Para Refletir

Há momentos na vida difíceis de serem suportados, em que a única vontade que sentimos é de chorar, pois parecem arruinar para sempre nossa vida. Quando um destes momentos chegar, lembre-se que ainda não chegou o fim, que a sua história ainda não acabou e que ainda há esperança. Corrie Ten Boom disse: "não há abismo tão profundo que o amor de Deus não seja ainda mais profundo". Este amor você encontra aqui, um lugar de esperança, consolo e paz, e aqui encontrará a oportunidade de conhecer a verdadeira vida, uma vida abundante com Cristo.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O PACTO E SUA RELAÇÃO COM POVO, FAMÍLIA E IGREJA

1  No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai.
2  Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do monte.
3  Subiu Moisés a Deus, e do monte o SENHOR o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel:
4  Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim.
5  Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
6  vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
7  Veio Moisés, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o SENHOR lhe havia ordenado.
8  Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o SENHOR falou faremos. E Moisés relatou ao SENHOR as palavras do povo (Ex 19.1-6).
9  Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10  vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (1 Pd 2.9-10).
Introdução
Depois de estudarmos o Pacto de Deus firmado com os Patriarcas, é muito importante estudá-lo do ponto de vista familiar. O grupo social família se encontra em todas as culturas, desde a antiguidade até aos dias atuais. Família é uma organização social muito importante, pois é nela que nos tornamos humanos. Sua importância para nosso desenvolvimento social é enorme, pois somos os únicos seres que crescem e continuam a desenvolver a afetividade. Conservamos as emoções da infância à idade adulta. A família ajuda no desenvolvimento da identidade de cada um. Mas a estabilidade, o equilíbrio e a saúde da família somente serão possíveis quando ela estiver centrada em Deus, o qual planejou que vivêssemos em comunhão com Ele e com o próximo. E é por causa desta comunhão que Deus estabelece o Pacto. No Pacto da graça, Deus restaura em nós esta essência da vida. Deus nos toma para Sí mesmo e restabelece em nós a vida na comunidade. Dentro dessa comunidade aprendemos a amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos. Na lição de hoje estaremos estudando o Pacto em sua relação com povo e família, e por fim com a Igreja de Jesus Cristo. Vamos começar com povo.
01 – O PACTO E O POVO DE DEUS
Sob o Pacto do Sinai, o povo de Deus formava uma unidade e unidos deveriam viver sob a regência do Pacto, obedecendo aos termos do Pacto. Assim, Deus convoca a casa de Jacó, aos filhos de Israel a se tornarem um povo de propriedade peculiar de Deus, sacerdotes de Deus e uma nação santa:
5  Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
Esta mesma expressão se aplica à comunidade da Nova Aliança. Pedro, dirigindo-se à Igreja do Senhor Jesus Cristo, disse:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pd 2.10).
Note a semelhança entre os dois textos. Podemos concluir, então, que a definição de Israel na Antiga Aliança aplica-se também aos crentes em Cristo na Nova Aliança. Isso significa que herdamos não somente o título, mas muitas características que pertenceram a Israel e, agora, pertencem à Igreja. Sob esta ótica estaremos estudando a relação entre o Pacto e o povo de Deus.
A – O Povo como Propriedade Peculiar de Deus
A primeira coisa que Deus diz ao povo é que, se eles fossem obedientes e fiéis, eles seriam propriedade de Deus:
5  Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
E não apenas propriedade, mas uma propriedade peculiar, ou seja, particular, especial, próprio. Um israelita devia todos os seus privilégios ao fato de pertencer à comunidade de Israel. Da mesma forma, os crentes em Cristo devem seus privilégios ao fato de pertencer à Igreja, ou seja, ao povo de Deus. Isso porque o Pacto foi estabelecido por Deus com o Seu povo, e daí com o cidadão, como parte deste povo. Essa ordem não pode ser invertida: primeiro o povo, depois o cidadão. Não existia individualismo em Israel e, da mesma forma, não deve existir individualismo na Igreja. Jesus não se sacrificou por um indivíduo, mas por um povo. Mas veja bem que isso não elimina o aspecto pessoal da experiência de salvação, afinal, os meus pecados foram pagos por Cristo lá na cruz e o Espírito Santo habita em meu coração. A fé cristã é pessoal! Mas nem por isso ela é individualista, porque esta experiência pessoal de salvação ocorre dentro do contexto da Igreja, do povo de Deus. Este era o discurso de Paulo:
19  Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus,
20  edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular;
21  no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor,
22  no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito (Ef 2.19-22).
