Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

AS SETE CARTAS DE APOCALIPSE - LIÇÃO XIII – CARTA DE JESUS À IGREJA CONTEMPORÂNEA



13  Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,
14  no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.
15  Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16  pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
17  Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
18  Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia,
19  porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude
20  e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.
21  E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas,
22  agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,
23  se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro (Cl 1.13-23).

Introdução

Vimos neste estudo que o Senhor Jesus envia sua mensagem às sete Igrejas da Ásia. Estas sete Igrejas não se referem apenas àquelas congregações locais, mas são também o retrato da Igreja de Cristo em todos os lugares e em todos os tempos.
E qual era o propósito desta mensagem? O propósito desta mensagem é confortar a Igreja militante em seus conflitos com a força do mal. É necessário que a Igreja entenda que o seu Senhor está assentado no Trono, que o seu Senhor tem o controle de todas as coisas e que as suas vidas estão seguras nas mãos deste Senhor vitorioso.
Nesta mensagem enviada por Cristo, para duas das Igrejas Ele tinha apenas elogios (para a Igreja de Esmirna e para a Igreja de Filadélfia). Para quatro delas Jesus tinha elogios e críticas (para a Igreja de Éfeso, de Pérgamo, de Tiatira e de Sardes). Para uma Igreja Jesus teve somente críticas (para a Igreja de Laodicéia).
O que podemos notar nestas cartas é que Jesus vê a Igreja não como vemos, pois Ele tem a capacidade de conhecer o que se passa dentro do coração de cada um. Isso nos mostra que o verdadeiro diagnóstico da Igreja quem tem não somos nós, mas é unicamente Cristo que o possui, porque estas Igrejas nem sempre são o que aparentavam ser.
Podemos notar isso quando olhamos para a Igreja de Éfeso, que era uma igreja ortodoxa, fiel a Palavra, fiel a doutrina, mas Jesus olha para esta igreja e descobre nela a falta de amor, vê nela uma igreja sem amor. A Igreja de Esmirna era uma igreja pobre, mas Jesus olha para ela e diz: você é uma igreja rica. A Igreja de Pérgamo era o local onde estava o trono de Satanás, mas Jesus olha para aquela igreja e vê ali membros dispostos a dar a sua vida pelo Evangelho. A Igreja de Tiatira, que estava situada em uma cidade completamente comprometida com a iniquidade, Jesus olha para aquela igreja e encontra ali alguém disposto a andar com Deus em santidade. A Igreja de Sardes, que era uma igreja que tinha fama de ser uma igreja viva, mas Jesus olha para ela e diz que ela estava morta. Jesus olha para a Igreja de Filadélfia e diz que aos olhos do mundo ela parece ter pouca força, mas que aos Seus olhos ela é uma igreja fiel, e por isso coloca diante dela uma porta aberta. Jesus olha para a Igreja de Laodicéia, uma igreja que se dizia rica e que não precisava de nada e diz que ela era pobre, miserável e nua.
E para a Igreja atual que mensagem Jesus mandaria? Qual seria o diagnóstico de Jesus? Como Ele se apresentaria? O que Ele apreciaria na Igreja? Que exortações Ele deixaria para a Igreja? E quais são as suas promessas para a Igreja?

1 – A apresentação de Jesus à Igreja

Como Jesus se apresenta hoje à Igreja? Se estão lembrados vimos que Jesus Cristo anda no meio das Igrejas e Ele não está estático no meio das Igrejas. Ele conhece as Igrejas! Ele tem o diagnóstico correto da saúde espiritual das Igrejas.
Por causa desse conhecimento profundo Jesus olha para uma e diz com autoridade: Você está abandonando o seu primeiro amor. Olha para outra e diz: Você está tolerando aí falsos ensinos. Olhando para outra diz: Você está tolerando a imoralidade. Ao olhar para outra diz: Você tem fama de Igreja que está viva, mas está morrendo. Olha para outra e diz: Você é considerada uma Igreja pobre, mas você é uma Igreja rica. Olha para outra e diz: Você é considerada uma Igreja que tem pouca força, mas você é fiel e coloquei diante de você uma porta aberta. Olha para outra e diz: você se diz rica, mas é pobre e miserável.
E ao olhar para a Igreja contemporânea o que Jesus diria? Vimos que a apresentação de Jesus sempre estava relacionada ao problema detectado na Igreja. Então, como Jesus se apresenta hoje à Igreja?

