Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

domingo, 25 de outubro de 2015

O PACTO E A ALIANÇA DO SINAI: O POVO DE DEUS E A LEI

1  No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai.
2  Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do monte.
3  Subiu Moisés a Deus, e do monte o SENHOR o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel:
4  Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim.
5  Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
6  vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
7  Veio Moisés, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o SENHOR lhe havia ordenado.
8  Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o SENHOR falou faremos. E Moisés relatou ao SENHOR as palavras do povo (Êx 19.1-8).
Introdução
Vinte e cinco anos depois de Deus prometer a Abraão fazer dele uma grande nação nasce Isaque, filho de Abraão e Sara, os quais vêem o início do cumprimento da promessa. Deus continua a sua obra de redenção e, conforme prometeu, através das gerações, tem reconfirmado Suas promessas sendo o Deus de Isaque (filho de Abraão) e Jacó (neto de Abraão) como fora o Deus de Abraão. E conforme Deus preanunciou, os filhos de Jacó desceram ao Egito em busca de alimento, por causa de um período de muita fome, vindo seu pai, Jacó, morar definitivamente no Egito com toda a sua família. Com o passar dos anos, multiplicando-se os hebreus no Egito, tornaram-se escravos dos egípcios, pois os mesmos ficaram com medo de serem dominados no futuro pelo povo hebreu.
Os egípcios logo se esqueceram de José e se enriqueceram através da mão de obra escrava dos hebreus. Debaixo da mão opressora de Faraó, os filhos de Israel não significavam mais nada para o Egito, a não ser mão de obra barata para a opulência dos egípcios. Porém, não era assim para Deus, porque para Ele aqueles escravos eram, na verdade, herdeiros de uma terra em que manava leite e mel, ou seja, cheia de riquezas, cheia de cidades prontas para serem habitadas. Mas o que tinham os hebreus de especial para receber tamanho benefício? Com certeza nada! Eles apenas eram herdeiros de uma promessa feita por Deus ao pai Abraão quatro séculos antes.
Deus jamais se esquece de Suas promessas. Liberta o Seu povo da escravidão do Egito, mas não sem antes mostrar a Faraó e aos egípcios o Seu grande poder e autoridade. Deus envia dez pragas ao Egito e cobra dos egípcios por cada chibatada dada em seus herdeiros, por cada gota de suor do duro trabalho de seus herdeiros, por cada herdeiro Seu jogado no Nilo ao nascer, por cada dia de escravidão dos seus herdeiros, e por cada centavo ganho da exploração de seus herdeiros. Para completar a saída vitoriosa do Egito, o Mar Vermelho se abre e o povo hebreu atravessa aquele mar por terra. Vindo os egípcios atrás do povo, tentam também atravessar o mar aberto, mas Deus consume a Sua ira contra o Egito fazendo o mar se fechar sobre eles.
E o povo chega ao deserto para atravessá-lo e se dirigem para a posse da terra prometida. A grande questão é: Como transformar um bando de escravos em uma nação? Como nacionalizar um povo que durante gerações viveu em outra cultura, falando uma língua diferente, com costumes diferentes, com códigos de leis diferentes e religião diferente? Deus disse a Abraão: Anda na minha presença e se perfeito e ele o fez. A ordem de Deus a Abraão foi suficiente para fazê-lo andar com Deus, mas será que isso seria suficiente para tornar Israel uma nação que anda com Deus? Naturalmente que não! Para isso Deus amplia a revelação do Seu plano redentivo, dando ao povo de Israel uma “constituição de vida e fé”: A Lei do Senhor, por meio da qual Israel se tornaria uma nação e andaria na presença de Deus. Esse é o tema da nossa lição de hoje que muitas lições têm a nos ensinar. Vamos a elas.
01 – A INSTITUIÇÃO DA TEOCRACIA: A REVELAÇÃO DA LEI DE DEUS
O que é Teocracia? Teocracia (do grego Teo: Deus + cracia: governo) é um termo de origem grega que significa “governo divino”. Nesse sentido, definimos a teocracia como todo governo em que a religião orienta a formação do poder instituído. Na maioria dos casos, o chefe político é visto como um representante direto de alguma divindade ou chega a assumir a condição de divindade encarnada. O exemplo mais famoso desse tipo de governo aconteceu no Egito Antigo, quando o faraó era adorado como filho do deus Amon-Rá e reconhecido como a encarnação de Hórus, o deus-falcão.
Ao libertar o povo de Israel do Egito com Sua poderosa mão, Deus institui a teocracia em Israel. Mas no caso dos hebreus, a concepção de teocracia era tomada por outras características. Sendo uma civilização monoteísta, não admitiam que seus líderes políticos galgassem alguma condição de natureza divina, não permitia a adoração a qualquer rei ou a qualquer líder, seja político ou religioso. Nesse sentido, tais líderes tinham a importante função de intermediar a relação do povo com O SENHOR, único Deus adorado. A Lei passaria a ser o instrumento utilizado para este fim.
A – A entrega da Lei: Regras para o Relacionamento entre Deus e o Seu Povo
Moisés foi o grande libertador, preparado por Deus, para tirar o povo de Israel do Egito. Quando finalmente o povo foi libertado, dirigiram-se até o deserto e acamparam-se ao pé do monte Sinai por algum tempo. Deus fez ali um Pacto com Seu povo, tendo Moisés como mediador, o qual subiu ao monte e recebeu, diretamente de Deus, os Dez Mandamentos, que é uma súmula de toda a vontade de Deus para o homem. Todo o relacionamento entre Deus e Seu povo é descrito nestes mandamentos: Não terás outros deuses diante de mim; não farás para ti imagem de escultura; não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão; lembra-te do dia de sábado; Honra teu pai e tua mãe; Não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho contra o seu próximo; e não cobiçarás.
