o mundo. Aqueles que estão sendo seduzidos pelo mundo vão perecer com o mundo, mas aqueles que permanecerem fiéis vão ter alimento celestial e vão ser absorvidos no juízo de Deus.
Mas pedrinha branca incluía ainda outro significado, conforme os costumes da época. Pedras brancas eram usadas pelos romanos como um tipo de ingresso para alguns eventos, festas ou banquetes. Jesus está dizendo que aqueles que rejeitarem os banquetes deste mundo entrarão em um verdadeiro banquete na presença dele e este banquete nunca terá fim, são as bodas do Cordeiro.

C – O vencedor receberá um nome novo

Um novo nome sugere uma nova direção na vida. Jesus é o maná de Deus, porque Ele é o pão do céu que nos alimenta. Jesus é a absolvição, porque Ele derramou seu sangue pelos nossos pecados e Jesus é este novo nome que receberemos.

Conclusão


Esta carta de Jesus não é somente para Pérgamo, ela o é também para nós. Acautelemo-nos com as heresias que vêm vestidas com ornamentos e coisas tentadoras. Acautelemo-nos para que não venhamos a cair em pecado e a entristecer o Espírito Santo de Deus. Devemos imitar a perseverança dos discípulos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições. Ao mesmo tempo, não devemos negligenciar outras responsabilidades diante de Deus. Servimos a um Deus puro, e devemos manter e defender a doutrina pura que Ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo. Que Deus nos abençoe a sermos vencedores! Amém!

Luiz Lobianco

Bibliografia principal: Rever. Hernandes Dias Lopes

terça-feira, 5 de novembro de 2013

SEGREDOS PARA UMA VIDA VITORIOSA



12  Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e uma porta se me abriu no Senhor,
13  não tive, contudo, tranquilidade no meu espírito, porque não encontrei o meu irmão Tito; por isso, despedindo-me deles, parti para a Macedônia.
14  Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.
15  Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem.
16  Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas?
17  Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus (2 Co 2.12-17).

Introdução

De aparentes derrotas na vida do crente Deus tira as maiores vitórias. Muitas vezes o inimigo parece triunfar em nossa vida, mas este triunfo é temporário e permitido por Deus. Depois da aparente derrota, Deus confunde a obra do inimigo, desfaz sua aparente vitória e transforma a derrota em uma tremenda vitória. Assim Deus nos leva a experimentar uma vitória muito maior do que se não tivesse permitido ao inimigo um aparente triunfo no início.
É justamente isso que encontramos na vida de Paulo em nosso texto básico. Ele está vivendo um grande dilema em sua vida e experimentando uma aparente derrota. As cartas aos coríntios são as cartas mais pessoais do Apóstolo Paulo. Ele sofre diversas acusações de seus inimigos e Paulo se defende dessas acusações nestas cartas. Na atual circunstância do nosso texto, Paulo está em Trôade esperando por Tito, e como Tito não chega ele abandona Trôade e corre para Macedônia atrás de Tito. Por que tanta ansiedade? Porque Tito era o portador de sua primeira carta àquela Igreja e Paulo queria saber de notícias, de como a Igreja recebeu sua carta e quais as atitudes que aquela igreja tomou. E como naquela época não havia os meios de comunicação eficazes que temos hoje as noticias demoravam pra chegar. Nesta angústia Paulo vai experimentar uma grande vitória e aprender que Deus nunca chega atrasado, mas que Ele está apenas nos preparando para recebermos a vitória.
Mas há alguns segredos para obtermos vitória. Paulo foi vitorioso porque conhecia e praticava estes segredos e se queremos experimentar vitórias em nossa vida cristã precisamos ter em mente estes segredos.

1 – SER CONSCIENTE DE QUE, APESAR DE SERMOS VITORIOSOS, ESTAMOS SUJEITOS A CRISES

12  Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e uma porta se me abriu no Senhor,
13  não tive, contudo, tranquilidade no meu espírito, porque não encontrei o meu irmão Tito; por isso, despedindo-me deles, parti para a Macedônia.