Note como ele nos trata como indivíduos inseridos na família de Deus. A comemoração da Páscoa pelo povo lá no Egito nos mostra isso. A comemoração era individual, familiar, casa por casa, mas a dedicação ao Senhor deveria ser de todos, quem não se dedicava era excluído da comunidade e visitado pelo anjo da morte. Era uma cerimônia que envolvia todo o povo, apesar da sua individualidade, casa por casa.
Esta cerimônia não significava apenas a libertação da escravidão do Egito, mas também a posse de Deus, sendo Ele mesmo o libertador do povo. Portanto, somos propriedade exclusiva de Deus porque Ele nos escolheu, porque Ele nos regenerou, porque Ele nos chamou e porque Ele nos adotou. Somos propriedade exclusiva de Deus por causa da obra de Cristo, porque fomos comprados por Ele.
Se você é propriedade exclusiva de Deus tenha Deus em alta estima, torne-o objeto da sua maior confiança. Se você é propriedade exclusiva de Deus honre-o fazendo o que lhe agrada! Se você é propriedade exclusiva de Deus faça de Deus o objeto peculiar dos seus louvores, porque quem não é propriedade exclusiva de Deus pertence ao Diabo. Quem não é propriedade exclusiva de Deus recebe a apreciação do Diabo. Quem não é propriedade exclusiva de Deus é traído por sua própria inclinação pecaminosa. Quem não é propriedade exclusiva de Deus é objeto do desagrado divino. Privilégios sempre vêm acompanhados de deveres. E quais eram os deveres deste povo de propriedade peculiar de Deus? Podemos citar dois deles: ser sacerdotes de Deus e uma nação santa.
B – O Povo como Reino de Sacerdotes
6  vós me sereis reino de sacerdotes...
Ser sacerdote de Deus a um mundo ímpio é nossa primeira responsabilidade. Enquanto os israelitas andavam pelo deserto, Deus lhes mostrou o propósito previsto para eles em Seu plano: Vocês me serão um reino de sacerdotes. Ou seja, seriam os agentes da salvação de Deus ao mundo. Deus escolheu essa nação através do Seu poder soberano e lhe deu Sua Lei como um manual de sacerdócio. Como povo de propriedade peculiar de Deus, eles deveriam desenvolver esta eleição sendo fiel a Deus. Essa promessa foi revelada num período em que o povo de Israel não sabia muito a respeito do Senhor e nem vivia de um modo que agradava a Deus, de forma que eles não cumpriram com exatidão este propósito divino.
E hoje, como ficamos sendo o povo de Deus? Também temos a responsabilidade de desenvolver a nossa eleição. Dentro da comunidade a personalidade não deve ser destruída, mas sim desenvolvida. A salvação tem início quando a pessoa recebe a Cristo como seu salvador, tomando parte da maior prova do amor de Deus: A salvação. Essa salvação é aperfeiçoada quando a pessoa aprende a viver em comunidade, respondendo com amor ao amor de Deus. Isso não é individual, pois é muito fácil amar a si mesmo, entretanto, devemos amar ao próximo com o mesmo amor que devotamos a nós mesmo; e só fazemos isso quando vivemos em comunidade. Devemos seguir o exemplo de Cristo:
1  Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.
2  Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.