Dentre muitos objetivos da Lei, consolidar o relacionamento do povo de Israel com o Seu Deus era um dos fundamentais. Deus governava o povo através de intermediadores, que após a posse da terra prometida foram chamados de juízes, e para um Deus Santo como O Senhor é extremamente necessário que quem se relaciona com Ele também se santifique. Tudo isso foi suprido com a Lei. Ela trouxe os parâmetros necessários para conduzir o relacionamento do povo com Deus e rege todos os princípios imprescindíveis para uma vida de santidade perante Deus.
B – A Lei como Fator de Unidade do Povo
A Lei, além de oferecer diretrizes para o relacionamento do povo com Deus, tinha a finalidade de manter o povo unido. A nação de Israel, embora dividida em doze tribos que conquistaram e ocuparam diferentes regiões na Palestina, mantinham-se unidos em torno do amor a Deus e da vida no Pacto através da obediência à Lei. Eles amavam a Lei e esta consideração pela Lei os mantinha unidos. O salmista expressa isso muito bem quando diz:
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.
9  O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.
10  São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
11  Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa (Sl 19.7-11).
O verdadeiro israelita amava a Deus de todo o seu coração e expressava este amor quando obedecia aos mandamentos divinos. Havia união no povo quando este andava nos caminhos de Deus e obedecia a Lei de Deus.
C – A Obediência à Lei como Condição de Posse de Deus
Deus sempre lembra o povo de Israel que foi a Sua mão poderosa que os libertou da escravidão do Egito, que os tirou da terra do Egito e os conduziu pelo deserto até a terra prometida. Esta grande façanha, de um Deus único, dava a Deus toda autoridade de posse do povo de Israel. Mas na verdade, para a efetivação desta posse, havia uma condição imprescindível: Obedecer a Lei. Somente na obediência eles poderiam se considerar posse de Deus:
5  Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
6  vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
A posse não estava ligada ao sangue, ao fato de se ser filho legítimo da descendência de Abraão, mas à obediência à Lei. Além dos Dez Mandamentos vários outros preceitos foram concedidos a Israel, tudo para que a vida em Israel fosse divinamente orientada pela Lei. Estes preceitos orientavam o povo sobre: O casamento, a família, o governo, o culto, os sacrifícios e ofertas, o tabernáculo, o templo, as relações sociais e comerciais, a saúde e higiene do acampamento, e etc. Você encontra tudo isso em Êxodo nos capítulos 21 a 23. Leia! Em síntese, todo o sistema de vida da nação era regido pela Lei do Senhor. O resultado disso foi uma teocracia, ou seja, o povo era governado por Deus. Permaneceu assim até o dia em que o povo pediu um rei. Por causa disso que Deus falou para Samuel as seguintes palavras quando o povo pediu um rei:
4  Então, os anciãos todos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá,
5  e lhe disseram: Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações.
6  Porém esta palavra não agradou a Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos governe. Então, Samuel orou ao SENHOR.
7  Disse o SENHOR a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele (1 Sm 8.4-7).
Parece que eles se cansaram de serem governados por Deus. Eles jamais encontraram um rei tão justo como o Senhor para governá-los. Recusaram o governo de quem sempre lhes demonstrou misericórdia para caírem nas mãos implacáveis dos homens.
02 – PRIVILÉGIOS E RESPONSABILIDADES DO HOMEM PERANTE A LEI
No Pacto com Adão havia direitos e deveres. No Pacto com Noé e com Abraão também havia direitos e deveres. O mesmo acontece com o Pacto no Sinai. Paulo cita os privilégios dos israelitas em Romanos:
4  São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas;
5  deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém (Rm9.4-5)!
Israel tinha o privilégio de ser o povo escolhido de Deus, mas todo privilégio tem também responsabilidades. Israel, por ser o povo de Deus, deveria ser exemplo para as demais nações, eles foram constituídos como “luz para as nações”. Deus falaria aos outros povos por intermédio deles. E em que eles deveriam ser modelos?
A – A Responsabilidade de Adorar ao Único Deus Vivo e Verdadeiro
2  Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus (Êx 20.2-5).
Deus sempre foi enfático, desde o começo, quanto a questão da idolatria. Deus abomina a idolatria, portanto, jamais a toleraria entre Seu povo. E a razão é simples: Foi Deus quem sempre fez tudo por aquele povo. Deus humilhou os deuses do Egito quando enviou a dez pragas e nenhum deus deles puderam fazer qualquer coisa para livrá-los. Deus mostrou ao povo hebreu Seu tremendo poder ao sustentar, por 40 anos, toda aquela multidão no deserto. Jamais na História da humanidade se viu tal coisa. Deus humilhou os deuses cananeus quando, cidade por cidade foi sendo conquistada por Israel, não mediante o poderio militar de Israel, mas mediante a mão poderosa do Senhor dos exércitos. Nenhum deus cananeu pode fazer qualquer coisa para deter Israel. Estes méritos são de Deus! Acha que Ele permitiria que alguém tomasse o seu lugar? Por isso que Ele diz:
8  Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura (Is 42.8).