Precisamos ser consciente deste fato porque senão naufragaremos na primeira tempestade da vida. Note a angústia de Paulo mesmo diante de uma porta aberta para a pregação do Evangelho. Mas esta angústia vai terminar em uma tremenda vitória e resultar em um verso lindo das Escrituras usado para reanimar muitos cristãos diante de desafios. Encontramos nestes versos alguns segredos que resultaram na vitória final de Paulo:

A – Paulo era comprometido com o Evangelho de Deus

12  Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo...

Ele não estava em Trôade a passeio e nem a negócio. Trôade era uma cidade estratégica para a expansão do Evangelho. Trôade é mais conhecida como a cidade de Tróia. Foi a partir desta cidade que Paulo ouve um chamado de Deus para atravessar a Macedônia e entrar na Europa com a pregação do Evangelho de Cristo.
Paulo era um homem estratégico. Ele não dava murros no ar, mas realizava um trabalho planejado e tinha compromisso sério com Deus. Para alcançarmos vitórias precisamos ser comprometidos com Deus. As vezes queremos experimentar vitórias, transformar derrotas em triunfo, mas sem ter compromisso sério com Deus. Buscamos apenas as bênçãos de Deus, mas não queremos nada com o Deus das bênçãos. Não é assim que as coisas funcionam, não é assim que Deus transforma derrotas em vitórias.

B – Quando há compromisso Deus abre portas

12  ... e uma porta se me abriu no Senhor,

O que aprendemos aqui e que quem abre portas para o Evangelho é Deus e é Deus quem abre os corações para o Evangelho. É Deus quem indica o caminho e é Deus quem prepara o terreno. É Deus quem dá o arrependimento, é Deus quem dá a fé e é Deus quem justifica. A obra da evangelização é uma obra soberana de Deus. A salvação é uma obra de Deus, ela vem do Senhor e ela é do Senhor. Por isso concordamos plenamente com a declaração de Agostinho de Hipona quando disse que até mesmo o início da fé é uma dádiva de Deus. Pregadores pregam e ouvintes ouvem, mas o efeito da Palavra nos corações depende da ação eficaz do Espírito Santo.
Portanto, a evangelização bem sucedida é uma realização do próprio Deus. Entretanto, para efetivar Sua obra evangelizadora, Deus utiliza homens comprometidos com Ele, com seu Reino e com a Sua obra. Estes comprometidos experimentam grandes livramentos e tremendas vitórias em sua vida cristã.

C – E Paulo não estava isento de aflições no ministério

13  não tive, contudo, tranquilidade no meu espírito, porque não encontrei o meu irmão Tito; ...

E as experiências de Paulo servem muito bem para exemplificar este fato. Paulo tinha prometido ir a Corinto a partir da Macedônia, mas em virtude dos problemas surgidos na Igreja Paulo teve que mudar sua agenda e em função desta mudança da agenda de Paulo fez os críticos de Paulo dizerem que ele era um homem sem palavra e isso fez Paulo fazer uma viagem repentina a Corinto para tentar resolver o problema, porque determinado membro da Igreja de Corinto, o mesmo que praticara incesto, fazia oposição a Paulo de tal forma que Paulo tem que fazer uma viagem rápida, dolorosa e triste e que não logrou êxito e teve que deixar a cidade de Corinto deixando a situação ainda pior.
Paulo retorna, escreve uma carta dolorosa para a Igreja e envia Tito como portador desta carta e Paulo estava com grande anseio de saber qual era o resultado da visita de Tito com sua carta àquela Igreja. Naquela época não havia os meios de comunicação ágeis como os nossos de hoje, e enquanto Paulo esperava Tito em Trôade, diz o texto que uma porta se abriu para ele, mas ele não teve paz em seu espírito porque ele tem necessidade de receber notícias da Igreja de Corinto. O amor dele por aquela Igreja era tamanho que teve um momento que ele abre mão de uma oportunidade para saber como as coisas estavam indo em Corinto. Mais a frente da carta podemos notar que enfim chegou a resposta:

6  Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito;
7  e não somente com a sua chegada, mas também pelo conforto que recebeu de vós, referindo-nos a vossa saudade, o vosso pranto, o vosso zelo por mim, aumentando, assim, meu regozijo (2 Co 7.6-7).