3  Porque também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te ultrajavam caíram sobre mim (Rm 15.1-3).
A Palavra de Deus nos diz que como crentes nascidos de novo pela fé, salvos pelo sacrifício expiatório de Jesus Cristo, somos de fato sacerdotes de Deus. E verdadeiros sacerdotes de Deus têm um profundo desejo de conhecer e ensinar a Palavra de Deus, de passar tempo em oração, de encontrar-se com outros crentes para que eles possam manter um contato humilde e sagrado com Deus; eles têm um profundo desejo de adorar a Deus. Como sacerdotes de Deus nós devemos ser fiéis a Deus, viver e ensinar a verdade aos nossos filhos. Como sacerdotes de Deus nós fomos comissionados por Deus para compartilhar o evangelho com pecadores que estão a caminho do inferno, pois somos os mensageiros de Deus. Mas antes de sermos sacerdotes, há algo que não podemos negligenciar: Ser santo.
C – O povo como Nação Santa
6  vós me sereis ... nação santa...
Vós me sereis uma nação santa. O povo devia santificar-se a Deus. E se não houvesse essa santificação do povo, haveria graves consequências. A prova da unidade do povo e de que não havia individualismo era o bem-estar do povo. O bem-estar de um dependia de todos, e o bem-estar de todos dependia da saúde comunitária da comunidade, pois os pecados pessoais afetavam a comunidade e o seu bem-estar. Podemos ver isso com o pecado de Acã. Por causa de seu pecado, a comunidade de Israel perdeu a batalha contra a cidade de Ai.
11  Israel pecou, e violaram a minha aliança, aquilo que eu lhes ordenara, pois tomaram das coisas condenadas, e furtaram, e dissimularam, e até debaixo da sua bagagem o puseram (Js 7.11).
Note que quem pecou foi apenas Acã, mas não foi assim que Deus se expressou a Josué: Israel pecou e violaram a minha aliança. Acontece que a Aliança havia sido firmada com a comunidade e ela devia satisfações a Deus. Quando Judá foi enviado para o cativeiro, podemos notar, pelo livro de Daniel, que nem todos haviam abandonado ao Senhor, pois Daniel e seus amigos eram servos fieis. Entretanto, eles também foram levados cativos por causa da rebeldia de outros.
Não somos apenas um grupo de indivíduos que se reúnem de vez em quando, somos um corpo, e a Igreja que negligencia a responsabilidade de seus membros peca contra esta natureza de comunidade do Pacto e perde o poder de viver na presença de Deus. Por isso devemos levar muito a sério a recomendação de Paulo quando diz:
28  Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice;
29  pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.
30  Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem (1 Co 11.28-30).
Paulo estava falando de pecado dentro da Igreja e estava dizendo que a razão de haver entre eles muitos doentes e muitos mortos era a presença do pecado na comunidade, ou seja, a presença de indivíduos em pecado.
É certo que Deus trata com cada um de nós de forma bastante particular. Ele vai à procura da ovelha perdida e a busca onde quer que esteja. Mas, havendo-a encontrado, Ele a traz de volta e a coloca onde? No aprisco, no meio do rebanho.
4  Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
5  Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
6  E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida (Lc 15.4-6).
Note a vida comunitária neste texto. O rebanho significa o povo, a ovelha desgarrada um indivíduo que se perdeu. O rebanho volta a ficar completo com a presença da ovelha perdida, e a festa pela sua volta é comunitária, não individual. As pessoas que praticam uma religião individualista estão negligenciando a bênção da Redenção que restabelece em nós a oportunidade de viver em comunidade. Deus nos salva e nos dirige no âmbito de um Pacto feito com uma comunidade, a qual Deus pretende que sirva de modelo para o mundo.
02 – O PACTO E A FAMÍLIA
Agora vamos ver o Pacto no âmbito da família. Como famílias somos um povo, uma nação santa, separada por Deus. Por que santa, por que separada? Porque assim como povo, a família também possui um grande privilégio diante de Deus: Pertence exclusivamente a Ele.
A – A Família como propriedade peculiar de Deus
O povo do Pacto forma uma unidade e dentro desta unidade as famílias do Pacto compõem os núcleos desta unidade. Quando Deus estabelece o Pacto com Abraão, a sua misericórdia se estende aos filhos do patriarca:
2  Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer?
3  Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro.
4  A isto respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro (Gn 15.2-4).
19  Deus lhe respondeu: De fato, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência (Gn 17.19).
E quando Deus institui a circuncisão como sinal do Pacto, não somente os filhos do patriarca, como também os escravos foram incluídos. Todos deveriam ser circuncidados como evidência de que pertenciam ao povo de Deus:
10  Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado.
11  Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós.
12  O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe.
13  Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua (Gn 17.10-13).
Isso estava significando que toda a casa de Abraão pertencia a Deus. E é isso mesmo que Deus requer de seus filhos e do seu povo, Deus requer tudo Para Si mesmo, e tudo que pertence a Ele é santo, ou seja, separado para Deus. E quando a graça de Deus alcança uma pessoa, esta graça afeta tudo o que ela possui.
Estes mesmos princípios valeram para Israel e para as famílias que a constituíam. Crianças e também os escravos eram propriedade do povo de Deus e por isso Deus os reclamava. Por isso que os escravos também podiam participar da Páscoa, enquanto que o estrangeiro não podia:
43  Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa: nenhum estrangeiro comerá dela.
44  Porém todo escravo comprado por dinheiro, depois de o teres circuncidado, comerá dela.
45  O estrangeiro e o assalariado não comerão dela (Ex 12.43-45).
Eles não faziam parte da família, não faziam parte do povo, não estavam incluídos no Pacto. Mas se eles aceitassem serem circuncidados e adorarem ao Senhor poderiam:
48  Porém, se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa do SENHOR, seja-lhe circuncidado todo macho; e, então, se chegará, e a observará, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela.
49  A mesma lei haja para o natural e para o forasteiro que peregrinar entre vós (Ex 12.48,49).
Isso porque a partir daí faziam parte do povo de Deus, faziam parte da família de Deus. E note que, se fosse uma família, não apenas o chefe da família deveria ser circuncidado, e sim todo macho.
B – A Família como Reino de Sacerdotes
É, mas entrar para a família de Deus traz sobre nós não somente bênçãos como também grandes responsabilidades. A Palavra de Deus diz:
4  Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.
Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;
tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
8  Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.
9  E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.
20  Quando teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou?
21  Então, dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó, no Egito; porém o SENHOR de lá nos tirou com poderosa mão.
22  Aos nossos olhos fez o SENHOR sinais e maravilhas, grandes e terríveis, contra o Egito e contra Faraó e toda a sua casa;
23  e dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que sob juramento prometeu a nossos pais.
24  O SENHOR nos ordenou cumpríssemos todos estes estatutos e temêssemos o SENHOR, nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como tem feito até hoje.
25  Será por nós justiça, quando tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o SENHOR, nosso Deus, como nos tem ordenado (Dt 6.4-9,20-25).
Os filhos deveriam ser instruídos na Palavra de Deus e esta era uma responsabilidade da família, afinal, pertencer ao Pacto sempre trouxe bênçãos e responsabilidades. Estas ordenanças eram para Israel, e nós hoje, como ficamos? Como Fica a Igreja de Cristo? É o que veremos em nosso último tópico.
03 – O PACTO E A IGREJA DE CRISTO
Cristo veio como luz para os gentios (povos não judeus):
27  Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava,
28  Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo:
29  Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra;
30  porque os meus olhos já viram a tua salvação,
31  a qual preparaste diante de todos os povos:
32  luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel (Lc 2.27-32).
A comunidade que Jesus formou com seu sacrifício na cruz apresenta semelhanças e diferenças em relação ao povo de Deus. E quais são estas semelhanças? A comunidade de Jesus também é o povo da fé. A salvação era e é pela fé, por isso que os crentes em Cristo também são filhos de Abraão:
6  É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
7  Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão (Gl 3.6,7).
Somos o mesmo povo de Deus da Antiga Aliança e não outro povo de Deus na Nova Aliança. Somos o povo do Pacto. Somos o Israel espiritual. E quais são as diferenças? O povo de Deus da Antiga Aliança eram essencialmente os judeus, mas o povo de Deus da Nova Aliança é multirracial. Por isso que Jesus é o Mediador da Nova Aliança e também luz para os gentios:
6  Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
7  para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas (Is 42.6,7).
Esta é uma referência a Cristo. Assim, como as bênçãos prometidas a Abraão se estendiam à família, podemos ver isso igualmente com a Igreja de Cristo:
14  Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.
15  Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso (At 16.14,15).
Lídia se converteu ao Senhor, mas a bênção de sua conversão se estendeu a toda a sua casa. E o mesmo aconteceu com o carcereiro em Filipos:
29  Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas.
30  Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo?
31  Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.
32  E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa.
33  Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus (At 16.29-33).
Isso não significa que a fé do pai pode salvar seus filhos. Se o chefe da casa for salvo não significa que toda a sua casa automaticamente também o é. Filho de crente pode não ser um crentinho. A Bíblia diz que salvo é aquele que crê em Jesus Cristo:
16  Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado (Mc 16.16).
31  Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa (At 16.31).
8  Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus (Ef 2.8).
Então, porque batizar uma criança? Ela não é batizada para ser salva, pois batismo não salva ninguém, mas é batizada porque pertence à família de Deus. E por que ela pertence à família de Deus? Por causa da fé de seus pais. No futuro, para ser salva, ela precisará, além do batismo, crer em Jesus como seus pais criam. Por isso que, quando adulto, a criança batizada realiza apenas a sua profissão de fé. Ela não é batizada novamente, apenas afirma a sua fé perante a Igreja. A sua fé em Jesus, e não o seu batismo, confirmará a sua salvação. O mesmo sentido havia antigamente. A circuncisão acontecia quando criança, mas a confirmação da bênção quando adultos acontecia somente com a fé dos filhos quando adultos:
12  Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma,
13  para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?
14  Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há.
15  Tão-somente o SENHOR se afeiçoou a teus pais para os amar; a vós outros, descendentes deles, escolheu de todos os povos, como hoje se vê.
16  Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz (Dt 10.12-16).
Agora, adultos, eles deveriam circuncidar os seus corações, porque na carne eles já o foram quando crianças. Eles deveriam se converter ao Senhor para continuarem na bênção do Pacto. Aqueles que não se converteram e permaneceram incrédulos foram rejeitados, mesmo terem sido circuncidados quando criança:
15  Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação.
16  Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?
17  E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto?
18  E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?
19  Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade (Hb 3.15-19).
Apesar de circuncidados não creram e foram punidos por não crerem. A circuncisão era apenas um sinal do Pacto, um certificado do tratado, e não uma garantia de salvação e imunidade do pecado. Era por ela que todos eram consagrados, ou seja, separados para Deus. Este mesmo princípio serve aos que estão em Cristo Jesus:
12  Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo;
13  pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.
14  Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos (Hb 3.12-14).
Não basta ser batizado, é necessário crer e permanecer fiel até o fim. A família daquele que crê é dedicada ao Senhor. Os seus familiares recebem as bênçãos do Pacto. E note que, assim como os escravos e os estrangeiros poderiam fazer parte da família e serem alcançados pelas bênçãos do Pacto, hoje, até mesmo o marido ou a esposa incrédula são santificados neste convívio:
12  Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone;
13  e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido.
14  Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos (1 Co 7.12-14).
Além de terem eles oportunidade mais de serem alcançados:
1  Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,
2  ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor (1 Pd 3.1,2).
Os filhos pertencem à comunidade cristã. E como em Israel, gozam de certas bênçãos de Deus, apesar de muitos não estarem salvos.
1  Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar,
2  tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés.
3  Todos eles comeram de um só manjar espiritual
4  e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo.
Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto (1 Co 10.1-5).
Foram reprovados na fé, mas eram abençoados com a nuvem porque pertenciam a comunidade. Todos atravessaram o mar e todos comeram do maná, apesar de não serem aprovados na fé.
Conclusão
Se você faz parte do povo de Deus você tem grandes privilégios, mas também grandes responsabilidades. Você foi chamado pelo Senhor para participar da comunidade de Deus, sinta-se, por isso, motivado a desenvolver uma família abençoadora. Seja um núcleo de bênção no meio do povo de Deus. Faça o que é preciso ser feito para que isso seja uma realidade em sua vida cristã. Que Deus assim nos abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
Bibliografia:
Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil.

Revista Palavra Viva: O Pacto da Graça. Editora Cultura Cristã.

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