A – Jesus se apresenta como o Noivo da Igreja

9  Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro (Ap 21.9).

Quando Jesus se apresenta como noivo da Igreja está destacando a sua autoridade sobre a Igreja:

3  porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo (Ef 5.23).

Mais do que nunca a Igreja precisa reconhecer e submeter-se a autoridade de seu Senhor Jesus Cristo, pois a Igreja foi comprada por preço e este preço foi altíssimo: o sangue do Cordeiro derramado na cruz do Calvário.

B – Jesus se apresenta como modelo para a Igreja

15  Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.15).

A Igreja de Cristo precisa seguir os passos de seu Senhor e Mestre:

21  Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos (1 Pd 2.21).

A Igreja de Cristo precisa ser modelo neste mundo. Primeiro ela precisa imitar o seu Senhor para depois se tornar exemplo. Quando ela imita se torna modelo para este mundo perdido e sem referências.
A Igreja de Cristo precisa imprimir nas pessoas seu exemplo, sua atitude, sua postura, sua ética, sua teologia. Quando ela se mantém modelo é como se estivesse imprimindo nas pessoas o exemplo de Cristo.

C – Jesus se apresenta como vencedor

55  Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (1 Co 15.55)

Jesus Cristo venceu a morte! Jesus Cristo é o Grande vencedor! Ele não voltará como salvador, mas como Senhor! Ele não voltará em uma estrebaria, mas as nuvens será o estrado de seus pés! Cristo está reinando em favor de sua Igreja para reinar com a sua Igreja de forma eterna, final e gloriosa.
O grande tema de Apocalipse é a vitória da Igreja. Todos os inimigos da Igreja que se aliam, que se mancomunam para perseguir a Igreja vão cair um por um. O dragão persegue a Igreja, o anticristo persegue a Igreja, o falso profeta persegue a Igreja, a grande meretriz, a grande Babilônia (este sistema mundial corrompido e maligno) persegue a Igreja. Todos estes inimigos vão cair por terra um por um, como em um efeito dominó, na manifestação triunfante do Senhor Jesus.
Ao longo da História da humanidade, a força demoníaca de Satanás, através dos braços da política, tem massacrado cristãos. O maior índice de mártires, por toda a história da humanidade, aconteceu no século 20. E quando se levantar o anticristo, este personagem maligno, perverso, ele vai matar muitos cristãos. Mas ao mesmo tempo em que os santos são mortos por este inimigo, eles vencem o Diabo e seus associados com suas mortes, através da palavra do testemunho. Ou seja, quando um crente, por causa de sua fidelidade a Deus, está pronto para morrer por causa de sua fé, o Diabo pode vencê-lo matando-o, mas ele vence o Diabo amando mais a Cristo do que a sua própria vida, preferindo à morte a negar ao seu Senhor. Um crente fiel ao Senhor Jesus é invencível! Mesmo que ele morra, ele é vencedor! A Igreja de Cristo, ainda que martirizada, é vencedora! E quando Cristo voltar vai vingar a morte de seus santos. O sangue derramado dos mártires finalmente será vingado:

9  Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.
10  Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
11  Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram (Ap 6.9-11).

Quando Deus derrama as sete taças de sua ira sobre a Terra, a sua ira é final, é de consumação, e todos os ímpios, e o Diabo, e o anticristo e o falso profeta e a grande meretriz e todos aqueles que não foram selados com o selo de Deus e todos aqueles que receberam a marca da besta serão sentenciados ao fogo eterno para sempre. É a vingança do Senhor pelo que fizeram aos seus santos!

2 – A apreciação de Jesus à Igreja

O que podemos notar nas apreciações de Jesus é que a Igreja nem sempre é aos olhos de Jesus o que ela parece ser aos olhos dos homens. A avaliação que fazemos da Igreja pode ser uma avaliação bem distinta daquela que Jesus Cristo faz da Igreja. Não temos todos os elementos necessários para fazer um diagnóstico real da Igreja, do estado espiritual da Igreja. Jesus tem porque seus olhos são como chamas de fogo. Ele conhece tudo e a todos, Ele vê a tudo e a todos. Ele sonda as profundezas de nossa mente e de nosso coração, ninguém pode enganá-lo.
Nos próximos três pontos vamos analisar a mensagem que Cristo enviaria à Igreja sob a ótica de três elementos: A fidelidade da Igreja, a pureza da Igreja e o compromisso da Igreja. Isso porque o que Cristo reprova com certeza é a quebra daquilo que Ele aprecia e se Ele tiver alguma exortação a fazer com certeza estaria ligado ao que Ele aprecia.