Finalmente chega a resposta de que a Igreja recebeu sua carta se humilhou, resolveu o problema, disciplinou o faltoso e demonstrou submissão à sua autoridade apostólica e a Igreja queria vê-lo e recebê-lo como um Apóstolo do Senhor Jesus Cristo. Mas antes da resposta chegar foi necessário passar por angústias, aflições e ansiedade. Mesmo em Macedônia a situação não foi facilitada para ele, pois ele mesmo diz:

5  Porque, chegando nós à Macedônia, nenhum alívio tivemos; pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro (2 Co 7,5).

O crente não está isento das tribulações, ele não vive guardado em uma redoma de vidro, só que quando ele está comprometido com Deus, Deus transforma até mesmo as nossas angústias em vitória.

2 – TER UM GRANDE OTIMISMO DIANTE DA CRISE

14  Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo ...

Não estamos isento das angústias e diante dela devemos ser otimistas. Esta palavra ‘porém’ aqui é uma adversativa. Paulo está relatando fatos que o estava angustiando; ele estava sem paz interior. Ele está em Trôade ansioso com a chegada de Tito com informações da Igreja de Corinto e como Tito não chega ele parte para Macedônia em busca de notícias. Em meio a esta crise que angustia seu coração Paulo se rompe em louvores e gratidão a Deus.
Precisamos aprender a ser grato diante da crise. Ser cristão é experimentar estas torrentes de louvor e ações de graças mesmo em meio a tempestade. Mesmo surrado pelas rajadas de ventos contrários e mesmo vivendo situações adversas o crente pode dizer: graças, porém, a Deus! E por que devemos ser otimistas?

A – Porque é Deus quem nos conduz em triunfo

14  Graças, porém, a Deus, ...

A vitória vem de Deus. Nós não construímos a estrada do sucesso, ela é aberta por Deus. Não são nossas estratégias, não são nossos talentos, não são nossos esforços que nos levam a triunfar, mas é Deus quem nos toma pelas mãos e nos conduz à vitória. O poder não vem do homem, o poder vem de Deus. A força não vem de dentro, a força vem de cima a questão não é a autoajuda a questão é ajuda do alto.
Paulo está dando glória a Deus diante da aflição. Agir assim não é ser masoquista e fazer apologia a dor como que gostássemos de sofrer, mas cantamos e celebramos a Deus no sofrimento porque sabemos que Deus é Soberano, que nossa vida está nas mãos e no controle de Deus e não descendo ladeira abaixo como um caminhão desgovernado e sem freio. Vamos encontrar esta marca de uma vida cheia de gratidão em outros episódios bíblicos:
Em 2 Cr 20 temos o exemplo do rei Josafá, homem temente a Deus e piedoso. Moabe, Amom e Edom se reúnem para atacar e sitiar Jerusalém. Mandam recado para o rei Josafá dizendo que não havia armas e nem exército que o livraria deste ataque. Josafá teve medo, mas buscou a Deus e decretou um jejum e conclamou o povo para vir a Jerusalém para louvar a Deus. Josafá se humilha diante de Deus e quando o povo começou a louvar e a exaltar, Deus colocou emboscadas e os inimigos foram desbaratados. O louvor não foi consequência da vitória, mas o louvor foi a causa da vitória. O crente não louva apenas quando o problema vai embora, mas ele louva para o problema ir embora. O crente celebra a Deus não porque o problema já passou, mas ele celebra a Deus porque sabe que Deus está no controle da situação e Deus conduzirá sua vida em triunfo apesar das aflições.
Em Atos 16 Paulo está em Filipos. Deus abriu o coração de Lídia e libertou uma mulher endemoninhada gerando uma revolta em Filipos e eles prendem a Paulo e Silas e os açoitam em praça pública e os colocam no cárcere. Paulo, longe de estar murmurando, reclamando e inconformado, diz a Bíblia que ele canta a meia noite, mesmo sem saber o que aconteceria no dia seguinte. Não que ele seja masoquista, mas ele sabe que mesmo sem ter condições de administrar o problema Deus estava no controle da situação. Deus abriu as portas da prisão, Deus abriu o coração do carcereiro e Deus redime vidas dentro daquela cadeia. É por isso que Paulo diz de coração aberto: graças, porém, a Deus! E há mais uma razão porque devemos ser otimista:

B – É por meio de Cristo que somos conduzidos em triunfo

14  Graças, porém, a Deus, que, em Cristo ...

O triunfo vem do Deus Pai através do Deus Filho. Paulo está dizendo que não temos triunfo a parte de Cristo, fora de Cristo. Por isso, não há vida vitoriosa e não há vitória espiritual fora de Cristo. A vida cristã é absolutamente cristocentrica, todas as bênçãos que possuímos estão em Cristo. Não somos conduzidos em triunfo nem pelo nosso conhecimento e nem pela nossa piedade, nem pelas nossas virtudes e nem pelas nossas obras. A única maneira de você ser aceito por Deus, ser aprovado por Deus, ser conduzido por Deus em triunfo é estando em Cristo: Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo.
Isso nos faz lembrar das palavras do Apóstolo João quando diz:

12  Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 Jo 5.12).

Quem tem o Filho tem triunfo, quem tem o Filho tem vitória, quem tem o Filho tem vida feliz e quem tem o Filho tem é abençoado por Deus. Se você está em Cristo é vencedor e se você não está em Cristo já é um perdedor. As bênçãos que temos nós a temos em Jesus. Quem tem Jesus tem tudo e quem não tem Jesus não tem nada!
Neste texto Paulo usa uma metáfora importante, a metáfora da procissão triunfal de um general romano, que era um acontecimento extraordinário que acontecia na cidade de Roma, promovida quando um general romano subjulgava determinado povo ou região. Aquele general deveria matar milhares de soldados inimigos, transformar a região em território romano, trazer para Roma os cativos acorrentados e os espólios conquistados. O general entrava em Roma em uma carruagem de ouro e em procissão triunfal, estando a sua frente cativos com guirlanda de flores, os soldados vitoriosos e um bezerro branco que deveria ser sacrificado e atrás do general alguns prisioneiros acorrentados. A procissão ia até o templo de Júpiter para o sacrifício do bezerro e terminava no Circus Máximus, local de entretenimento romano, em que os prisioneiros acorrentados eram mortos a espada ou entregues as feras e os prisioneiros que levavam as guirlandas de flores eram devolvidos as suas terras como escravos de Roma.
Paulo está se referindo a este triunfo do general romano, só que ele está dizendo que nós temos um General e este General é Cristo e este General não é aquele que vai lá e mata milhares de soldados inimigos, mas é aquele General que se entrega para ser morto, para salvar e libertar a todo aquele que nele crê. Este General supremo foi ao território do inimigo que é Satanás, venceu, triunfou sobre ele, arrancou de suas mãos os espólios, que são as vidas dos que são alcançados e salvos.
Paulo diz que somos soldados deste General e que devemos celebrar a sua vitória porque somos participantes de Seu triunfo. A vitória de Cristo é a nossa vitória. Louvado seja o Senhor porque fazemos parte desta grande vitória do Senhor Jesus Cristo.

