Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O PACTO E A NOVA ALIANÇA: O ESPÍRITO ENTRA, MAS A LEI NÃO SAI

17  Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
18  Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.
19  Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
20  Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mt 5.17-20).
1  Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
2  Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
3  Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
4  a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito (Rm 8.1-4).
Introdução
Quando estudamos o Pacto e a Nova Aliança, creio que deu para percebermos que existem muitas diferenças entre a Antiga e a Nova Aliança, mas não devemos nos esquecer de que há também uma continuidade entre as duas, e esta continuidade nos ajuda a entender o relacionamento que há entre a Lei e o Espírito ou a Lei e a graça de Deus. Nosso estudo de hoje visa responder duas importantes perguntas: As leis que foram dadas no Sinai são válidas para os dias de hoje? Será que o Espírito da Nova Aliança veio para ficar no lugar da Lei da Antiga Aliança? Com a leitura do nosso texto básico, já vemos, pelas palavras de Jesus, que a Lei continua valendo. Como entender, então, a continuidade da Lei na época da graça?
01 – A LEI E O PECADO
Antes de tudo precisamos entender bem a relação entre a Lei e o pecado. A Carta aos Romanos nos ensina muito sobre este assunto. Paulo, ao falar do pecado, compara-o com a Lei, chegando a afirmar que a Lei estava enferma pela carne e que condenou Deus, na carne, o pecado. Primeiro, ele declara como as coisas funcionavam antes de Moisés, antes de Deus revelar a Sua Lei:
13  Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei (Rm 5.13).
Veja que ele não está dizendo que não havia pecado no mundo antes do regime da Lei, pelo contrário, ele está dizendo é que havia pecado. Mas ele diz que o pecado não era levado em conta. O que isso significa? Será que antes de Moisés os homens eram pecadores, mas como não havia lei, Deus não considerava os seus pecados? Claro que não! Tanto isto é fato que Deus enviou o dilúvio e destruiu Sodoma e Gomorra por causa do pecado. Então, o que Paulo quer dizer? Ele quer dizer que até o momento em que o homem veja claramente, através da Lei, o que é pecado e o que é a vontade de Deus, a sua consciência permanece amortecida. Ele comete pecado sem o conhecimento exato de qual pecado ele cometeu. Paulo vai esclarecer isso mais a frente quando diz:
7  Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás (Rm 7.7).
Por isso que ele diz no verso 14 que a morte reinou até Moisés:
14  Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
Esta morte que reinou de Adão até Moisés não é a morte física. O que Paulo quer dizer é que reinou a sonolência da consciência sobre o pecado de Adão até Moisés. Mas veio a Lei, revelou o pecado, revelou a vontade de Deus, e despertou o homem de sua sonolência. Entretanto, antes da Lei havia a lei da consciência contida em cada ser humano e Deus julgava o homem através desta lei:
14  Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos.
15  Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se (Rm 2.14,15)
O homem nunca foi e nem é completamente desprovido de senso moral. O homem pecador sabe muito bem discernir entre o que é certo e o que é errado, o que ele não sabe é reconhecer que o errado se chama pecado, mas a chegada da Lei esclareceu a todos sobre o pecado. A Lei nos revelou a vontade de Deus, mas também revelou o pecado, e quando Cristo chegou, Ele trouxe um aprofundamento do ensino da Lei até então desconhecido. A Lei dizia: Não adulterarás e todos relacionaram isso em deitar-se com uma mulher estranha. Entretanto, Jesus, em seus ensinos, diz que o pecado do adultério vai muito mais além:
28  Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela (Mt 5.28).
Jesus intensificou o efeito destrutivo do pecado revelado pela Lei. O mesmo princípio se aplicava ao divórcio, a vingança, ao amor, ao assassinato, não precisava matar, bastava odiar. A ordem de Jesus ao terminar este ensino foi enfática:
48  Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste (Mt 5.48).
Com certeza as pessoas que estavam ouvindo estes ensinos de Jesus devem ter pensado como certa vez em que Ele falava sobre os ricos:
25  Ouvindo isto, os discípulos ficaram grandemente maravilhados e disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo (Mt 19.25)?
E a resposta certa a esta pergunta é a resposta que Jesus deu a ela quando disse:
26  Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível (Mt 19.26).
É onde entra a graça de Deus. A Lei revela ao homem a vontade de Deus para a sua vida, mas revela também o pecado. O homem tem que cumprir toda a Lei, completa e integralmente para não ser amaldiçoado, mas a revelação do pecado diz que isto para ele é impossível. Vem Jesus, cumpre a Lei, representa o homem diante de Deus, toma sobre Si a maldição da Lei, anula os efeitos da Lei e do pecado com a Sua morte e ressurreição. Agora as coisas mudam, pois, o homem não precisa mais cumprir toda a Lei porque Jesus já o fez por ele; o que é necessário agora é ter a Jesus Cristo. E esta é a resposta à impossibilidade do homem em ser salvo:
27  Então, lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?
28  Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
29  E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna (Mt 19.27-29).
A implicação plena da condenação do pecado pela Lei é vista na morte de Cristo que tomou sobre Si a maldição da Lei. Ele, que prestou a obediência perfeita mesmo assim teve que morrer. Todo aquele que não se identifica com a morte de Cristo, ou seja, todo aquele que não faz morrer a sua velha natureza e se reveste da nova natureza permanece sobre a maldição da Lei. A morte de Cristo nos revela a impossibilidade do homem de cumprir toda a Lei. Por isso que Paulo vai dizer que:
4  Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê (Rm 10.4).
Isso significa que o período no qual o homem está sob a maldição da Lei terminou com a morte de Cristo. Uma vez que cremos em Cristo não mais estamos sob o regime da Lei, mas sob a graça de Deus. Entretanto, a Lei não deixa de existir por causa disso, pois ela continua a nos revelar a justiça de Deus, o que deve nos trazer muita gratidão a Deus por não recebermos a merecida punição.
02 – A LEI E JESUS CRISTO
Muito importante relembrar do significado da Lei de Deus. O que ela significa? A Lei de Deus é a revelação da vontade de Deus para o ser humano. É a revelação de como o homem deve agir para agradar a Deus, o que ele deve fazer e o que ele não deve fazer para agradar a Deus. Quando pensamos assim chegamos à conclusão de que a Lei vai muito além de alguns mandamentos. Na verdade, a Lei de Deus é tudo o que Deus requer do homem. Adotando esta definição é incorreto afirmar que a Lei foi abolida. Para entender que o Espírito da Nova Aliança não veio para ficar no lugar da Lei da Antiga Aliança precisamos voltar ao texto de Jeremias. Ele diz:
31  Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá (Je 31.31).
O texto não diz que Deus faria uma nova lei em uma época futura, mas sim uma Nova Aliança. Nesta Nova Aliança haveria uma particularidade:
32  Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR (Je 31.32).
Esta Nova Aliança seria diferente. E por que ela precisava ser diferente?
32  Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR (Je 31.32).
A desobediência, a rebeldia do homem anulou a Antiga Aliança, porque a quebra dos preceitos regidos pelo Pacto anulava seus efeitos. Esta Nova Aliança precisava ter uma base diferenciada em que não houvesse a possibilidade de quebra, de anulação de seus efeitos. Havia uma particularidade nesta Nova Aliança:
33  Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (Je 31.33).
Observe que Deus não está dizendo que dará nova Lei, mas que as imprimirá em nossa mente e as inscreverá em nosso coração. Isso significa que na Nova Aliança Deus instituiria uma nova obediência, pois Ele capacitaria os homens a obedecerem. Neste sentido devemos entender as palavras de Jesus quando disse:
17  Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
A Lei e os Profetas é uma expressão do Novo Testamento para designar o Velho Testamento. O que podemos notar no ministério de Jesus é que Ele tinha uma atitude de respeito à Lei diferente dos rabinos. Esta atitude de Jesus em relação à Lei deixou o povo e seus mestres boquiabertos. Isso porque seus mestres davam mais importância às tradições que foram incorporando à Lei ao longo dos séculos, enquanto que Jesus lhes falava da Lei de modo reconciliador e com poder de vitória. Jesus apresentou ao povo a verdadeira interpretação da Lei e não tradições distorcidas.
Vamos voltar à finalidade da Lei. Qual a sua finalidade? Mostrar ao homem a vontade de Deus para sua vida. E como o homem cumpriria a vontade de Deus em sua vida? Obedecendo! Como o Pacto se sustentaria? Na fidelidade de Deus e na obediência do homem. Note que a obediência é o ponto chave para o homem. E o que Jesus disse que veio fazer neste mundo?
17  Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
Jesus veio fazer o que nós não fizemos, veio fazer o que nós nunca podíamos ter feito: cumprir a Lei! E como Ele fez isso?
8  a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2.8).
Em Cristo, Deus estava ensinando de forma completa e final o que Ele requer do homem. O que Deus disse por meio de Moisés e dos profetas seria feito plenamente pela vida e pelos ensinos de Seu Filho Jesus Cristo. O que precisamos entender é que somente o culto espiritual pode agradar a Deus. E isto é testificado desde o Velho Testamento:
22  Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros (1 Sm 15.22).
Obediência sempre foi a chave mestre para o homem ser aceito por Deus. E pela obediência é que Jesus demonstra grande respeito à Lei quando diz:
18  Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.
Nada será revogado, inativo, inoperante, até que tudo se cumpra. E Jesus priorizou a obediência:
19  Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
Jesus ensina que a nossa significância no Reino de Deus vai depender do quanto obedecemos a revelação de Deus na Antiga Aliança, ou seja, a Sua Lei. Dessa forma, em lugar de descartar a Lei de Deus, Jesus ensina quais são as implicações na obediência à Lei de Deus. E Jesus faria isso não somente em palavras, mas também em obras. Justamente por isso que Ele requer de seus seguidores uma justiça mais excelente do que a dos escribas e dos fariseus:
20  Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
Porque eles não obedeciam à Lei de Deus, mas eram fiéis às suas próprias tradições. Por isso a justiça deles era, na verdade, de aparência e não de realidade. Jesus requer que seus discípulos tenham uma atitude religiosa diferente dos escribas e dos fariseus, Ele requer qualidade. Jesus requer um coração diferente aos seus seguidores; Ele requer obediência à Lei. Leia Mt 5.21-48 e observe que Jesus mostra como a Lei deve ser entendida, obedecida e jamais desprezada.
03 – A LEI E A NOVA ALIANÇA
Vimos até aqui que a Lei de Deus não foi revogada na Nova Aliança, porque ela é toda a revelação de Deus, porque ela expressa a vontade de Deus para a vida do homem e que o homem vive esta expressão quando obedece a Lei. Vamos ver agora sobre os benefícios da Nova Aliança. Quando lemos Romanos e Gálatas não tem como não notar as críticas de Paulo aos que andavam sob o regime da Lei. O que precisamos entender é que a Lei não foi revogada, mas o mesmo não aconteceu ao cerimonialismo da Lei. E o que Paulo critica é justamente àqueles que não queriam se desligar deste cerimonialismo, sendo a circuncisão um deles e o mais debatido. Era certo que haveria mudanças com a chegada da Nova Aliança. O autor de Hebreus nos fala sobre isso quando diz:
13  Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer (Hb 8.13).
O autor está falando da Nova e da Antiga Aliança. Ele não está anulando a Antiga, mas está falando da superioridade da Nova, superioridade esta que certamente traria muitas mudanças. Nosso texto básico vai nos explicar isso. Nele, Paulo começa dizendo: Agora, pois. É uma continuidade de assunto, mas o que ele estava falando no capítulo anterior? Falava sobre o poder de morte da Lei, de como ela nos matou ao nos revelar o pecado por causa da nossa incapacidade de obedecê-la integralmente, mas Paulo também nos ensina que na nova dispensação fomos perdoados e libertos para enfim poder obedecer a Lei. Neste ensino encontramos os benefícios da Nova Aliança. Ele começa dizendo:
1  Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
O primeiro benefício da Nova Aliança é o completo perdão de pecados que temos em Jesus Cristo. E por quê? Porque Jesus cumpriu a Lei de Deus por nós, porque Ele tomou sobre Si a maldição da Lei. Agora, estamos perdoados não porque obedecemos a Lei, mas porque estamos representados por Cristo. Por isso, quem está em Cristo não sofre a condenação do pecado. Isso não era possível com a Lei:
3  Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
E este benefício da Nova Aliança está relacionado com o que Jeremias disse:
32  Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR (Je 31.32).
Entende agora porque a Nova Aliança não pode ser anulada como a Antiga Aliança? Na Antiga Aliança a fundamentação era a obediência do homem, mas na Nova Aliança a fundamentação é a perfeita obediência de Cristo. O segundo benefício da Nova Aliança é o seu novo poder:
2  Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
E Paulo nos diz o porquê deste poder:
a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Isso significa que o Espírito nos capacita a obedecer a Lei de Deus. E Paulo explica porque somente o Espírito poderia efetuar este trabalho em nós:
3  Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,
A Lei não podia realizar isso em nós porque estava enferma pela carne. A Lei não pode mover o homem a fazer o bem. Não que haja algo de errado com a Lei, mas porque o homem é um ser morto por causa do pecado. A Lei é enfraquecida pela carne e por isso não atinge o objetivo de Deus. E este benefício da Nova Aliança também está relacionado com o que Jeremias disse:
33  Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (Je 31.33).
E é assim que a Nova Aliança vem. O Espírito entra e liberta o homem da escravidão do pecado. Antes ele era desobediente e rebelde, agora ele é capacitado para obedecer. Antes ele repudiava a Lei, agora o seu coração tem prazer na Palavra de Deus. Antes ele nada podia fazer, mas agora ele pode dizer:
13  tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4.13).
Na era do Espírito o homem está habilitado a obedecer pelo poder do Espírito Santo. Deus não prometeu uma nova lei na Nova Aliança, mas sim uma nova obediência. Jesus Cristo pagou completamente a nossa dívida que tínhamos com Deus e nos libertou do pecado para obedecermos.
04 – A NOVA ALIANÇA E O AMOR
O que Deus concede e o que Ele requer na Nova Aliança podem ser resumidos em uma só palavra: Amor. O que Ele nos concede? Salvação pela graça. Por quê?
16  Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
E o que Ele requer de seus filhos?
23  Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou (1 Jo 3.23).
No Pacto a obediência era a palavra chave para o homem, na Nova Aliança esta palavra é o amor. Há uma conexão muito forte entre o amor de Deus em Cristo e o nosso amor como cumprimento da Lei:
7  Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
8  Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
9  Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.
10  Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
11  Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.
12  Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado (1 Jo 4.7-11).
Este amor vai muito além de uma mera emoção e ele está associado com Cristo e com a nova vida do crente. O amor evidencia-se na vida do crente pelo seu permanecer em Cristo. O amor é o fruto do Espírito mais importante do que qualquer outro dom. Paulo confirma isso quando diz:
13  Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor (1 Co 13.13).
O amor é a nova vida e a nova obediência. Somente pela nova obediência o cristão pode se tornar parceiro de Deus. Não basta agora apenas não matar, não assassinar, pois posso matar alguém sem assassiná-la quando a odeio e não a amo.
15  Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si (1 Jo 3.15).
E a regra é simples:
9  Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.
10  Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.
11  Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos (1 Jo 2.9-11).
A essência da Lei é o amor. Nisto ela pode se resumir: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e ao próximo como a ti mesmo. Deus nos ama com um amor infinito e por isso requer que o amemos acima de tudo, e que amemos também ao próximo como a nós mesmos.
Conclusão
Jesus veio para cumprir a Lei e os Profetas. Isso significa que a vontade de Deus foi revelada a nós na Nova Aliança por meio de Cristo. Hoje, libertos por Cristo, podemos cumprir a Lei porque o Espírito Santo nos capacita para esta obediência, para a nova obediência em uma Nova Aliança, Aliança esta alicerçada no amor. Que Deus te abençoe e derrame em seu coração o Seu Espírito e o Seu amor! Amém!

Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Cristã.

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