A – Jesus aprecia a fidelidade da Igreja

2  Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel (1 Co 4.2).

Não há nada que Jesus mais aprecia do que a fidelidade. A fidelidade é um princípio básico da vida cristã. Quando olhamos para o povo de Israel não há como deixar de notar a infidelidade deste povo para com o seu Deus e percebemos o clamor de Deus à fidelidade de Seu povo.
Jesus aprecia a Igreja fiel. Fiel a Palavra e zelosa na doutrina. Jesus aprecia o mordomo que é encontrado fiel!

B – Jesus aprecia a pureza da Igreja

27  para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito (Ef 5.27).

A pureza da igreja é o seu grau de preservação da doutrina e a isenção de conduta errônea e o seu grau de conformidade com a vontade de Deus revelada à Igreja. Deus dizia à nação de Israel: sede santos porque Eu Sou Santo. Jesus manteve Sua Santidade quando viveu neste mundo e aprecia àqueles que se mantêm santos neste mundo perverso.

C – Jesus aprecia o compromisso da Igreja com a pregação do Evangelho

15  E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15).

Jesus deixou essa mensagem tão clara e objetiva para a Igreja. É o comprometimento com essa ordem que Ele espera da Igreja.
O Apóstolo Paulo tinha esta consciência quando dizia: aí de mim se não pregar o Evangelho (1 Co 9.16). Ele tinha a convicção do que tinha de fazer para agradar ao Seu Senhor. Se a Igreja quer expressar sua gratidão pela obra redentora de Cristo realizada em suas vidas ela deve agradar àquele que a redimiu e uma das maneiras de agradá-lo é não ficar com a novidade do Evangelho guardada entre quatro paredes, mas abrir os portões e ir às ruas para anunciar o Evangelho.

D – Jesus aprecia a capacidade da Igreja de se arrepender

A Igreja de Éfeso havia abandonado o seu primeiro amor. Esta Igreja é exortada a se arrepender e voltar à prática de suas primeiras obras. Caso ela não se arrependesse sofreria o dano pela dureza de seu coração.

5  Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas (Ap 2.5).

Arrependimento tem três elementos. Ele implica na sua razão, na sua emoção e na sua vontade. Deus toca o seu intelecto, toca a sua emoção e toca a sua vontade. Arrependimento é mudança de mente, é tristeza pelo pecado e é mudança de atitude, se faltar um destes elementos não houve arrependimento. Judas Iscariotes, quando traiu a Jesus, reconheceu o erro dele quando devolveu o dinheiro (a mudança de mente) e sentiu tristeza pelo que fez, mas faltou o terceiro elemento, tomar a atitude correta, dar meia volta e voltar-se para Deus. Ele preferiu o suicídio! Não houve arrependimento, mas sim remorso.
Pedro, ao contrário, arrependeu-se de seu pecado. Ele reconheceu seu erro, sentiu tristeza pelo seu pecado, chorou por ele e voltou-se para Jesus. Qual a diferença entre o pecado de Pedro e o de Judas? Nenhuma! Trair e negar são a mesma coisa! Mas houve grande diferença entre o arrependimento dos dois.
A Igreja de Cristo nunca morreu, mas a instituição Igreja já morreu algumas vezes. Em alguns lugares que a Igreja fora muito forte se acabou. Não tem mais Igreja! E sabe por quê? Porque Jesus foi lá e removeu o candeeiro de seu lugar. Sabe por que Ele fez isso? Porque a Igreja não se arrependeu.

3 – A reprovação de Jesus à Igreja

O que Jesus reprovaria hoje na Igreja? Certamente Ele reprova uma Igreja quando não encontra nela aquilo que aprecia.

A – Jesus reprova a infidelidade

24  Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste,
25  receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26  Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27  Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
28  Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.
29  Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
30  E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 25.24-30).

45  Mas, se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber e a embriagar-se,
46  virá o senhor daquele servo, em dia em que não o espera e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis.
47  Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites.
48  Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão (Lc 12.45-48).

Hoje, os crentes estão quebrando os votos feitos em sua profissão de fé. Esquecem cedo da aliança que fizeram com Deus. Não estão dispostos a viverem uma vida de fidelidade, de obediência aos estatutos e preceitos da Bíblia. Muitas pessoas que se dizem cristãos não expressam ao mundo nenhuma transformação de vida que o Evangelho provoca naqueles que realmente se convertem.