C – O triunfo na vida do crente deve ser constante

14  Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo ...

O triunfo do cristão não é esporádico, mas é contínuo, constante. É triunfo na alegria e é triunfo no choro. É triunfo na saúde e é triunfo na doença. É triunfo na riqueza e é triunfo na pobreza. É triunfo na aprovação e é triunfo na rejeição. Não importa as circunstâncias tudo na vida do crente é triunfo porque ele já faz parte da maior vitória, da vitória de Cristo, ele já ganhou a maior bênção, a bênção de ser cidadão do céu e forasteiro desta terra, ele tem a maior esperança, a esperança de vida eterna, ele é herdeiro de uma mansão, a mansão celestial.
Deus nos conduz em triunfo mesmo quando nossos planos pessoais são frustrados. O plano pessoal de Paulo foi frustrado aqui. Paulo esperava encontrar Tito em Trôade e Tito não chega a Trôade e ele fica tão angustiado que tem que ir embora mesmo diante de uma porta aberta para pregar o Evangelho.
Paulo tinha um plano pessoal de entrar na Ásia em sua segunda viagem missionária, mas o Espírito de Cristo o impediu. Isso nos ensina que Deus não promete conduzir nossos planos em triunfo, mas Deus promete conduzir os planos dele em triunfo na vida de seus filhos.

1  O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR (Pv 16.1).

Nunca devemos nos esquecer de que os pensamentos de Deus são mais altos do que os nossos pensamento, de que os caminhos de Deus são mais altos do que os nossos caminhos.
Deus não tem compromisso com os nossos sonhos, Deus tem compromisso com seus propósitos soberanos, porque os propósitos soberanos de Deus são melhores do que os nossos propósitos. Isso deve nos trazer segurança porque os propósitos de Deus não podem ser frustrados! Ele é vitorioso em todos os seus desígnios.
Nem sempre temos sucesso naquilo que intentamos fazer. Quantas vezes você já planejou algo e aquilo que você planejou aconteceu ao contrário e por um tempo ficou inconformado, triste e até lamentou e lá na frente você descobre que a melhor coisa para você foi o seu plano não ter logrado êxito.
Deus sempre nos conduz em triunfo, mesmo quando enfrentamos oposição da mais hostil. O Sinédrio quis destruir a Igreja cristã, os Imperadores tentaram barrar o cristianismo, o comunismo tentou banir da terra o cristianismo, mas ninguém pode destruir o que é de Deus. Deus nos conduz em triunfo ainda que o inferno se levante contra a Igreja.
Não importa as circunstâncias que estamos vivendo sempre devemos agir com otimismo! Não sei quais as situações que você porventura esteja vivendo, mas a Bíblia diz que você pode ter um otimismo mesmo diante da crise. Mesmo aflito você pode ter certeza de que Deus está no controle, de que Deus é Soberano, de que Deus é o seu Pai, o seu Deus, que Ele ama você, e que a sua vida está nas mãos daquele que governa os céus e a Terra!

3 – IMPACTAR, COMO CRISTÃO, O MEIO EM QUE VIVE

14  ...  e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.
15  Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem.
16  Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas?

Agora Paulo vai falar de outro grande segredo para sermos vitoriosos: o resultado de um compromisso sério com Deus. Paulo trata do impacto inesquecível do cristão na vida de outras pessoas e está voltando àquela imagem do cortejo triunfante do general romano, porque o cheiro de incenso naquela procissão tinha resultados diferentes para as pessoas. Para aqueles que festejavam junto com os soldados vitoriosos aquele cheiro era perfume de vida para vida, mas para os prisioneiros acorrentados aquele aroma era cheiro de morte para a morte. O mesmo incenso que representava vida para alguns representava morte para outros. O que Paulo diz?

A – O cristão deve espalhar a fragrância do conhecimento de Deus

14  ... por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.