Jamais Deus tolerará que alguém glorifique a outrem pelas obras que Ele realizou. Jamais o Senhor Jesus salvará àquele que intercede à outra pessoa que não seja Ele, pois somente Jesus conquistou o direito de ser o mediador entre Deus e os homens. Deus exigia do povo um zelo completo pelo Seu Nome. E o zelo por Deus deveria ser tal que não se deveria tomar o nome dele em vão:
Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
Deus é único! Nenhum outro Deus provou para a humanidade a sua existência e o seu poder. Realmente eles são aqueles que têm boca, mas não falam, têm ouvidos, mas não ouvem, têm mãos, mas nada podem fazer. Deus é espírito, Ele não tem boca, não tem ouvidos e não tem mãos, mas quando Ele fala ninguém pode resistir, quando Ele ouve ninguém pode deter as suas mãos para responder. Só Ele é digno de todo louvor.
B – A Responsabilidade de Ter uma Vida Santa e Obediente aos Preceitos da Lei
Deus detesta o pecado e a desobediência, portanto, o povo de Deus deveria ser um povo santo e obediente. A santidade permeava todas as dimensões da vida em Israel. Santidade era a essência da felicidade de Israel. Israel não era feliz somente por ser o povo escolhido de Deus, pois mesmo sendo o povo escolhido viveram grandes períodos de amarguras, mas Israel era feliz quando se santificava ao Seu Deus. Este era o zelo de Deus: Preservar a santidade de Seu povo:
5  ... porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem
6  e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos (Êx 20.5,6).
Esta era a vontade de Deus para o seu povo: Santidade! E a Lei veio para trazer ao povo detalhada orientação em como viver em santidade. Depois dela, o povo não poderia se justificar por ignorância. A Lei era clara e objetiva quanto ao que se devia fazer para agradar a Deus e se santificar a Ele:
3  Não terás outros deuses diante de mim.
4  Não farás para ti imagem de escultura...
7  Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão..
8  Lembra-te do dia de sábado, para o santificar...
12  Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.
13  Não matarás.
14  Não adulterarás.
15  Não furtarás.
16  Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
17  Não cobiçarás a casa do teu próximo...(Êx 20.3,4,7,8,12-17).
A obediência a estes preceitos tornaria o povo santo e privilegiado e eles se tornariam em um reino de mediadores do Pacto:
5  Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
Israel tinha o direito de ser um reino de mediadores do Pacto, era um privilégio imensurável, mas para isso eles tinham que cumprir com os deveres de obediência à Lei do Seu Deus, Lei que eles receberam do próprio Deus no monte Sinai com demonstrações da glória e majestade de Deus que deixou o povo aterrorizado mediante tamanha grandeza.
C – O Direito de Ter a Lei mais Justa da Terra
Deus odeia a injustiça, portanto, a justiça deveria permear aquela nação. E a justiça era o alicerce do sistema social daquela nação. Observem alguns desses preceitos que regulamentavam a vida em comunidade:
Todo cidadão tinha direito à vida (Não matarás);
Todo cidadão tinha sua propriedade respeitada e protegida (Não furtarás);
O matrimônio era para ser mantido inviolável (Não adulterarás);
A nação descansava um dia da semana (Lembra-te do dia de sábado);
Todo trabalhador receberia do fruto do seu trabalho:
15  No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr-do-sol, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado (Dt 24.15).
Não haveria em Israel qualquer tipo de exploração sobre os pobres, as viúvas, os órfãos e os estrangeiros:
21  Não afligirás o forasteiro, nem o oprimirás; pois forasteiros fostes na terra do Egito.
22  A nenhuma viúva nem órfão afligireis (Êx 22.21,22).
Qual povo tinha uma lei tão justa assim? Não somente os ricos, mas todo o cidadão tinha o direito à justiça. E quanto à aplicação da Lei, a pena deveria ser equivalente à falta, nem maior e nem menor e deveria ser aplicada a todos, sem distinção:
17  Quem matar alguém será morto.
18  Mas quem matar um animal o restituirá: igual por igual.
19  Se alguém causar defeito em seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito:
20  fratura por fratura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará.
21  Quem matar um animal restituirá outro; quem matar um homem será morto.
22  Uma e a mesma lei havereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o SENHOR, vosso Deus (Lv 24.17-22).
Outra questão que refletia a justiça àquela nação era a justa distribuição da riqueza, como base do sistema econômico da nação. A fundamentação deste sistema econômico se baseava na questão do povo sair da escravidão do Egito e receber, de graça, uma terra com cidades fortificadas e suas plantações. Em face disso, a pobreza era inaceitável. E mesmo as grandes crises econômicas deveriam ser amenizadas no ano do jubileu, quando as propriedades compradas eram devolvidas aos seus donos e as pessoas libertas da servidão.
10  Santificareis o ano qüinquagésimo e proclamareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família (Lv 25.10).
A nação de Israel nasceu do relacionamento estabelecido entre o Senhor e os filhos de Jacó. Toda a sua existência estaria para sempre alicerçada nesse relacionamento. Amar a Deus era equivalente a uma vida abundante e próspera, tornando isso um resumo de toda a Lei:
Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força (Dt 6.5).
E este amor deveria ser estendido ao próximo:
18  Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR (Lv 19.18).
A espiritualidade e a santidade da nação estavam inseparavelmente associadas ao amor a Deus a ao próximo. Qual outra nação ensinava tal coisa? Qual nação enfatizava tanto o amor? Qual nação havia lei tão justa quanto a Lei de Deus? Hoje, a nação que destituir suas leis e constituição, e instituir a Lei de Deus em seu lugar, seria a nação mais feliz e mais justa da terra. Duvida disso? Leia a Lei e entenderás! Limite-se a Êxodo capítulos 21 a 23 e já terás uma noção.