B – Jesus reprova a impureza

9  Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas,
10  nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus (1 Co 6.9-10).

Jesus reprova tanto a impureza que lançará para fora dos portais celestiais todo aquele que não se manteve puro. Nenhum impuro entrará no Reino de Deus, ou seja, nenhuma pessoa que não tenha sido regenerada por Cristo.

C – Jesus reprova o descaso com a pregação do Evangelho

8  Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.
9  Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema (Gl 1.8,9).

Vivemos em uma sociedade imediatista que busca resultados rápidos. Infelizmente, pastores e líderes mal alimentados da Palavra de Deus tem caminhado nessa direção e, sucumbidos à tentação de mostrarem resultados rápidos, terminam por comprometer a qualidade da obra que deveria ser feita.
O Evangelho é a única solução para o problema do efeito destrutivo do pecado. Ainda assim, muitos evangélicos perderam sua fé no poder do Evangelho e imaginam que algo mais é necessário; sejam programas atrativos, aconselhamento psicológico ou novas revelações de profetas modernos. Paulo se referiu à "loucura da pregação" porque o Evangelho simples que ele pregava era desprezado. O mesmo acontece em nossos dias.
Em contraste com a simplicidade e pureza do Evangelho apresentado nas Escrituras, temos hoje novos métodos e inovações que estão sendo empregados. O Evangelho não é mais considerado como suficiente por si próprio. A Bíblia diz da transformação que o Evangelho provoca na vida de uma pessoa:

17  E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2 Co 5.17).

Mas muitos pregadores tem surgido expulsando demônios de cristãos, negando essa clara verdade da Palavra de Deus.
A Igreja deve aproveitar as portas da oportunidade que Jesus coloca diante dela com a pregação do Evangelho, puro e simples como ele é, e se a Igreja não aproveitar a porta de oportunidade que Jesus coloca diante dela ela se torna inútil.

4 – A exortação de Jesus à Igreja

Em que Jesus exortaria a Igreja? Com certeza Ele exortaria quanto àquilo que aprecia porque não gostaria de ver nela aquilo que Ele reprova.

A – Jesus exorta a Igreja a ser fiel

10  ... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).

A fidelidade deve ser constante, até o fim, até à morte, ou seja, até morrermos ou até mesmo quando estarmos diante dela.

B – Jesus exorta a Igreja a se manter pura

15  pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento (1 Pd 1.15).

Jesus Cristo responsabiliza cada igreja local quanto ao zelo na purificação coletiva e na pureza pessoal de seus membros. Em nosso texto básico o Apóstolo Paulo lembra a Igreja de Colossos quem eles eram antes de conhecerem o Evangelho e em que eles foram transformados:

21  E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas,
22  agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis (Cl 1.21,22).

Dessa forma devemos nos manter diante de Cristo.

C – Jesus exorta a Igreja a ser luz no mundo

16  Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mt 5.16).

A Igreja precisa ser a caixa acústica de Deus, o alto falante de Deus, a trombeta de Deus, fazendo soar além de suas fronteiras a mensagem de Deus.
Mesmo sob um forte clima de hostilidade e perseguição a Igreja precisa manter seu testemunho e o verdadeiro testemunho é a propagação da Palavra de Deus, e não ensinos de homens, nem doutrinas de homens, nem costumes de homens e nem regras de homens. Os púlpitos não podem ficar pobres da Palavra. Os púlpitos não podem ficar vazios da Palavra.
A maior necessidade do mundo hoje é de receber a Palavra.  O povo está faminto porque os púlpitos estão pobres, porque não há Palavra nas pregações. O que tem predominado são as novidades que atraem multidões, mas estas novidades não são as boas novas do Evangelho, mas são novidades vazias, que não exigem mudança de vida, mudança de atitude. São novidades que passam, mas o mundo precisa ouvir a Palavra e não aquilo que agrada aos seus ouvidos.

5 – A promessa de Jesus à Igreja

Quais são as promessas de Jesus à Igreja? Muitas! Vejamos algumas delas:

A – Jesus promete voltar para buscar a sua Igreja

10  E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles
11  e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir (At 1.10-11).