Isso significa que Deus, através de nós e por intermédio da pregação do Evangelho revela a fragrância do conhecimento de Deus. A pregação do Evangelho é o instrumento que Deus estabeleceu para mostrar ao mundo o seu conhecimento.
O homem pode conhecer a Deus por meio da pregação do Evangelho e Paulo diz que quando pregamos o Evangelho é como que se estivéssemos exalando a fragrância do conhecimento de Deus.

B – O cristão deve ser o bom perfume de Cristo

15  Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo...

Perfume aqui não é uma substância, mas é uma pessoa. Nós somos o bom perfume de Cristo. O cristão ao falar do Evangelho ele espalha a fragrância do conhecimento de Deus e neste sentido o cristão é o próprio perfume. Significa que não podemos separar a pessoa do pregador da mensagem do pregador.
Paulo diz que não somos um perfume qualquer, não somos um perfume ruim, não somos um perfume de quinta categoria, mas somos o bom perfume de Cristo. Ele adjetiva o perfume e um bom perfume é precioso, é caro. Isso significa que você tem valor pra Deus, que você é importante pra Deus, que você é precioso pra Deus, que você é a menina dos olhos de Deus.
Um bom perfume influencia sem alarde. O perfume não grita, o perfume penetra, ele não fala, ele se impõe. O perfume não consegue se ocultar ele existe para ser espalhado. Quando uma pessoa com um perfume muito gostoso chega a um ambiente ele não precisa falar nada todo mundo percebe sua presença. O bom perfume torna o ambiente mais agradável.

C – Os resultados da fragrância do perfume na vida das pessoas

15 ..., tanto nos que são salvos como nos que se perdem.
16  Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida...

Paulo diz que o primeiro efeito deste perfume é de cheiro de morte para morte. E novamente ele volta à metáfora do triunfo do general romano. Aqueles prisioneiros acorrentados saiam do templo de Júpiter após o sacrifício do bezerro direto para o Circus Máximus em que eram degolados e mortos pela truculência de Roma.
Desta forma e neste sentido o cheiro do Evangelho para os que se perdem tem cheiro de morte para morte. Quando a pessoa escuta o Evangelho, fecha o coração, rejeita a mensagem, não quer ouvir a mensagem de Deus, então esta mensagem e este mensageiro se tornam para esta pessoa cheiro de morte pra morte.
O pregador é agente de vida ou de morte. Quando você prega a palavra de Deus ela sempre exigirá um resultado. Nunca um ouvinte da Palavra de Deus permanece a mesma pessoa, ou ele fica melhor o fica pior. O ouvinte, seja ele quem for, precisa tomar uma decisão. Temos liberdade em muitas coisas, mas em uma não temos liberdade, somos escravos da decisão, temos que tomar uma decisão. Até quando estamos indecisos estamos tomando uma decisão, o indeciso decide-se não decidir e quem decide não decidir decide contra Cristo porque Jesus disse que quem não é por Ele é contra Ele e quem com Ele não ajunta espalha.
Paulo diz que você é um perfume de vida ou de morte. Com isso Paulo está dizendo que o Evangelho não é um fracasso, mas que o Evangelho é vitorioso tanto para salvar quanto para condenar.
Conhecer, viver e transmitir a Palavra de Deus é o grande segredo de uma vida vitoriosa.

Conclusão

O grande segredo de uma vida vitoriosa é ser consciente de que não estamos isentos de dificuldades, é ser otimista mesmo diante das crises e ser comprometido com a Deus e a Sua obra.
Que Deus conceda a plenitude do Seu poder, através do Espírito Santo para alcançarmos a vitória espiritual neste mundo de pecados e sofrimentos. Se hoje passarmos por uma grande provação, não a tomemos como derrota, mas continuemos, pela fé, a esperar a vitória por intermédio daquele que é poderoso para fazer-nos mais do que vencedores por meio de Cristo.

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com