Entre os privilégios concedidos a Israel estava o de ser povo guardião das Sagradas Escrituras. Além disso, os israelitas eram o único povo da terra a ter acesso direto à presença de Deus, simbolizada pela Arca do Testemunho. Israel, como uma monarquia teocrática, era a nação agente usada por Deus para comunicar a todos os povos da terra o plano redentivo de Deus. Atrair as nações para a Aliança era o propósito divino para Israel. O salmista vai nos dizer isso:
1  Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto;
para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação (Sl 67.1,2).
Deus os havia engrandecido o suficiente para não serem ignorados pelas nações vizinhas. Se havia uma nação no mundo que tinha motivos para ser feliz, essa nação era Israel. Não somente pela presença da justiça em todos os seus relacionamentos, mas principalmente pela parceria com Deus, por meio do Pacto renovado no monte Sinai.
03 – A LEI E O PLANO DA REDENÇÃO
Nesta lição vemos Deus realizando mais uma fase de Seu plano redentivo, agora, com o Pacto da Lei. Portanto, Israel deixa agora de viver debaixo do Pacto da Promessa para viver debaixo do Pacto da Lei. Será que esta troca trouxe prejuízos para a nação? Parece que o primeiro era mais vantajoso que o segundo. O Pacto com Abraão era constituído de promessas, mas havia também os deveres, que era a pronta obediência a Deus.
Acontece que o Pacto com Abraão exigia obediência, mas não definia os meios para se chegar até ela. O Pacto da Lei veio para reger esta obediência a Deus; ele trouxe parâmetros à obediência. Agora, com a Lei, o povo sabia o que tinha que fazer e o que não podia fazer para agradar a Deus e santificar a sua vida. E considerando que a promessa a Abraão não foi anulada, o Pacto da Lei veio complementar o Pacto com Abraão, pois sem a promessa a Lei jamais teria sido dada.
A Lei se tornou para os filhos de Abraão a maneira de viver como nação santa e sacerdócio real diante dos povos gentios. A Lei, por si só, não era o Pacto e nem era o elo entre Deus e o Seu povo. Mas, agora, seria ela que regeria a vida dos que viveriam no Pacto, dos que haviam sido declarados santos. E quem é declarado santo deverá viver como santo de acordo com o padrão estabelecido pela Lei. A promessa de que Deus seria o Deus de Abraão e de seus filhos precisava ser confirmada com os israelitas. Para isso eles guardariam a Aliança com Abraão obedecendo a Lei do Senhor. Paulo confirma isso tudo quando diz:
17  E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a pode ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa.
18  Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão (Gl 3.17-18).
A Lei desempenhou vários papéis até chegar o Pacto da Graça. É quando veio a graça que começamos a deslumbrar o papel da Lei no plano de Redenção de Deus. Vamos a eles:
A – A Revelação do Pecado Através da Lei
7  Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás (Rm 7.7).
Ensinar a respeito do pecado era uma das funções da Lei. Ela era o professor oficial do pecado. A palavra final sobre concepção de pecado. Ela esclareceu de forma lúcida o pecado. Em consequência disso, a Lei também desempenha o papel de juiz daquele que a transgride. Paulo diz:
10  E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte (Rm 7.10).
Por quê? Porque a Lei despertou o pecado. Ela aponta nossos erros, nossos pecados, nossa desobediência. Quando Paulo viu que todos aqueles preceitos de vida evidenciavam o pecado e mostravam toda a miséria do homem e sua incapacidade diante dela foi que ele chegou a esta conclusão de morte. Por isso que, na redenção, ele vai desclassificar a Lei e enaltecer a graça. Ele consuma isso quando diz:
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
9  não de obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8,9).
28  Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei (Rm 3.28).
11  E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé (Gl 3.11).
A Lei apenas aponta o erro, mas não o corrige, não restaura, não redime, não justifica, não regenera, não transforma, não limpa, não perdoa. A Lei é implacável!
B – A Lei é a Testemunha do Relacionamento Entre Deus e o Seu Povo
A Lei tornou-se guardiã da integridade do relacionamento entre o povo e o Senhor. Era a Lei que revelava o que causava o prazer do Senhor, a obediência do povo a ela, mas também era a Lei a causa de Sua indignação, quando o povo se esquecia dela e desobedecia. Ela deveria ser ensinada com persistência às gerações:
18  Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os olhos.
19  Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos.
20  Escrevei-as nos umbrais de vossa casa e nas vossas portas (Dt 30.18-20)
E para que? Para que o povo se relacionasse corretamente com Deus e fosse por Ele abençoado.
21  para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a vossos pais, e sejam tão numerosos como os dias do céu acima da terra.
22  Porque, se diligentemente guardardes todos estes mandamentos que vos ordeno para os guardardes, amando o SENHOR, vosso Deus, andando em todos os seus caminhos, e a ele vos achegardes,
23  o SENHOR desapossará todas estas nações, e possuireis nações maiores e mais poderosas do que vós.
24  Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, desde o deserto, desde o Líbano, desde o rio, o rio Eufrates, até ao mar ocidental, será vosso.
25  Ninguém vos poderá resistir; o SENHOR, vosso Deus, porá sobre toda terra que pisardes o vosso terror e o vosso temor, como já vos tem dito (Dt 30.21-25).
Ou, caso desobedecessem, fossem por Ele advertidos:
26  Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição:
27  a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno;
28  a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes (Dt 11.26-28).
Dessa forma, a Lei era como uma escritura de usufruto da terra prometida. Deus nunca os desterraria enquanto fossem fiéis ao Pacto:
16  se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la.
17  Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires,
18  então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres (Dt 30.16-18).
E a testemunha disso era a Lei. Era através dela que o povo era inocentado ou culpado diante de Deus. Era através dela que o povo era abençoado ou amaldiçoado por Deus. A resposta de Deus ao povo seria em consequência da resposta do povo à Lei de Deus.
C – A Lei serviu de ponte até Cristo
23  Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se.
24  De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.
25  Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio (Gl 3.23-25).
A Lei nos conduziu até Cristo. Como um professor, ela nos guiou até Cristo, ela nos guiou até que a promessa de Abraão se cumprisse plenamente em Cristo.
16  Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo (Gl 3.16).
Cristo é a consumação da Lei. Ele cumpriu a Lei, sendo circuncidado ao oitavo dia. Ele era o Cordeiro de Deus sem nenhum defeito, conforme a Lei exigia, para sacrificar-se pelos eleitos de Deus. Deus aceitou a justiça de Cristo e por ela nós somos justificados diante de Deus. Não estamos mais debaixo do poder da Lei, mas da graça. Não que a Lei tenha perdido o seu valor, mas a obediência à Lei sem fé na promessa de Deus nos transforma em meros legalistas. É por isso que a letra mata e o espírito vivifica. Ao nos revelar o pecado e a condenação do pecador, a Lei nos empurra para a fé na graça e na justiça de Jesus Cristo. É nesse sentido que ela é o nosso aio. Ela nos guia a confiar tão somente em Cristo para a nossa salvação.
Conclusão
E quanto a nós hoje, será que temos alguma coisa a ver com a Lei? Será que estamos livres de qualquer relacionamento com Ela? Claro que não! Os Dez Mandamentos são confirmados no Novo Testamento. Os filhos que honram aos seus pais, conforme o quinto mandamento, continuam sendo enriquecidos com toda sorte de bênçãos. A guarda do sábado é ampliada no ensinamento de Jesus sobre adoração, pois ela não deveria acontecer apenas em um dia da semana, mas sim em todos os dias da semana.
Embora o Senhor Jesus Cristo tenha abolido todo o cerimonial do culto judaico, o Decálogo, que são os Dez Mandamentos, jamais foram abolidos e sempre serão uma fonte de bênçãos para o crente da Nova Aliança, na medida em que o orienta a andar nas boas obras que Deus, de antemão, preparou para que andasse nelas. Que Deus nos abençoe a andar com obediência em Seu santo Caminho! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Crista


sábado, 17 de outubro de 2015

O PACTO COM ABRAÃO: OS HERDEIROS DA PROMESSA

1  Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
2  de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
3  Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
17  E sucedeu que, posto o sol, houve densas trevas; e eis um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo que passou entre aqueles pedaços.
18  Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates (Gn 12.1-3; 15.17-18)
Introdução
Deus não somente criou todas as coisas, como também governa sobre a Sua Criação. No texto acima vemos Deus renovando mais uma vez o Seu Pacto, agora com Abraão, e nas renovações do Pacto podemos perceber claramente o governo de Deus sobre a Sua criação e também como Ele vai preparando, passo a passo, na História da humanidade, o desenrolar da Redenção, a consumação de Sua promessa feita lá em Gn 3.15.
Deus tem prazer em estar sempre criando, começando ou renovando a criação. Vimos isso na renovação do Pacto com Noé. Deus destruiu tudo e recomeçou tudo de novo com oito pessoas e os animais daquela arca. A cada acontecimento importante na História Deus renova. As primeiras criaturas inteligentes de que temos notícias são os anjos. Eles foram criados formosos, poderosos, altamente inteligentes e perfeitos. Foram criados para louvar a Deus, para exaltar a Sua santidade. Tudo ia bem até que um deles, Lúcifer, desejou ser semelhante a Deus. E, pela sua rebelião contra Deus, ele e os que o seguiram foram punidos.
Depois disso Deus criou o Universo e criou o homem à Sua imagem e semelhança. Não deu poder a ele, como o fez com os anjos e nem os criou com tanto esplendor, mas diz o salmista que ele foi coroado de glória e de honra e que lhe foi dado domínio sobre a criação. O Jardim do Éden era um mundo perfeito. O homem, a mulher, os animais domésticos e selvagens, todos viviam na mais perfeita harmonia. O Senhor vinha à tarde conversar todos os dias com Adão e Eva. Tudo era maravilhoso e foi assim até ao dia em que o homem desobedeceu a Deus e pecou. Mais uma vez Deus renova e expulsa Adão e Eva do Jardim para viverem em um mundo agora amaldiçoado por causa do pecado. Fora do Jardim a humanidade torna-se fecunda e se multiplica, mas multiplica-se também a maldade de seu coração, chegando até a tocar o coração de Deus que “se arrepende” de haver criado o homem e resolve destruir a tudo pelas águas do dilúvio.
Deus renova novamente ao preservar Noé e sua família, bem como alguns animais. Deus continua Seu plano com Noé e sua família. Mais tarde, porém, os descendentes de Noé, ao invés de glorificarem a Deus, resolvem construir uma torre para se exaltarem. E Deus renova novamente. Desce do céu e confunde a linguagem dos homens e os espalhou pela face da terra. E assim a raça humana foi se distanciando cada vez mais de Deus. Mas Deus não abandona a Sua criação e não se esquece de Sua promessa. Deus continua com Seu plano e vai renovar novamente o Seu Pacto, agora com Abraão. E quem é Abraão? Abraão era descendente de Sem, o primogênito de Noé. Abraão casou-se com Sara, a qual era estéril e não podia ter filhos. Eles moravam em Ur dos Caldeus com Terá, pai de Abraão, até ao dia em que O Senhor o chama e resolve fazê-lo seu amigo. Deus faz uma aliança com Abraão e, hoje, vamos estudar esta parceria entre Deus e Abraão e quais são os seus benefícios até aos dias de hoje.
01 – UMA PARCERIA PARA GERAR UM POVO
Como nasceu a nação de Israel? Se você prestou atenção na leitura de nosso texto básico, você contemplou o nascimento de uma grande nação: Israel. Isso mesmo, Israel nasceu naquele encontro entre Deus e Abraão. Quando Deus iniciou um relacionamento com Abraão, Ele o chamou fazendo-lhe grandes e maravilhosas promessas. Essas promessas revelavam o propósito de Deus para Abraão, e asseguravam todas as condições necessárias para o nascimento de uma nação muito especial para Deus. E que promessas são essas?
A – A promessa de uma terra
1  Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
18  Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates.
Esta era uma das mais fortes promessas de Deus a Abraão e não é a toa que ela é a primeira delas. Uma nação para ser uma nação precisa de ter uma terra, um lugar seu, a qual possa chamar de pátria. Uma nação para ter dignidade precisa estar em sua terra. Uma nação para ser abençoada precisa ser em sua terra. E para um peregrino, que peregrinava por terras estrangeiras, a promessa de uma terra soava aos ouvidos como uma canção de ninar. E para um povo que permaneceu por quatro séculos escravos em uma nação estrangeira, uma terra era a mais gloriosa de todas as esperanças.
A terra prometida era uma terra em que manava leite e mel, ou seja, havia muita abundância por ser uma terra fértil. E esta terra era para ser um lar para Abraão e seus descendentes, uma terra para terem a experiência de possuir uma identidade nacional, serem uma nação santa, de propriedade exclusiva de Deus. E sempre que Deus aparecia a Abraão, Ele fazia questão de enfatizar a Sua promessa:
7  Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te por herança esta terra (Gn 15.7).
Interessante que esta promessa não era para agora, não era para Abraão tomar posse da terra, mas era para a sua descendência, ou seja, Abraão não viu o cumprimento desta promessa, apenas a visualizou pela fé. Mas perguntou:
8  Perguntou-lhe Abrão: SENHOR Deus, como saberei que hei de possuí-la (Gn 15.8)?
Para responder Deus pediu a Abraão um sacrifício e neste sacrifício Deus fez uma revelação para ele:
13  então, lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.
14  Mas também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas.
15  E tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice.
16  Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus (Gn 15.13-16).
Deus estava se referindo ao fato de Jacó, neto de Abraão, for morar no Egito com sua família por causa de José. Lá esta família se tornou um povo e foi escravizado pelo Egito. Quatro séculos depois Deus envia através de Moisés dez pragas ao Egito e liberta o Seu Povo da escravidão. Depois de peregrinar por 40 anos no deserto, finalmente o povo “torna para aqui”, que era a terra onde Abraão estava realizando aquele sacrifício. Naquele momento Deus aceitou o sacrifício de Abraão e ali confirmou com Abraão a Sua aliança:
18  Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates (Gn 15.18)
E pela História sabemos que Deus cumpriu a Sua promessa a Abraão quando Israel, sob a liderança de Josué, conquista a terra prometida e toma posse de sua herança.
B – A promessa de se tornar uma grande nação
de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
Agora, com a promessa de uma terra, ele poderia ser uma grande nação. Deus daria aquela terra a Abraão, faria dele uma grande família e esta família se tornaria uma grande nação, uma nação politicamente organizada. Mais uma vez Abraão é testado em sua fé. Como ele se tornaria em uma família e desta família uma nação se ele não tinha herdeiro? Sara era estéril! Claro que isto incomodava a Abraão, tanto que lançou diante de Deus a sua ansiedade:
1  Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande.
2  Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer?
3  Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro (Gn 15.1-3).
Abraão não conseguia entender como ele se tornaria uma nação sem filhos legítimos. E Deus lhe respondeu:
4  A isto respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro.
5  Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade (Gn 15.4,5).
E Abraão não duvidou do poder de Deus e do que Ele poderia fazer em sua vida e na vida de seus filhos:
Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15.6).
Esta promessa era tão importante quanto a primeira, pois desta nação haveria de vir o descendente, o Messias Prometido, que seria Jesus Cristo e Ele esmagaria a cabeça da serpente, que é Satanás. Pela promessa deste descendente, Abraão e sua descendência seriam abençoados, e isto pressupõe o cuidado e a proteção constante de Deus e da Sua providência. Este descendente também faria de Abraão um grande nome, um nome famoso, e sua descendência seria de grande influência na terra.
Deus ainda promete abençoar aos que abençoarem a Abraão e amaldiçoar aos que o amaldiçoarem. Isso fica muito evidente em alguns acontecimentos na vida de Abraão. Quando Abraão peregrinava pelo Egito, Faraó tentou tomar a Sara de Abraão, e grandes pragas assolaram a casa do rei, que logo entendeu a situação e restituiu Sara ao patriarca. Abimeleque, rei de Gerar, tentou possuir Sara e Deus amaldiçoou a sua casa com esterilidade e enquanto Abraão não intercedeu pelo rei a maldição não cessou. O Pacto com Abraão era tão intenso que os amigos de Abraão tornavam-se amigos de Deus, e os inimigos de Abraão tornavam-se inimigos de Deus.
C – A promessa de fazer de Abrão um canal de bênção para todas as famílias da terra
3  Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Promessa que transcende a nação de Israel. Abraão seria pai de uma grande família e esta família se tornaria uma grande nação. Mas esta nação não se limitava a nação de Israel, e sim ao Israel espiritual. Abraão seria o pai de uma grande família, vinda de todas as nações da terra, uma família de fé. Por intermédio do Senhor Jesus Cristo, o descendente prometido, nascido de mulher, o qual era da descendência de Abraão, aqueles que crêem em Seu nome, advindo de todos os povos da terra, poderiam ser feitos filhos de Deus e herdeiros de um reino eterno. Paulo fala sobre isso em Romanos:
6  E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;
7  nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8  Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa (Rm 9.6-8).
E em Gálatas:
7  Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão (Gl 3.7).
E Pedro, falando à Igreja de Jesus Cristo, composta de judeus e gentios, diz:
9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10  vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (1 Pd 2.9,10).
Todas as promessas de Deus a Abraão cumpriram-se no devido tempo. Eram promessas extraordinárias de um Deus Soberano a um homem que peregrinou por terras estrangeiras, que creu nas promessas que lhe foram feitas e por isso ganhou de Deus uma terra maravilhosa. Tornou-se também em uma grande nação, foi abençoado e tornou-se abençoador de muitas famílias da terra. Entretanto, tudo isso trazia para o patriarca grandes responsabilidades. As promessas de Deus e os deveres de Abraão no Pacto tornavam a relação entre Deus e Abraão muito especial. Obediência era a única resposta que Deus esperava de Abraão. E a pronta obediência de Abraão foi a resposta ao primeiro chamado de Deus à vida de Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Sua resposta foi imediata: Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR.
02 – UM POVO CONSTITUÍDO DE VÁRIOS POVOS
Vimos até aqui a promessa de Deus de dar a Abraão uma terra e fazer dele uma grande nação, que por sua vez viria a ser uma bênção para todas as famílias na terra. E de que modo essa bênção alcançaria a todos os povos da terra? É o que veremos neste tópico.
A – Unidos por Aliança
Em uma solene declaração, Deus fornece a Abraão esclarecimentos quanto ao seu modo de agir:
Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.
8  Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.
9  Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações (Gn 17.7-9).
Deus disse para Abraão: Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência. É a aliança o meio de Deus reunir um povo único procedente de várias raças; um povo unido não pelo sangue, não pela cultura, não pela cor, não pelo sistema de governo e nem pela política, nem pela geografia, nem pela economia, mas unicamente pela relação com Deus. Por que deveria ser assim?
B – A finalidade da união: Ser o Deus deste povo
Esta é a finalidade da Aliança, das promessas e de todas as ações de Deus em favor deste povo escolhido. Deus criou Adão e Eva para ser o seu Deus! Deus livrou a Noé e a sua família para ser o seu Deus! Deus chama a Abraão para ser o seu Deus! Deus escolhe um povo para ser exclusivamente Seu unicamente para ser o Deus deste povo! Deus redime a Igreja para ser o Deus desta Igreja! Entende porque Deus não pode suportar a idolatria? Entende como Ele não pode inocentar àqueles que se prostram, adoram, cantam e oram para estátuas, para santos, sejam eles quais forem? É muita ingratidão para com aquele que tudo fez. Esta glória pertence unicamente a Deus e Ele mesmo diz que não a passará para ninguém, seja quem for:
8  Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura (Is 42.8).
E qual a glória? Ele diz:
5  Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.
6  Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas (Is 42.5-7).
É Deus quem providencia! É Deus quem liberta! É Deus! O mérito é Seu! Da mesma forma, quem sofreu e quem morreu pelos nossos pecados foi o Senhor Jesus Cristo. Não foram os apóstolos, não foi nenhum membro de Sua família terrena, não foi nenhum mártir, não foi nenhum santo da Igreja, mas foi Jesus, somente Ele! Jesus Cristo! Ele é digno desta honra conquistada com o seu próprio sangue! Glória que Ele jamais passará para ninguém! Olhe como Ele é único:
6  Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6).
5  Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (1 Tm 2.5).
Quão infeliz é aquele que deixa a Deus para ir até outros deuses. Deus não precisa de intermediários, o acesso a Ele está aberto, basta levantar as mãos, orar e invocar o nome de Deus e Ele te ouvirá. Por isso que o salmista afirma:
12  Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança (Sl 33.12).
A nação, cujo Deus é o Senhor, é feliz porque crê em Deus e a Ele submete-se em amor e vive em Aliança com Deus. A nação, cujo Deus é o Senhor, não adora a ídolos, não se prostra diante de imagens de escultura, não procura nenhum outro mediador a não o Senhor Jesus Cristo. Esta é a nação feliz e abençoada!
C – A extensão da união: A todos os povos da terra
Deus disse a Abraão: Para ser o Teu Deus e da tua descendência. A Aliança entre Deus e Abraão era para ser estendida a todas as famílias da terra e não somente aos descendentes biológicos de Abraão. E estes descendentes estariam ligados a que? A fé!
Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15.6).
A fé é a ponte que liga todos os povos do mundo a Abraão, o pai da fé. Reconhecer e aceitar a Soberania de Deus, o Seu Governo, e crer em Deus torna qualquer pessoa, de qualquer raça, um filho de Abraão. Lembram quais são os filhos de Abraão?
6  É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
7  Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.
8  Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.
De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão (Gl 3.6-9).
Abraão creu em Deus e nas suas promessas. O patriarca creu na fidelidade de Deus que afirmou que lhe daria uma terra, que faria dele uma grande nação, que engrandeceria o seu nome, que abençoaria a ele e aos seus descendentes, que todas as famílias da terra seriam benditas nele, e que Ele seria o seu Deus e o Deus de sua descendência. Abraão aceitou o Pacto estabelecido por Deus e teve com o Senhor um relacionamento de obediência, amor e fé.
03 – UMA PARCERIA PERPÉTUA
7  Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.
Muitos afirmam que a Aliança com Abraão já não tem nenhum valor para os crentes do Novo Testamento. Será verdade? Por duas vezes surgiu esta pergunta neste estudo e mais uma vez será feita: Quem são os filhos de Abraão hoje? Lembram? Esta questão não está sendo levantada agora, ela tem sido feita desde Paulo em suas cartas. Aliás, desde João Batista, que afirmou:
9  e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão (Mt 3.9).
E que pedras são estas? As pessoas que ele estava batizando. Isso significa que não é pelo fato de se ter sangue judeu que faz da pessoa um legítimo parceiro de Deus. Paulo confirma isso em Romanos:
6  E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;
nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8  Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa (Rm 9.6-8).
E quem são os filhos da promessa? Os eleitos de Deus! Paulo está dizendo que devem ser considerados como descendência (de Abraão) os filhos da promessa. Por que eles devem ser considerados? Porque eles crêem e obedecem a Deus como o fez Abraão. E quem afirma isso é próprio Senhor Jesus:
39  Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.
40  Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão (Jo 8.39,40).
Eles não creram. Abraão creu! Eles não obedeceram. Abraão obedeceu! Realmente Abraão não procedeu como eles. E Jesus foi ainda mais duro com eles ao lhes revelar o verdadeiro pai deles:
44  Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44).
As obras deles estavam se identificando com as obras do diabo. E por que mais eles eram filhos do diabo? Jesus responde:
45  Mas, porque eu digo a verdade, não me credes (Jo 8.45).
Porque não creram! E porque não creram não são filhos de Abraão, não são filhos da promessa, não são filhos da fé. E porque não são filhos da fé, mas da incredulidade, é que são filhos do diabo. Precisamos imitar a Abraão na fé e obediência, mas fé em quem? Obediência a quem? A Jesus Cristo! Deus nos fala para ouvirmos a Jesus:
35  E dela veio uma voz, dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi (Lc 9.35).
Foi através de Jesus que a bênção de Abraão alcançou os gentios (aquele que não é judeu), porque Jesus tomou a nossa maldição na cruz e nos libertou da condenação do pecado. Por isso que em Abraão são benditas todas as famílias da terra. Paulo afirma isso em Gálatas:
29  E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa (Gl 3.29).
Paulo está afirmando que os que são de Cristo são os verdadeiros filhos e herdeiros de Abraão segundo a promessa de Deus. Ser de Cristo, ser discípulo dele, confiar na Sua obra realizada na cruz é ser um verdadeiro filho de Abraão. Crer em Jesus e no Seu Evangelho, ouvir a Jesus e obedecê-lo é verdadeiramente imitar a Abraão.
A promessa foi feita a Abraão, mas foi cumprida em Jesus Cristo. O centro da História nunca foi o patriarca Abraão, mas sim o seu Descendente: Jesus Cristo! Abraão não pode abençoar e nem amaldiçoar a ninguém, pois esta tarefa foi passada dos patriarcas de Israel para o Messias, Jesus Cristo. Os homens serão julgados não pelo que pensam a respeito de Abraão ou de Israel, mas pelo que pensam a respeito de Jesus Cristo.
Claro que Israel, o povo judeu, não fica de fora da promessa. Para eles tem a promessa da terra prometida e de lá jamais os tirarão novamente; ninguém tomará deles a sua terra, é promessa de Deus. E quanto a salvação, eles também precisam crer e aceitar a Jesus Cristo para serem salvos. Entretanto, os verdadeiros filhos da promessa hoje são os que aceitam o Evangelho de Cristo, independente de serem judeus ou de qualquer outra raça do mundo. Os inimigos de Deus são os que se opõem à Sua Igreja e não crêem em Cristo.
Conclusão
No Pacto com Abraão ficou mais claro e amplo o conceito de povo de Deus. As promessas feitas a Abraão adquirem uma nova dimensão em Cristo, pois ao patriarca, foi prometido uma grande extensão de terra, mas aos mansos, a herança é a terra toda:
5  Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra (Mt 5.5).
Ao patriarca foi prometido um grande nome, mas os crentes estão revestidos de autoridade sob o nome que está acima de todo nome: Jesus Cristo:
12  E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12).
Ao patriarca foi prometido ser abençoado, mas o crente em Cristo herda toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo:
3  Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1.3)
As bênçãos de Abraão nos alcançam muito mais enriquecidas em Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor, o Noivo da Igreja, que prometeu jamais desampará-la, que prometeu voltar para buscar a Sua noiva, os verdadeiros descendentes de Abraão, para a festa do Cordeiro, uma festa que jamais terá fim. Que Ele lhe conceda a Sua bênção! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.
Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Crista