A Igreja deve aguardar, em uma espera feliz, a volta de Cristo com fé e esperança. A Igreja não deve apenas estar aguardando a volta de Jesus, mas deve também estar preparada para a Sua volta.
É como aguardar um hóspede. O que você faz quando fica sabendo que vai hospedar alguém muito querido por você? Prepara a casa, prepara o quarto, disponibiliza tempo em sua agenda para estar com ele e prepara uma refeição especial. Este visitante quando chega não pega você despreparado, desprevenido, pois você está aguardando e por isso está preparado. É assim que a Igreja deve aguardar dos céus o Senhor Jesus Cristo.
Pare e pense: O que você gostaria de estar fazendo quando Cristo voltar? Estar preparado é estar fazendo, quando Cristo voltar, o que fazemos todos os dias, porque todo dia devemos estar esperando e estar preparado para a volta do Senhor Jesus. Esta é a convicção que devemos ter: a volta iminente do Senhor Jesus. A promessa de Jesus é para agora, é para hoje: Eis que venho sem demora. Eis que cedo venho.
Antes da conversão éramos pessoas sem esperança, mas agora recebemos uma viva esperança. Temos que ter plena confiança, plena esperança e devemos aguardar a volta do Senhor Jesus com o coração feliz, com o coração alegre.
Jesus prometeu voltar para buscar a sua Igreja. Temos que ter a expectativa da volta de Cristo porque esta expectativa é o principal elemento que vai nos fazer viver em santidade, aguardando e apressando a volta do Senhor.

B – Jesus promete livrar a Igreja da ira vindoura de Deus

10  e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura (1 Ts 1.10).

O que é a ira de Deus? A ideia que as pessoas tem de Deus é que Deus é amor. E a ideia que temos de ira está relacionada a nossa natureza pecaminosa. Ira para nós é uma emoção forte, fruto de um orgulho ferido, uma explosão de fúria, muitas vezes uma explosão descontrolada. Mas para Deus ira não é isso, pois Deus não é temperamental, Deus nunca perde o controle e Deus nunca fica com o orgulho ferido. A ira de Deus é uma justa reação de Deus diante do mal. A ira de Deus é dirigida contra o mal.
A Bíblia diz que o cálice da ira de Deus está se enchendo e quando Jesus voltar aqueles que viveram longe dele, que zombaram dele, que escarneceram dele, que rejeitaram a Sua Santa Palavra, todos eles enfrentarão a ira do Cordeiro.
Quando olhamos para Apocalipse capítulo 6 e vemos o mundo entrando em colapso, vemos os ímpios desesperados buscando cavernas para se abrigarem, o que notamos é que eles não estão com medo de que o mundo está desabando, mas eles estão desesperados porque chegou o grande dia da ira do Cordeiro. Este dia será de trevas e não de luz, será de juízo e não de livramento.
De que maneira você pode ser livre da ira vindoura? Quando você aceita a Jesus e confessa seus pecados com arrependimento você é justificado e a ira de Deus é retirada de você e o favor de Deus é colocado sobre você. Não tem mais ira! Não tem mais juízo! Não tem mais condenação! Jesus promete livrar a Sua Igreja da ira vindoura de Deus.

C – Jesus promete estar sempre presente

20  ... E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28.20).

O que notamos no estudo das cartas é que Jesus conhecia de perto as tribulações da Igreja. Ela estava sendo perseguida, massacrada, mas crescia a cada dia porque Jesus estava presente. Os cristãos morriam pelo testemunho do Evangelho, mas o faziam com alegria por causa da presença de Jesus. Ele jamais abandonou e jamais abandonará a Sua Igreja.
Isso nos serve de consolo porque nos mostra que Cristo vê as lágrimas da Igreja e enxuga estas lágrimas. Aliás, esta é a sua grande promessa:

4  E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram (Ap 21.4).

A despeito de todas as fraquezas, defeitos e pecados, Jesus Cristo nunca abandona a sua Igreja.

Conclusão

Pare para refletir e pergunte: Jesus, qual é o diagnóstico que o Senhor faz hoje da minha Igreja? Se Jesus te mandasse uma carta sobre o que Ele falaria de você? Como Ele se apresentaria a você? O que Ele apreciaria em você? O que Ele reprovaria em você? Sobre o que Ele te exortaria? O que Ele veria em nós? Qual seria a sua mensagem para nós?
Há um estribilho que está presente nas sete cartas de Apocalipse: quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas. E termino este estudo dizendo: Ouça o que o Espírito Santo lhe diz nesta hora. Que Deus lhe abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário